Segundo um novo estudo, nossos antigos parentes provavelmente tiveram uma expectativa de vida semelhante a da nossa espécie.
Os restos conhecidos de Neandertais possuem uma lacuna enigmática: idosos são raros. Os cientistas sugeriram, portanto, que esses seres humanos pré-históricos tinham uma expectativa de vida intrinsecamente mais curta do que a dos seres humanos modernos, com a nossa linhagem finalmente superando a deles, e assim contribuindo para o seu desaparecimento.
Nossa espécie, Homo sapiens, é a única sobrevivente da linhagem do gênero Homo. Ainda assim, no passado havia muitas outras, que também poderiam ser chamadas de humanos [modernos].
Um antropólogo americano analisou os registros fósseis para medir a expectativa de vida adulta dos Neandertais e dos humanos modernos, que coexistiram em diferentes regiões por cerca de 150.000 anos.
Ele encontrou aproximadamente o mesmo número de adultos entre 20 a 40 anos e adultos acima de 40 anos tanto entre os Neandertais quanto nas primeiras populações humanas modernas, sugerindo que a expectativa de vida era provavelmente a mesma para ambos os grupos.
Ou seja, o argumento de que uma sobrevivência mais longa entre os primeiros seres humanos modernos causou o desaparecimento dos Neandertais não tem base.
Os pesquisadores advertem que uma série de fatores pode distorcer os cálculos da expectativa de vida. Por exemplo, o estilo de vida dos humanos arcaicos e modernos aparentemente exigia grande mobilidade durante o Pleistoceno, para procurar refeições.
Isso provavelmente significa que os membros mais velhos, que não conseguiam acompanhar os mais novos, eram deixados para morrer. Seus restos mortais podem ter sido espalhados por animais necrófagos, e perdido seu registro fóssil.
Ainda assim, mesmo que novas descobertas de fósseis mudem esse padrão, é improvável que o alterem muito. No geral, a longevidade não foi um fator na extinção dos Neandertais. Segundo os pesquisadores, se os primeiros humanos modernos tiveram uma vantagem na população, provavelmente foi devido a altas taxas de fecundidade e baixas taxas mortalidade infantil.
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