Finalmente alguém disse o óbvio: a teoria da evolução não desempenha um papel crucial nas ciências naturais. Claro que a teoria da evolução, tal como a teoria da Terra plana, faz algumas previsões úteis, no entanto, como explica Steven Shapin, não é preciso ter um olho nos textos evolutivos de forma a fazer o trabalho científico da forma correcta:
Eu ensinei muitos estudantes talentosos de Biologia, tanto nos EU como no Reino Unido, que não conseguiam dar uma explicação coerente da evolução via selecção natural – a teleologia continua a ser muito popular – e embora a teoria da evolução possa ou não ser o “fundamento” conceptual nas ciências naturais, certamente que não é verdade que os biólogos precisam de ter um domínio da teoria para poderem fazer trabalho competente em áreas como a vida sexual das minhocas marinhas, ou a fotossíntese das algas ou ainda a sequenciação dos nucleotídeos dos genes que causam o cancro da mama.
Muitos cientistas de muitas áreas técnicas mostram-se incapazes de articular de os dogmas da ideologia que supostamente é o “fundamento” da sua área de trabalho.
Dito de outra forma: a “importância” da teoria da evolução é manifesta na existência de cientistas credenciados que trabalham em áreas relevantes para a teoria sem no entanto serem capazes de explicar os fundamentos da mesma. Isto seria o mesmo que um Físico afirmar que a Matemática é fundamental para o seu trabalho sem no entanto saber o que são números naturais, números inteiros ou números racionais.
Apesar de muitos cientistas afirmarem que a evolução é cientificamente irrelevante, não esperem que o mito evolutivo da auto-importância se desvaneça tão cedo.