Educação sexual nas escolas…

Coube-nos em sorte viver num tempo em que o óbvio deixou de o ser. Fomos apanhados de surpresa? Em parte. Na parte exacta em que às coisas que o nosso “instinto moral” tem como boas e duradouras falta, por vezes, o apoio de um discurso mais convincente para todos.

Também por isso, este tempo é um tempo bom.

A publicação da Lei 60/2009 de 6 de Agosto (e sua Portaria nº. 196-A/2010 de 9 de Abril) trouxe a educação sexual para a ordem do dia.

Apesar da relativa controvérsia, a Assembleia da República impôs a educação sexual, única e estatal, nos projectos educativos das escolas. Há agora algum mal-estar nas famílias e nas escolas: feriram-se os valores democráticos de fundo, alastra a dúvida sobre como reagir, e paira um medo difuso das retaliações para quem reagir

O momento é de firmeza tranquila, de pensamento prudente, e de acções fundamentadas.

Duas questões fundamentais se colocam:

· Primeira: são os pais quem tem o direito de educar os filhos. E têm o direito de o fazer segundo as suas convicções religiosas, políticas e filosóficas. Assim o reconhece a Constituição da Republica (Artigo 36.º , nº. 5. e Artigo 43.º) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (Artigo 26.º, nº. 3.)

Não basta, pois, que o Estado se mostre disponível para “ouvir os pais”, para depois fazer o que quiser. A vontade dos pais quanto à educação sexual – intimamente ligada à matriz valorativa que cada família escolhe em liberdade – deve ser respeitada, sem qualquer condicionamento.

Isso implica, à cabeça, que os pais tanto devem poder optar pela educação sexual oferecida nas escolas, como devem poder igualmente optar por recusar essa educação sexual oferecida pelas escolas.

· Segunda: qualquer programa de educação sexual, para vigorar nas escolas, tem de se fundar num trabalho científico metódico e sério.

Ora há muitas questões ainda sem resposta dada pelo Ministério, pelo que não é tolerável arriscar que os nossos filhos sejam usados nas experiências laboratoriais dos ideólogos do ministério.

O movimento de pais e cidadãos que se agregam em torno desta questão, pediu, e espera, junto do Ministério da Educação e da Ministra a atitude que a situação exige: cancelar de imediato a educação sexual por não se poder impôr a todos as ideologias não científicas de alguns.

Entretanto, que pode fazer cada pai e cada mãe? Escrever à escola uma mensagem simples: “não autorizamos que o nosso filho (a nossa filha) assista a qualquer aula, acção ou aconselhamento relativo a “educação sexual” sem o nosso acordo por escrito, atempadamente solicitado pela escola.”

O que apreciamos? Pluralismo. O que exigimos? Liberdade.

Não seja o Estado a definir o comportamento sexual dos jovens. Sejam os pais a educar os filhos.

plataforma-rn.org

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"Posterity will serve Him; future generations will be told about the Lord" (Psalm 22:30)
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4 Responses to Educação sexual nas escolas…

  1. Nuno Dias says:

    não é tolerável arriscar que os nossos filhos sejam usados nas experiências laboratoriais
    é caso para questionar o quanto perversa é a mente de quem escreveu isto. O estará a imaginar aquela cabecinha que irá acontecer nas aulas

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  2. Mats says:

    Nuno,
    Por “experiências laboratoriais” eles não querem dizer actos sexuais no meio da sala, mas sim promoção de comportamentos que não tem bases suficientes para serem promovidos como “normais”.

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  3. Mats says:

    Nuno,

    a urgência da educação sexual
    http://dererummundi.blogspot.com/2010/11/dias-ferteis_7211.html

    Mas QUAL “educação sexual”? A dos aborcionistas? A das feministas? A dos homossexualistas?

    O termo “educação sexual” tem muitos significados. Tu não podes usar um exemplo onde uma pessoa não sabe qual o período fértil da mulher para avançar com “educação sexual” onde se inclui, por exemplo, a promoção do comportamento homossexual como “normal”.

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