A Maria é uma brilhante cientista especializada na neurofisiologia da visão mas que, por motivos vários, é forçada a trabalhar num laboratório a preto e branco, (e através dum monitor a preto e branco).
Ela adquire toda informação física que há a obter sobre o que acontece quando nós vêmos tomates maduros, ou quando vêmos o céu, usando termos como “azul” e “vermelho” para os descrevêr.
Ela descobre, por exemplo, quais as combinações cromáticas do céu que estimulam a retina, e como, através do sistema nervoso, isto leva a contração das cordas vocais e espulsão de ar a partir dos pulmões resultando na declaração da frase “O céu é azul”.
O que é que aconteceria se ela fosse liberta do seu laboratório à preto e branco? Será que ela aprenderia algo de novo?
Segundo o filósofo Frank Jackson, ela aprenderia algo de novo. Ela haveria de saber como é experimentar a percepção das cores.
Jackson afirma:
“É por demais óbvio que ela haveria de aprender alguma coisa sobre o mundo, bem como a nossa experiência visual dele. Mas o que isto significa é que o seu conhecimento prévio estava incompleto, embora ela tivesse toda a informação física sobre o objecto. Então isto implica que há algo mais do que isto, e o Fisicalismo [Materialismo/Naturalismo] é falso.” (1982) “Epiphenomenal Qualia,” Philosophical Quarterly 32, 127, pp. 127-136.)
Basicamente o que isto significa é que se nós podemos obter informação que vai para além do mundo físico, então o Naturalismo é falso.
Imaginem que alguém vos descre uma rosa até o mais ínfimo detalhe. Eles reproduziam por escrito todas as características físicas da rosa, incluindo cheiro, côr, textura e tudo o mais.
Depois disso tudo, alguém te mostrava a rosa que está em baixo. O teu conhecimento foi aumentado ou não?