A inconsistência do ateísmo perante uma tragédia

“Os segredos da evolução são o tempo e a morte.
Tempo, para permitir a acumulação das mutações favoráveis,
e morte, para criar espaço para as novas espécies.

Carl Sagan, Cosmos, programa intitulado “One Voice in the Cosmic Fugue.”

A evolução requer a morte. No seu âmago, as postulações de Darwin apelam ao poder da morte como forma de remover os menos favorecidos e permitir que os “mais favorecidos” possam tomar o seu lugar. A selecção natural, neste sentido darwiniano, prossegue com o seu trabalho, removendo indivíduos, populações e às vezes espécies inteiras.

Quando alguém vive ou sofre, o Darwinismo oferece as maquinações frias e distantes do tempo e da morte. Qualquer coisa para além disto envolveria propósito existencial e dentro da cosmovisão ateísta isso não é permitido.

Dentro da cosmovisão ateísta a evolução é moralmente neutra. Quando uma tragédia acontece a evolução não nos pode dizer que algo é detrimental. Vendo bem as coisas, a morte não é “fora do tempo” nem trágica uma vez que a morte é o modo como o “progresso” é efectuado.

Tragédia?

Demorou algum tempo, mas aconteceu. Depois do que se verificou no Haiti, era uma questão de tempo até um ateu usar esta calamidade como “evidência” contra Deus.

Segundo os crentes ateus, se o Deus da Bíblia é Todo Poderoso e Infinitamente Bondoso, então coisas más não deveriam acontecer no universo que Ele controla. Como coisas más de facto acontecem do mundo, o crente ateu conclui que Deus não deve existir.

Mas como acontece normalmente, cada vez que o crente ateu ataca a moral alheia, ele está a contradizer a sua religião (ateísmo).

Vejamos as coisas dentro da cosmovisão que o ateu defende: o naturalismo/evolucionismo/ateísmo.

Se nós pegarmos na ideia da “sobrevivência do mais forte” e aplicá-la à sua conclusão lógica, parece absurdo que alguém que aceite a teoria da evolução classifique a morte como uma coisa má. De facto, o ateu consistente deveria alegrar-se com o facto da natureza ter eliminado competidores no que toca o acesso aos recursos. Mas eles não vivem assim.

Felizmente, são poucos (inexistentes?) os ateus que se alegram com a morte de pessoas em calamidades geológicas. Mas reparem que isso não se deve ao seu ateísmo, mas sim a compaixão normal que Deus colocou em todos nós.

Embora a posição seja contradita pelo ateísmo, muitos ateus vêem os seres humanos como aquilo que eles são: seres preciosos. Quando calamidades acontecem, tanto ateus como cristãos lamentam-se com tais eventos, e muitas pessoas de ambos os grupos prontificam-se a ajudar os necessitados. O problema claro está é que o ateu está a ser inconsistente com a sua fé. Se ele fosse de facto viver de acordo com o ateísmo, ele não deveria ajudar os mais necessitados, e muito menos entristecer-se com a perda de vida de “inocentes”.

Mas, tal como já foi dito no passado, é muito difícil ser-se um ateu consistente, e como tal, eles continuam a assumir coisas que só fazem sentido se Deus existe como forma de mostrar que Deus não existe.

O que Deus diz em relação a calamidades

A boa notícia disto tudo é que o ateísmo é falso, e a morte não é a resposta final. A tragédia afecta-nos tão profundamente porque “toda a criação geme” (Rom 8:22). Cada um de nós pode confortar-se com o facto de não existir nenhum processo evolutivo que mastiga espécies, e cospe o que resta sem se preocupar com quem ou o quê eles são: invés disso, existe sim um Criador cheio de amor que preparou um caminho para preservar o que de mais importante nós temos: a nossa alma.

Conclusão:

Carl Sagan estava errado. O tempo e a morte não são tudo o que há. Quando vemos pessoas a lamentarem-se perante tragédias, devemos levar isso como um sinal poderoso para o conhecimento universal de que a morte não deveria fazer parte da existência humana. Todo o ser humano sabe que a morte, o sofrimento e as calamidades são coisas más, mas só a Palavra de Deus nos diz porquê: todas elas são “intrusas” na criação.

Mas um dia Deus vai limpar “dos seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Rev 21:4). Deus vai restaurar a Sua criação, e aquilo que todo o ser humano sabe ser uma aberração (a morte) vai ser banida para sempre.

1 Cor 15:54-58

E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita:

Tragada foi a morte na vitória.
Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?
Ora o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.

Mas, graças a Deus, que nos dá a vitória, por nosso Senhor Jesus Cristo.

Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.

O mundo não precisa de pessoas que passam a sua vida a procurar razões para justificar a sua rejeição do Criador, mas sim de pessoas que conheçam Deus e propaguem pelo mundo quão grande o amor que Ele tem por nós.

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"Posterity will serve Him; future generations will be told about the Lord" (Psalm 22:30)
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9 Responses to A inconsistência do ateísmo perante uma tragédia

  1. jonas says:

    O desespero incessante do ateu,é que a sua vida termina na morte do seu corpo,mas qual a é a sua segurança que o ateísmo é verdadeiro?”Se DEUS não existe,então defenitivamente não há esperança para a solução das fraquezas da nossa finita existência!” O mal é uma discussão teo-filosófica,e sem medo afirmo que a maioria do sofrimento do mundo,advém de ações humanas descompromissadas com entendimento espiritual e transcendental da vida. Olha o desespero inócuo de Beltrand Russel diante do NADA-ACASO-MORTE(universal e individual)
    “Que o homem é o resultado de causas que não possuem nem previsão do fim que estavam alcançando…

    Que nenhum fogo, nenhum heroísmo, nenhuma intensidade de pensamento e sentimento, pode preservar a vida de um indivíduo depois de sua morte, e que todos os trabalhos de eras, toda a devoção, toda a inspiração, todo o brilho do gênio humano, estão destinados à extinção na enorme morte do sistema solar, e que todo o templo das realizações humanas deve inevitavelmente ser enterrado sob os escombros de um universo em ruínas – todas estas coisas, se não ainda não estão completamente fora de questão, estão já tão proximamente certas, que nenhuma filosofia que rejeita tais questões pode ter a esperança de continuar existindo. Somente embasado no andaime destas verdades e somente no firme fundamento do desespero incessante, o alicerce de alma pode ser construído doravante de forma segura.”
    Então para o ateu só resta o ‘desespero incessante” da vida,e isto é de uma desesperança insurportável.Como viver com esta “bomba-relógio” em seu colo?Sómente a racionalidade de uma MENTE SUPERIOR poderá “organizar” uma existência aleatória,caótica,fugaz e privada de sentido profundo e eterno.Qual a garantia que o ateísmo é verdadeiro?Pense e reflita!!

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  2. Muito bom post. É bom lembrar regularmente a inconsistência de uma cosmovisão ateísta.

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  3. Nuno Dias says:

    Não me parece que associar directamente tragédia com Deus implique a sua não existência. Quando tal é afirmado parece-me que serve mais como provocação por realmente ir contra a imagem de omnipresente, omnipotente e bondoso que vcs tentam passar.

    o ateísmo simplesmente defende que não existe um qq Deus. A competição por recursos seria tema para evolucionistas (alguns deles cristãos).
    E existe um aspecto crucial para desmoronar essa relação causal de treta. Uma coisa é o que se constata existir: a prosperidade de uma espécie/grupo em detrimento de outra.
    Outra coisa é o que se desejava: Paz, amor e muitos beijinhos.

    Vcs conseguem fazer o mesmo? Duvidar? Qualquer um se pode questionar: Mas porque não simplesmente os apagar, porque os fazer sofrer numa morte excruciante como teria sido o dilúvio?


    o ponto azul claro é a Terra.


    Esta é a nossa galáxia, uma destas estrelinhas é o nosso sol.


    Parecidas com a Via Láctea existem cerca de 100 mil milhões.

    Consegues imaginar o teu tamanho no meu disto tudo? Achas que és especial?

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  4. Nuno Dias says:


    Então para o ateu só resta o ‘desespero incessante” da vida,e isto é de uma desesperança insurportável.Como viver com esta “bomba-relógio” em seu colo?Sómente a racionalidade de uma MENTE SUPERIOR poderá “organizar” uma existência aleatória,caótica,fugaz e privada de sentido profundo e eterno.Qual a garantia que o ateísmo é verdadeiro?Pense e reflita!!

    E eis, o porquê da crença em Deus. Medo da morte.
    Os ateus têm tanto medo como qualquer outro, simplesmente escolhe não viver numa mentira.

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  5. JoanaPaz says:

    Nuno,

    “Consegues imaginar o teu tamanho no meu disto tudo? Achas que és especial?”

    Como é que no meio de um universo tão grande há um pontinho azul que reúne ‘milimetricamente’ as condições para nós cá estarmos? 🙂
    “O facto é que o Universo é especialmente adaptado para permitir a existência da vida na Terra — um planeta com uma quantidade enorme de condições improváveis e interdependentes para dar suporte à vida que o transformam num pequenino oásis no meio de um Universo vasto e hostil.
    Essas condições ambientais altamente precisas e interdependentes formam o que é conhecido como princípio antrópico.” (Norman Geisler, em I don’t have enough faith to be an atheist)
    Somos especiais!

    Interessante, o post! 😉

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  6. jonas says:

    Nuno!
    Parece que foges a verdadeira mensagem do texto.Estou a falar do desespero da vida fugaz,do vazio existêncial,e tu me vens com o medo da morte?Qual o sentido da vida para um ateu?Tudo que vai fazer virará “poeira estelar” como gostas de salientar.Não há futuro para um universo sem DEUS!È isto quero falar.Será que nas palavras de Bertrand Russel não há verdadeira mensagem ateísta?Desespero,vazio e impotência,são os verdadeiros alicerces de uma vida gerada pelo acaso num tremendo e absoluto vazio!Esta é a mensagem!

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  7. Mats says:

    Nuno,

    E eis, o porquê da crença em Deus. Medo da morte.

    Ou não.

    Os ateus têm tanto medo como qualquer outro, simplesmente escolhe não viver numa mentira.

    Se calhar o ateu deveria investigar o porquÊ de ter medo da morte, e o que fazer para deixar de ter medo.

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  8. Darcy says:

    “Consegues imaginar o teu tamanho no meu disto tudo? Achas que és especial?”

    Embora o raciocínio seja falacioso (a proporção entre o grande “tamanho” ou a quantidade de terra e o pequeno diamante dentro dela não o torna menos especial), a resposta é que somos obviamente muito especiais, pelas múltiplas razões que a Bíblia aponta (criação, redenção etc).

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  9. Valdisney says:

    Tem pessoas que acredita em imagens de santos em padres , pastores, em relegião, em vida apos a morte, em espiritos, na fé , na liberdade de cultuar deuses de uma outra dimensão , outros achão protegidos pela fé em Deus.
    Outros acreditão em si mesmos, como dominar uma sociedade com tanta crença e espirituidade em coisas nus aos olhos, dizem que basta olhar para natureza que vemos Deus, mais então estamos em guerra com ele, destruimos diariamente as coisas da terra destruimos sonhos e vidas, ai lanço a teoria do UMBIGO que cada um se acha melhor do que o outro ou acha seus atos cristãos dão proteção divina para sua alma,, mais Deus reside no umbigo da racionalidade dando poderes e beneficios aos seus, batalhas no campo do pensamento divide as pessoas em cristões e ateus, sugere uma raça ou um povo escolhido, deixamos levar pelo umbigo conheceremos as verdades do homem…..Deus mostra que não somos iguais, somos diferente pois ele nos criou assim, devemos nos amarmos com todas as nossas diferenças, e que o umbigo só um cordão que nos deu condições de viver na placenta de outro ser…..Deus e tudo que falta ao homem…

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