Resposta ao Carlos Sobre Darwin e Eugenismo

O Carlos afirmou algumas coisas neste post que eu gostaria de comentar fazendo um post à parte.

Ele afirma:

Se te tivesses dado ao trabalho de procurar o original da frase de Darwin que citas, em citação secundária (pois seguramente nunca te deste ao trabalho de ler os originais) retirada de um site criacionista qualquer — torpe e mal intencionado — terias reparado que a frase está fora de contexto e que a sua continuação é a seguinte:

“The aid which we feel impelled to give to the helpless is mainly an incidental result of the instinct of sympathy, which was originally acquired as part of the social instincts, but subsequently rendered, in the manner previously indicated, more tender and more widely diffused. Nor could we check our sympathy, if so urged by hard reason, without deterioration in the noblest part of our nature.”

Queres mais amor pelo próximo do que isto? Darwin afirma, com todas as letras — na última frase — que abandonar a nossa solidariedade (sympathy) para com os desprotegidos seria deteriorar a parte mais nobre da nossa natureza humana!

O facto de ele chamar “simpatia” como a parte mais nobre da nossa natureza, não quer necessariamente dizer que ele suporte o comportamento de cuidar dos fracos debilitados e doentes. Como é que explicas a seguinte frase :

“…the weak members of civilised societies propagate their kind. No one who has attended to the breeding of domestic animals will doubt that this [vaccines to prevent epidemics] must be highly injurious to the race of man.”

Por outras palavras, vacinas para previnir epidemias são, nas palavras de Darwin, “highly injurious to the race of man“. Repito, se ele considera que tais prácticas (tomar conta dos doentes) é mau para a raça humana, o que é que achas que está subentendido?

Como já alguém disse, o pior cego não é o que não vê… mas sim o que não quer ver.

Concordo plenamente. O pior cego é o que não quer vêr o que as ideias naturalistas de Darwin, que incluiam reduzir o ser humano (criado à Imagem de Deus) para o nível de um cão, tiveram consequências devastadoras para milhões de pessoas. Ainda hoje há darwinistas que, implicitamente, defendem a “preservação dos bons genes da raça humana“.

Convenceste-te de que a teoria da evolução era má, que o darwinismo era diabólico e não consegues (ou não queres ver) que essa não é a realidade.

Mas o século 20, o século da teoria da evolução e do ateísmo, mostram de facto as consequências da crença que postula que o ser humano é apenas mais um animal, e não uma preciosa criatura de Deus. Não sou eu que o digo, mas sim a história que o mostra. Lê a trágica história de Ota Benga, o pigmeu que foi posto numa jaula porque evolucionistas via-no, não como um ser humano criado à Imagem de Deus, mas um “elo perdido” na evolução humana. Eis aqui o sumário:

“One of the most fascinating stories about the effects of evolution on human relations is the story of Ota Benga, a pygmy who was put on display in a zoo as an example of an evolutionarily inferior race. The incident clearly reveals the racism of evolutionary theory and the extent to which the theory gripped the hearts and minds of scientists.”

Depois de ter sido posto numa jaula com animais, Ota Benga eventualmente suicidou-se. Tu provavelmente vais dizer “Ah, mas Darwin nunca teria suportado a colocação de seres humanos em jaulas”.

Talvez, mas isso não invalida que ele colocou os seres humanos ao mesmo nível do que animais, o que haveria sempre de ter consequências maléficas. Além disso o Darwin não pensava que os africanos e os aborígenes estivessem no mesmo nível de evolução que os europeus. O Hitler pegou na deixa e incluiu os Judeus na lista de “seres inferiores”, com as consequências que todos sabemos.

O darwinismo feroz, agressivo e demoníaco que pintas, não existe… a não ser na tua mente empedernida.

Era bom que isso fosse verdade, mas os milhões de mortos nos campos de concentração e os centenas de milhares de aborígenas que foram perseguidos por motivos evolutivos dizem exactamente o contrário. A História é um testemunho vivo que ideias tem consequências, e a ideia darwinistas teve milhões de consequências.

Usa um pouco da tua fé na humanidade (aquela que dizes ter) e tenta entender que há gente boa e bem intencionada com ideias e visões do mundo diferentes da tua. E aceita essas pessoas!

O facto de haver “gente boa e bem intencionada” com visões diferentes da minha não invalida que haja visões do mundo que tenham tido consequências nefastas para os mais desprotegidos da sociedade.

Ou teremos de ser todos iguais a ti? Ou será que temos todos de ser do mesmo “partido”? Do teu “partido”? Eu não sou religioso, sou agnóstico. Contudo, eu não contesto o teu Deus. É o teu Deus, são as tuas convicções. Não tenho que me interpor entre ti e Ele. Apenas te digo que a ideia que tens de ciência, da evolução e do darwinismo (sim, darwinismo é ciência) é ERRADA, nada mais.

Mas eu não digo que nao tenhas o direito de ter visões contrárias. O que eu digo é que a visão que subscreves, segundo os dados históricos, teve consequências nefastas.

O Criador, o Senhor Jesus Cristo disse:

Mateus 7:16-20 – “Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.

Se assim é, (e a Escritura não pode ser Quebrada) sabendo as consequências que o darwinismo teve, então essa crença deve ser uma “má arvore”. Uma boa “árvore” dá bons frutos, e uma “má árvore” dá maus frutos. Os frutos do darwinismo são históricamente, cientificamente, biologicamente, socialmente, pedagogicamente maus, o que nos leva a concluir que a “árvore é má”.

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"Posterity will serve Him; future generations will be told about the Lord" (Psalm 22:30)
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1 Response to Resposta ao Carlos Sobre Darwin e Eugenismo

  1. Carlos says:

    Apenas um comentário, na forma de, mais uma citação de Darwin, no parágrafo seguinte:

    “The surgeon may harden himself whilst performing an operation, for he knows that he is acting for the good of his patient; but if we were intentionally to neglect the weak and helpless, it could only be for a contingent benefit, with a certain and great present evil. Hence we must bear without complaining the undoubtedly bad effects of the weak surviving and propagating their kind (…)”.

    Em lado nenhum, Darwin apela à eliminação dos “weak and helpless”. Mais, atendendo a que tudo isto foi escrito há 150 anos (2009, Ano Darwin!, prepara-te!), numa altura em que o desrespeito pela dignidade humana era a norma (mesmo a nível religioso… nessa altura dizia-se que os negros eram selvagens sem alma… podiam ser mortos sem remorsos!), ele consegue ter um discernimento que ainda hoje espanta, ao afirmar: “Hence we must bear without complaining the undoubtedly bad effects”. Ele acha que as vacinas (na altura uma novidade) serão uma desvantagem (ideia que a práctica veio a desmentir), mas mesmo assim, não advoga a sua não utilização, baseando-se na “sympathy” que devemos para com os outros. Mais, ele afirma que: “neglect the weak and helpless, it could only be for a contingent benefit, with a certain and great present evil”. Melhor ética que esta, é difícil. Sacrificar a sua visão científica, baseando-se um preceito ético. É para isso que a ética (religiosa ou científica) serve, para balizar e humanizar a nossa conduta.

    Quantas acções de limpeza étnica e religiosa foram (e ainda são) realizadas a coberto da religião e dos ideais católicos e de outros? Veja-se, por exemplo, o recente massacre de bósnios muçulmanos por sérvios cristãos! Quantos judeus foram queimados? Quantos muçulmanos foram passados à espada na Europa e na Terra Santa? Quantos índios foram chacinados na Amazónia e nos EUA? Quantos ortodoxos foram chacinados pelos católicos? Etc., etc.

    No entanto a Bíblia, que eu saiba, espero eu!, não apela à eliminação física desses grupos. Seria injusto, e um mau argumento, afirmar que era Bíblia que determinava literalmente esses massacres e acusá-la de ser um manual de “limpeza étnica”. E, contudo, há quem o faça…

    Atribuir a Darwin a culpa por interpretações abjectas das suas palavras é errado. Que tem Darwin a ver com a barbárie nazi? Afirmar que Darwin tinha em mente pôr em prática métodos eugénicos, ainda mais. Os seus textos não confirmam essa ideia, pelo contrário. Afirmar que a teoria da evolução foi desenvolvida para limpar a humanidade, eugenicamente, então, é uma alarvidade iniminável.

    Já disse e redisse, a Teoria da Evolução não tem implicações nem aplicações sociais! O Darwinismo Social é uma farsa tão grande quanto o Criacionismo Científico e deve ser rejeitado. A Teoria da Evolução de Darwin é — tão somente — um modelo científico de explicação da mudança biológica observada no mundo que nos rodeia.

    “Uma boa “árvore” dá bons frutos, e uma “má árvore” dá maus frutos.”

    Bom, isto já é uma evolução, parabéns. Um recúo… Já não se ataca a árvore, mas sim os seus frutos! Com base neste argumento, que tipo de “árvore” é a religião cristã que criou a “Santa Inqusição” que queimou milhares? Que inspirou as Cruzadas que mataram milhares? Que inspirou os extremistas sérvios a eliminarem e a violarem milhares de homes e mulheres bósnios muçulmanos? (Para citar apenas alguns exemplos.) Será que a metáfora da “má árvore” aqui também se aplica ou será, tal como para o darwinismo, abusiva e sem nexo?…

    * * *

    Já agora, um site interessante para meditarem:

    http://blog.bibliacatolica.com.br/2006/09/03/criacao-e-evolucao-se-integram-nao-se-excluem/

    Ou a Igreja católica também é um “orgão vestigial”, para usar um termo evolucionista, tal como a Igreja Anglicana.

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