Original
Henrique Raposo (www.expresso.pt)
Quando o Hamas mata um israelita com um rocket, a Europa nem suspira. Quando o Hamas destrói o campo da ONU em Gaza, a Europa não diz nada. Bravo.
I. Na semana anterior ao incidente com a tal “frota da liberdade”, o Hamas invadiu e destruiu um campo da ONU em Gaza. Porquê? Ora, porque naquele campo existia uma escola onde as crianças aprendiam várias coisas. O Hamas destruiu aquilo, porque a ONU não ensinava ali a sharia. Um acto de cordialidade pedagógica, portanto. Caro leitor, V. ouvir falar disto nas TVs portuguesas? Não, pois não? Claro: as nossas TVs têm uma narrativa para aquela região, que reza assim: “os maus, os israelitas, batem nos bons, os palestinianos”. Os factos que não encaixam nesta narrativa (ex.: palestinianos a atacar a ONU) são desprezados.
II. O Hamas não tolera que a ONU encha a cabeça das crianças com porcarias como matemática, ciências ou história. O Hamas quer que as crianças aprendam apenas a sharia e a narrativa do martírio. No ano passado, 200 mil crianças foram educadas nestes campos da ONU. Ou seja, 200 mil crianças foram “roubadas” às mesquitas radicais e “corrompidas” pelas escolas da ONU. O Hamas, claro, não gostou desta fruta pedagógica, e destruiu o inimigo (i.e., a ONU). Caro leitor, V. ouvir falar disto?
III. O director da ONU em Gaza, John Ging, afirma que tem uma missão: impedir que Gaza se transforme num mini-Afeganistão controlado por ‘talibãs’ palestinianos (Hamas). Caro leitor, V. ouviu falar disto? Não, não é preciso responder.