A Teoria da Falha contradiz a Bíblia

A adopção por parte de muitos líderes eclesiásticos da crença nos milhões de anos teve consequências devastadoras para o mundo Cristão. Contrariamente ao que se possa pensar, a teoria da evolução não foi a cama onde a apostasia consequente se deitou. A crença na teoria da evolução é uma das consequências do gradualismo geológico, formalmente conhecido como o uniformitarianismo geológico (UG).

O grande compromisso da igreja começou a adopção desta visão acerca do passado da Terra, e munidos com este “conhecimento”, muitos cristãos buscaram, sem sucesso, formas de harmonizar o UG com a Palavra de Deus. Uma das formas através das quais isto foi possível foi com a postulação da “Teoria da Falha” (TF).

Teoria_da_FalhaBasicamente o que esta teoria diz é que não há contradição entre os mitológicos “milhões de anos” e a Palavra de Deus porque supostamente existe uma “falha” de tempo entre Génesis 1:1 e Génesis 1:2. É dentro desta “falha” que se encerram as idades geológicas postuladas pelos evolucionistas.

Segundo a TF, Deus criou um mundo pré-adâmico onde viveram os dinossauros e tudo o mais. Neste mundo não havia humanos. Posteriormente, devido à queda de Satanás, Deus destruiu esse mundo e fez um novo.

O problema, claro está, é que para além de haver boas razões científicas para se duvidar (e rejeitar) a crença nos milhões de anos, a Palavra do Criador (Testemunha Ocular do início do Universo) contradiz claramente esta filosofia.

Nas próximas linhas vamos ver algumas das evidências Bíblicas contra a Teoria da Falha.

1. Os anjos foram feitos para servirem os humanos a mando de Deus (Heb 1:14).

Como os mesmos existem desde a fundação do mundo (Jó 38:7), não faz sentido Deus criar os anjos e depois eles terem que esperar milhões de anos até finalmente aparecerem os humanos.

“Não são, porventura, todos eles [os anjos], espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão-de herdar a salvação?” – Heb 1:14

“DEPOIS disto, o Senhor respondeu a Job, de um redemoinho, e disse: Quem é este que escurece o conselho, com palavras sem conhecimento? Agora cinge os teus lombos, como homem; e perguntar-te-ei, e tu responde-me. Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina; Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?” – Jó 38:1-7

Reparem que neste último verso se fala nos “filhos de Deus” (os anjos) rejubilarem durante o tempo em que Deus “fundava a Terra”. Daí se infere que os mesmos existiam desde o princípio.

2. O Senhor Jesus Cristo morreu uma vez só pelos pecados do mundo.

Contrariamente aos sacerdotes humanos, Ele não precisa de se oferecer vez após vez para a remissão dos pecados (Hebreus 9:25,28,29). Se Ele fosse a fazer isso, A Bíblia diz que Ele teria que o fazer desde a fundação do mundo, uma vez que existe pecado desde a fundação do mundo (pecado de Adão pouco depois de ter sido criado). Daí se infere que a fundação do mundo e o aparecimento do homem são quase simultâneos, e não separados por milhões de anos, como subscreve a TF.

3. Satanás era um assassino desde o princípio (João 8:44).

Ele causou que Caim matasse Abel, o que nos leva a inferir que os humanos estavam na Terra mal ela foi criada (“desde o princípio”).

“Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos do vosso pai: ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. – João 8:44

4. Havia tribulação desde o princípio da criação.

Essa tribulação era tribulação humana. Daí se infere que os humanos estão na Terra desde o princípio da criação e não após milhões de anos.

“Porque, naqueles dias, haverá uma aflição tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem jamais haverá..”– Marcos 13:19

5. Os profetas começaram a ser mortos pouco depois do mundo ter sido criado, e não milhões de anos depois:

“Para que desta geração seja requerido o sangue de todos os profetas que, desde a fundação do mundo, foi derramado” – Lucas 11:50

O profeta que foi morto logo após a fundação do mundo é Abel. Isto mostra, mais uma vez, que os seres humanos estão da Terra desde que a mesma foi criada e não após milhões de anos.

6. Nós vivemos da primeira Terra.

“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” – Revelação 21:1

Se houve uma Terra pré-adâmica, então nós já não estamos na primeira Terra, mas sim na segunda. No entanto, a Palavra de Deus claramente diz que nós presentemente estamos na primeira Terra. Isto implica que não houve nenhuma Terra antes da queda de Adão.

7. O mundo foi feito para ser habitado por humanos.

Não fazia sentido Deus criar o mundo e depois deixar passar milhões de anos até a chegada dos seres humanos quando o mundo foi feito precisamente para ser habitado por humanos.

“Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; Ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada” – Isaías 45:18

8. O homem foi feito para habitar a Terra.

“E, de um só, fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação” – Actos 17:26

Biblia_LuzNão há necessidade de se tentar harmonizar os milhões de anos com a Palavra de Deus, porque o universo não tem milhões de anos. Todas estas tentativas estão condenadas ao fracasso e à criação de confusão na mente dos Cristãos. É mais lógico aceitar-se o Testemunho de Quem estava lá quando o mundo surgiu do que aceitar as opiniões sempre voláteis de humanos falíveis.

“É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem.” – Salmo 118:8.


Vêr também:

1. Os dias de Génesis

2. Sete motivos para o Cristão rejeitar os mitológicos “milhões de anos”

About Mats

"Posterity will serve Him; future generations will be told about the Lord" (Psalm 22:30)
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27 Responses to A Teoria da Falha contradiz a Bíblia

  1. Fora, q na propria Criação é dito que o mundo foi feito em 6 dias literais, e o homem criado no 6º dia!!!!

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    • Lucas Silva says:

      Em contrapartida em 2º Pedro 3:8 diz que um dia para Deus são como mil anos, e mil anos, como um dia, porque nós estamos no parênteses do tempo, e Deus não, não faz sentido? Já que a criação foi em 5 dias, e no sexto se terminou com a criação somente do homem, logo, são 5 eras geológicas: Arqueozóica, Proterozóica e assim vai, concluindo; em cada “dia” da criação, foram milhões de anos que se passaram para ir para o próximo “dia”. Pense nisso..

      [[Mostra aí o versículo Bíblico que diz que a criação foi em “5 dias”. Fiquei “curioso”. – Mats]]

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  2. Herberti says:

    Prezado Mats.
    Veja que descoberta interessante:
    http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=sol-planetas-nao-foram-construidos-mesmos-materiais&id=010130110627&ebol=sim

    Agora, os evolucionistas de plantão vão ter que se virar para achar uma explicação “natural” para estas discrepâncias.

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  3. Mats says:

    É, Herberti.

    A ciência continua a confirmar a Criação.

    Abraço.

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    • Leonardo says:

      Cara, obrigado pelo link, eu nunca tinha ouvido falar desse TF. Não me passa nunca pela cabeça duvidar da palavra do Senhor e nem desacreditar no que está na bíblia. Porém..rs, ha quem pode dizer que é questão de interpretação, tudo bem, mas interpretaram os versículos de maneira opinosa e literal. Deus sempre usou de parábolas, principalmente no antigo testamento. Abel nunca foi profeta, quando Deus fala “onde estava tu quando eu criava a terra” foi uma pergunta retórica, Deus queri a ali mostrar que Jó estava sendo arrogante e pensante em ser alguém inteligente, por isso Deus o encheu de perguntas e Jó não sabia as respostas. Bom…existem várias interpretações realmente, a minha é que anjos não são “filhos” de Deus e sim criatura, o homem sim é “filho” de Deus.

      Mas no fundo no fundo, esse deve ser apenas um debate saudável, pois Deus também disse “Ha coisas que não cabe ao homem ser revelado” então mesmo todas essas dúvidas batendo em nossas portas almaticas, devemos nos manter no Espírito e buscar a sabedoria que vem do Pai e não nos prendermos em discussões e ideologias vans, que nada edificam o homem.

      Mas é um tema interessante mesmo. Abraço

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      • Leonardo says:

        Uma pequena correção…nesse versículo, o sentido de filhos é sim de anjos, portanto os anjos rejubilavam quando Deus formava a terra.

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  4. jefferson says:

    por favor Mats,
    eu admiro muito esse blog e suas postagens,mas eu ainda não encontrei uma resposta para essa situação,

    Deus criou o ceu e a terra,como o próprio versiculo diz,Ele não a criou vazia,porem o Genesis é bem claro,a terra estava sem forma e vazia!

    Ele não diz criei ceu e terra ,a terra criei sem forma e vazia,como pode ele dizer criei a terra ,mas ela estava sem forma e vazia?afinal qual céu estamos falando?

    aquele q compeendemos como universo?ou aquele Santíssimo Lugar onde Ele é venerado pelos anjos?

    Anjos q o assistem dia e noite?Deus é espirito e os anjos tbm,mas a criação de Deus,se limita ao q vemos,pq aquilo q não vemos é eterno,o diabo sendo espírito,sabe qm é Deus e está sempre acusando os seres humanos ele sempre vai a Deus e julga e exije a alma daqueles q rejeitam a salvação.

    ou seja existe um “lugar” q é espiritual o qual não vemos,pq somos criaturas materiais,tanto é q “sangue e carne” não entrarão no Reino de Deus,todos os salvos serão transformados…

    não estou aqui para dizer q o artigo está errado estou aqui para expor dúvidas q muitas pessoas tem ,não pq são egoístas,ou pq se acham donas da verdade mas pq nem todos entendem da mesma forma,o Própio diz q o que foi revelado é para nós,mas os mistérios de Deus são para ele,a mente de Deus realmente por vezes é inescrutável.

    tem muitas coisas q eu ainda não entendo,mesmo lendo muito a biblia,não digo sobre carater,sobre a cruz…mas me refiro a algumas situações,como a face do abismo,o Espírito de Deus se movendo sobre a face das águas,o arrependimento de Deus por ter feito o homem…etc ,etc…

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  5. Mats says:

    Jefferson,

    Deus criou o ceu e a terra,como o próprio versiculo diz,Ele não a criou vazia,porem o Genesis é bem claro,a terra estava sem forma e vazia!

    Estás a usar dois versículos separados por mais de 1000 anos e juntá-los como se fossem um contínuo.
    Primeiro os versículos:
    “NO princípio, criou Deus os céus e a terra.
    E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”.
    (Génesis 1:1-2)
    ..
    “Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada:” Isaías 45:18

    Em Génesis 1:2 temos uma etapa do processo da Criação. Em Isaías 45:18 temos o propósito da Criação. Isaías não está a contradizer Génesis mas sim a dizer algo como “A Terra foi preenchida de vida porque foi feita para que o homem habitasse nela”.

    São dois contextos diferentes. A confusão só surge quando se unem os dois versículos, deixando de lado os respectivos contextos.

    tem muitas coisas q eu ainda não entendo,mesmo lendo muito a biblia,não digo sobre carater,sobre a cruz…mas me refiro a algumas situações,como a face do abismo,o Espírito de Deus se movendo sobre a face das águas,o arrependimento de Deus por ter feito o homem…etc ,etc…

    Ok. Temos um blogue mais vocacionado para a defesa da fé (no geral) com o nome de Vida Cristã.

    Se quiseres, podes passar por lá e escrever tudo aquilo que ainda não está claro. Até pode ser que eu também tenha dúvidas nesses pontos e assim podemos pesquisar e encontrar respostas que estejam de acordo com a Bíblia.

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    • Manuel says:

      Qual é este Blogue vocacionado para a defesa da fé cristã? é que também estou interessado.

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  6. Jefferson says:

    Mats,
    obrigado pela resposta,embora ainda existe em mim um ponto de interrogação.
    Vamos lá.
    No principio Deus criou o ceu e a terra,não sei se vc considera essa ordem relevante: ceu e terra ,ou seja,tanto faz ceu e a terra ,ou terra e o ceu?
    o ponto da minha duvida :Deus criou o céu tbm.pq esse não estava sem forma e vazio ?e de onde vem as aguas e as trevas?eu me confundo um pouco pq trata-se de trevas “física”,mas se não existia terra,pq ela teve um inicio em Deus,qual a razão de existir as trevas na face do abismo?eu particularmente acredito q o tal querubim(por sinal um louco e estupido anjo q ousou ser igual a Deus!)seja a razão das trevas na face do abismo,….o Próprio Jesus diz q viu a satanás cair do céu como um relampago …
    Por outro lado qnto ao querubim decaído(conhecido por nós os q creem como satanas,diabo,serpente,dragão,sedutor,tentador,acusador,opositor),esse estava no éden,no brilho das pedras andava!vc já deve conhecer esse fato biblico com referencia ao sedutor do homem!justamente a serpente q enganou eva e adão…entendo q esse ser espiritual já estava caído qndo Deus criou o ser humano,e q ele é a própria imagem das trevas o abismo entre Deus e os desobedientes!
    é claro q são assuntos distintos pq as trevas são espirituais,mas é justamente isso q eu observo,antes do universo e a terra serem criados não havia materia,mas havia as trevas e o abismo!e tambem haviam aguas …mas q aguas são essas?de onde elas vem?pois Deus criou tudo inclusive as aguas!
    eu não vejo misterios na criação da terra,tenho certeza q Deus a criou em 6 dias e abençoou o sétimo!já pensou se não houvesse esse consenso mundial de se trabalhar 6 dias e ter o direito de descansar um dia?que confusão!oque se usaria como base?
    Mats eu vou entrar no blog citado ,espero não estar sendo incoveniente ou imcompriensivel,mas temos q verificar e analizar cada versiculo,cada palavra,pq como Deus mesmo nos aconselha sobre sua palavra:devemos meditar nela dia e noite,pq a palavra de Deus não vai se contradizer nunca…mas nossa limitação humana é evidente,talvez Deus queira q usemos mais nosso cérebro ,para compreeder sua vontade,seus propósitos!Mas big bang e evolucionismo são uma afronta a veracidade da palavra de Deus!

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  7. Carlos Faria says:

    Sou crente em Deus e acredito plenamente na Biblia. O que me confunde e que segundo a biblia a terra existe ha cerca 6 ou 8 mil anos, nao estou bem certo. Na verdade existem dados historicos acerca de civilizacoes antigas como o Egipto com cerca de 5000 anos de existencia, o que condiz com os escritos biblicos. Mas o que dizer acerca dos animais pre-historicos, que segundo a leitura do carbono teem milhoes de anos ou mesmo o homem de neandertal que parece que desapareceu ha cerca de 12000 anos. Sera que essas investigacoes pre-historicas sao erradas ou serao os anos que fala a biblia relativos, quer dizer se mil anos poderao valer um milhao?
    Gostaria que me informassem mais sobre este assunto polemico

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  8. Rômulo says:

    Carlos.

    Pelo que me parece, a datação por C14 é passível de algumas falhas. Matematicamente, ela pode ser confiável, mas a equação atuail não devem refletir a realidade dos séculos/milênios passados.

    Teoricamente, nada superior a 12000 anos (5.730 de meia-vida do C14) poderia ser datado pelo elemento, mas ajustes matemáticos permitem a calibração para até 20000.

    Isso não significa que a “regra de três” esteja correta, pois constantes numéricas indispensáveis para aplicar a regra do decaimento radiotivo não foram caracterizadas a apenas dois séculos atrás. Isto é, ninguém sabe qual era a concentração de carbono ou nitrogênio na atmosfera de 1.800 dC, muito menos de sua variante radiotiva C14!

    Para uma breve explanação de como o C14 é formado e absorvido, veja:
    http://www.seara.ufc.br/donafifi/datacao/datacao3.htm

    Como C14 se forma e questões que indicam que sua concentração não foi uniforme pela história:

    – Sua fonte energética é a “chuva radioativa” do espaço (especialmente o Sol). Ela é constante? NÃO!!!
    – Como o planeta tem lidado com a radioatividade estelar? Ultimamente com a diminuição do campo magnético, da camada de ozônio e aumento da atividade solar, o que temos? Mais C14 sendo formado.
    – O C14 recém formado deve reagir, após equilibrar-se com outros isótopos, com oxigênio livre. A concentração deste é constante hoje? Creio que sim, mas sempre foi? Talvez não.
    – As plantas incorporam em sua estrutura tanto C12, quanto C14, mas, volto a questionar, quanto existia de C14 no século XVIII?
    – Os cientistas testam, com bom grau de precisão, a razão C14:C12; comparam com a razão de uma planta viva DE HOJE; fazem a regra de 3 e afirmam que a planta preservada morreu no ano X…

    Portanto, a planta/material preservada(o) pode parecer muito mais antiga(o) apenas por ter pouco C14 incorporado e não porque precisou m.A. para se obter a razão C14:C12. Ou, simplesmente, porque as plantas atuais possuem mais C14 que as do século retrasado.

    Outras questões que ainda podem ser levantadas, são quanto a preservação do material orgânico, do tipo: quais intemperes poderiam destruir C14, ou acrescentar C12? Já sabemos TUDO a este respeito?

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  9. Ana Silva says:

    Rômulo:

    “Teoricamente, nada superior a 12000 anos (5.730 de meia-vida do C14) poderia ser datado pelo elemento”. Como assim?

    O tempo de meia-vida indica o tempo que demora a uma amostra de material radioactivo a passar a ter metade do seu tamanho, não a idade máxima que essa amostra pode ter. Por exemplo considere uma amostra que conte hoje 0,05 g de C14 (um valor excessivo, eu sei, mas é só para facilitar contas!). Como o C14 tem uma vida média de 5.730 anos então há 5.730 anos atrás a mesma amostra teria perto de 0,10 g. Há 11.000 anos a mesma amostra teria perto de 0,20 g e há 22.000 anos a mesma amostra teria perto de 0,40 g.

    Será a técnica de datação de C14 infalível? NÃO.

    Terão os receios expressos pelo Rómulo razão de ser? Sim, porque a técnica não é infalível (pelas razões que o Rômulo refere e mais algumas).

    Mas … o artigo em inglês da Wikipedia sobre datação de C14 refere que esta técnica pode ser aplicada para amostras até 60.000 anos. Mesmo que exista um erro na técnica que duplique os valores de idade de uma amostra, isso quer dizer que um resultado de 40.000 anos (ainda bastante abaixo dos 60.000 anos de máximo) vai corresponder na verdade a uma amostra com 20.000 anos.

    20.000 anos é bem acima de 12.000!

    (Já agora, não existe nada na literatura científica que indique que a datação de C14 dê erros que levem à duplicação da idade de uma amostra que se pense ter menos de 60.000 anos!)

    Pessoalmente considero um erro os “evolucionistas” defenderem em debates com “criacionistas” que o universo tem biliões de anos e que a Terra tem mais de 4 biliões de anos. Se a questão é apenas verificar se a linha temporal da Bíblia é coerente com aquilo que é conhecido da realidade física basta por a seguinte questão: Os factos científicos (físicos e/ou históricos) apontam para uma Terra com mais de 50.000 anos ou com menos de 50.000 anos?

    … e a resposta é: Os factos científicos (físicos e/ou históricos) apontam para uma Terra com mais de 50.000 anos.

    50.000 anos é bem acima de 12.000!

    (Basta pegar em outros métodos de datação radioquímica utilizados para datar amostras que se pensa terem centenas de milhares de anos. Mesmo que tivessem uma margem de erro de 90% uma amostra datada como tendo 1 milhão de anos teria pelo menos 100.000 anos.)

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  10. Rômulo says:

    Ana.
    Agradeço sua correção sobre o conceito de meia-vida dos elementos. Ele é verdadeiro e eu que me equivoquei. Mas também agradeço por concordar quanto as demais (e ainda outras?) insuficiências apontadas. Seria bom que pudéssemos conversar um pouco mais.

    E aproveitando teu conhecimento, talvez pudéssemos ainda esclarecer outros detalhes.

    Por exemplo, quando você apontou que 50 mg era um valor teórico excessivo, isto significa que na prática, os valores encontrados são bastante inferiores. Quais são os limites de detecção dos métodos atuais? A linearidade deles é validada como? Mesmo que equipamentos modernos possam detectar resíduos em picogramas, lidar com tais concentrações não seria um pouco perigoso? Tipo, 100 nanogramas a mais ou a menos não poderiam provir de contaminações, amostragens heterogêneas (uma “lasquinha” de um objeto raro…), valores iniciais desconhecidos, ou variáveis da metodologia? Com o C14 e seu tempo de meia-vida tão curto, os desvios poderiam ser menores, mas o que dizer de potassio/argonio e outros com meias-vidas de Ma?

    Outras técnicas (outros radioisótopos) não incorrem nos mesmos questionamentos? Como validar uma técnica usando outra sistematicamente duvidosa?

    Também já li algo sobre o desprendimento de hélio de rochas sedimentares. Pelo que me lembro (prefiro que a Ana concorde ou não), a frequencia com que este elemento é liberado de determinados depósitos sedimentares é constante e conhecida e possui um decaimento bastante rápido. Por esta frequencia, os resultados que vi não concordam com o de outros elementos para as idades sugeridas, pois há ainda muito hélio nestes depósitos.

    Não me lembro se a frequência do desprendimento do He ainda variaría conforme a temperatura e pressão (profundidade). Outros elementos leves e momentâneos, como os radiosótopos, não poderiam igualmente sofrer destas variáveis?

    E Ana, sem querer abusar, o que você acha (sua opinião) dos radiohalos do Dr. Robert Gentry?

    O colapso do tempo geológico

    Agradeço poder saber mais.

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  11. Ana Silva says:

    Rômulo:

    Os outros sistemas de datação não apresentam as dificuldades da datação do C14 porque não têm de ter em consideração a dependência da concentração inicial do isótopo na amostra e na atmosfera.

    Quanto a quantidades… utilizei valores de massa porque é mais fácil de explicar o conceito de meia vida dessa forma. Mas não é por acaso que um dos medidores mais famosos de radioactividade se chama “contador Geiger”. O que é contado é o “número” de átomos que é transformado por unidade de tempo.

    Em Química a quantidade de material presente numa amostra é “contada” em moles. Uma mole de qualquer substância são 6 x 10E23 de moléculas (6 seguido de 23 zeros) Uma mole de C14 pesa “apenas” 14 g mas contem 6 x 10E23 átomos de C14. Uma amostra com 1 picómetro de C14 pode parecer muito pouco mas contêm 4,29 x 10E10 (pouco mais de 4 seguido de 10 zeros) átomos de C14. Isso é muito átomo. Para comparação tente imaginar 4,29 x 10E10 berlindes.

    Portanto 1 picógrama pode parecer pouco…. Mas não em radioquímica.

    A datação radioquímica baseia-se num fenómeno físico tão previsível como o movimento dos planetas no sistema solar (que é explicado pelas leis do “criacionista” Newton). A radioactividade tem sido estudada por físicos e químicos desde o final do século XIX. É a base de muitas técnicas utilizadas em diferentes áreas científicas. É difícil acreditar que até hoje nenhum cientista tenha estudado e resolvido as perguntas colocadas pelo Rômulo.

    “Como validar uma técnica usando outra sistematicamente duvidosa?” A precisão da técnica de datação por C14 tem sido comprovada por comparação com técnicas de datação não-radioquímica, como a contagem de anéis nas árvores (que também se baseia num fenómeno natural bem previsível).

    Não conheço nada sobre “o desprendimento de hélio de rochas sedimentares” nem as suas consequências para a radiação radioquímica. Também não sei o que são os “radiohalos do Dr. Robert Gentry”, embora já tenha ouvido falar desse termo.

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  12. Rômulo says:

    Legal, Ana. Valeu pelas informações.

    Eu me lembro do número de Avogadro da época da escola e, se tais equipamentos são capazes de quantificar átomos sendo desprendidos em tempo real, um picograma de átomos de uma substância com o peso molecular do C14 parece ser o suficiente.

    “É difícil acreditar que até hoje nenhum cientista tenha estudado e resolvido as perguntas colocadas pelo Rômulo.” [não entendi, já não resolveram estas questões?].

    E Ana, será que validam com outras causas naturais bem estabelecidas, pois não temos árvores com mais de 5.000 anos na Terra para validar datas superiores?

    O Dr. Robert Gentry é bastante criticado por sua cosmovisão criacionista, mas seus achados estão publicados até na Science. Vais achar fácil na web.

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  13. Ana Silva says:

    Rômulo:

    “É difícil acreditar que até hoje nenhum cientista tenha estudado e resolvido as perguntas colocadas pelo Rômulo.” Estas questões, pelo que li, estão amplamente estudadas e explicadas.

    Tinha conhecimento de que o Dr. Robert Gentry tem artigos publicados em revistas científicas. E, como o Rômulo referiu, é fácil encontrar informações sobre os estudos de Gentry. Li entretanto alguma informação sobre o tema.

    Os haloradios aparecem em rochas de granito, uma rocha bastante comum no norte de Portugal que ainda hoje é utilizada como material de construção. Gentry refere que os haloradios resultam do decaimento de polónio, cujos isótopos têm um tempo de vida muito reduzido, e que a sua existência comprova que o granito se formou muito rapidamente.

    Outros cientistas referem que o polónio que produz os haloradios é um dos produtos do decaimento de rádon, um elemento químico também radioactivo, que resulta do decaimento de úrano. Segundo estes cientistas, os haloradios formam-se em zonas de microfracturas no granito, exactamente porque o rádon é um gás, podendo assim “viajar” pelas fracturas na rocha.

    Penso que a proposta destes cientistas é válida. Em Portugal existem pedreiras de granito em que o rádon é um contaminante problemático e existem também casas declaradas inabitáveis devido ao rádon libertado pelo granito utilizado na construção.

    “E Ana, será que validam com outras causas naturais bem estabelecidas?” A datação por C14 depende do conhecimento da concentração inicial de C14 na amostra e na atmosfera. Por isso é importante poder compara-la com outras técnicas. Mas o decaimento do C14 é simples: os átomos de C14 transformam-se em átomos de azoto-14, um isótopo estável. E é um facto incontestável que por cada 5.730 anos a quantidade de C14 numa amostra reduz-se para metade.

    Assim se esta técnica é válida para amostras com 5 000 anos é válida para amostras com 20 000 anos.Só não é válida para amostras com mais de 60 000 porque nestas a quantidade de C14 existente actualmente nessas amostras é demasiado pequena para poder ser determinada de forma fiável.

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  14. Rômulo says:

    Legal, Ana.

    Será que você teria um local onde eu pudesse ler sobre as respostas das minhas dúvidas? Imagino que eles tenham ponderado sobre as concentrações de C14 em épocas passadas.

    Pelos radiohalos de polônio, não entendi tua posição. Polônio e Radon são subprodutos da mesma cadeia de decaimento (Ur-Pb). E os radiohalos do Dr. Gentry foram idendificados em madeira carbonificada, as quais eram de três eras geológicas distintas, segundo evolucionistas, e continham apenas 3 halos. Para ser de Ra deveria ter mais algumas “marcas”.

    http://www.robertvgentry.com/
    É no mínimo curioso que o Dr. Gentry tinha apoio estatal para as pesquisas somente até uma data. Parece que depois, só conseguiu verbas em Los Alamos.

    Qualquer técnica só será válida se a equação de sua linearidade abarcar toda a operacionalidade real do evento. Não significa que se é válida num valor mediano e parcialmente linear, será válida em valores extremos.

    Mas, na verdade, não entendi como se valida C14 com anéis de árvores. Então a árvore que encontraram tinha 5.000 anéis e o valor do C14:C12 era igual a 5.000 anos?

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  15. Ana Silva says:

    Rômulo:

    Recolhi informações sobre a datação por C14 em diversas fontes em inglês. Basta consultar as primeiras que aparecem numa busca na Google com a expressão “carbon 14”. “Imagino que eles tenham ponderado sobre as concentrações de C14 em épocas passadas”. Imagina bem.

    “Polônio e Radon são subprodutos da mesma cadeia de decaimento (Ur-Pb)”. Verdade. Isso quer dizer que actualmente todo o rádon e o polónio existentes naturalmente no planeta Terra são resultantes do decaimento do úrano.

    Se vir a figura do site da Wikipedia (http://en.wikipedia.org/wiki/File:Decay_chain(4n%2B2,_Uranium_series).PNG) verifica que o rádom é um produto de decaimento de úrano (tendo o tório com elemento intermediário) e que o decaimento do rádon dá origem a um isótopo de polónio (Po218). Segundo os cientistas que referi este isótopo de polónio é um bom candidato a gerador de radiohalos.

    A hipótese destes cientistas pode explicar a existência de radiohalos em madeira fossilizada, independentemente da sua idade. O rádon (que tem uma meia vida de quase 4 dias) é um gás e como tal pode migrar por entre as microfissuras que todas as rochas (e fósseis) têm. O isótopo de polónio que resulta do decaimento do rádon tem uma meia vida de 3 minutos, pelo que rapidamente decai, formando os tais radiohalos.

    No blog “Considere a Possibilidade”, num artigo traduzido por Daniel Ruy Pereira em 2009 refere “Radiohalos são encontrados em toras de madeira recuperadas das minas de urânio do Platô do Colorado, oeste dos EUA. As toras, parcialmente convertidas em carbono, foram encontradas em rochas sedimentares ricas em urânio, provenientes de três formações geológicas diferentes”

    Se o Rômulo se está a referir a estas “toras de madeira” então o que é aplicável a granito é aplicável também aqui. Os radiohalos na madeira resultam do decaimento de polónio, que por sua vez resulta do decaimento de uránio (via rádon).

    “Qualquer técnica só será válida se a equação de sua linearidade abarcar toda a operacionalidade real do evento. Não significa que se é válida num valor mediano e parcialmente linear, será válida em valores extremos”. Em termos práticos sim. Em termos teóricos depende. Por exemplo a 2º Lei de Newton e a Lei de Ohm são consideradas válidas para além da “operacionalidade real do evento”. A equação do período de meia-vida para isótopos radioactivos também.

    Com já referi, “o decaimento do C14 é simples: os átomos de C14 transformam-se em átomos de azoto-14, um isótopo estável. E é um facto incontestável que por cada 5.730 anos a quantidade de C14 numa amostra reduz-se para metade. Assim se esta técnica é válida para amostras com 5.000 anos é válida para amostras com 20.000 anos. . Só não é válida para amostras com mais de 60.000 porque nestas a quantidade de C14 existente actualmente na amostra é demasiado pequena para poder ser determinada de forma fiável.”

    Pereira refere que todo o material radioactivo desaparece no tempo de dez meias vidas. Se isso for verdade então todo o C14 de uma amostra desaparece em sensivelmente 57.300 anos. E se isso for verdade, o método de datação de C14 é válido para amostras com pelo menos até 50.000 anos.

    E mesmo que as variações de C14 na atmosfera fossem tão grandes que criassem erros de 50% uma amostra datada com 50.000 anos teria na realidade 25.000 anos. O dobro do que deveria ser para se considerar verdadeira a linha temporal da Bíblia.

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  16. Se há métodos escrutinados são o C14 e os testes de adn. São paradigmas aceites para datação de artefatos e para investigações de paternidade. Nestas guerras jurídicas estão em jogo milhões.

    Não me consta que nenhum advogado, mesmo nos estados mais conservadores dos EEUU, tenha alegado que não acredita na datação por C14 ou duma paternidade provada por testes de ADN.

    Se houvesse a mais pálida hipótese dos testes por C14 não serem ciência ou fiáveis já tinha sido levantada.

    E a demonstração até é simples, Há uns anos atrás uma datação por C14 era muito cara e precisava de quantidades significativas de material.

    Atualmente os testes até são baratos e nem estragam o artefato.

    Tenho peças datadas por outros meios que o C14. Tiradas amostras e enviadas para laboratórios diferentes temos duas hipóteses:

    O C14 é treta e os resultados vão ser aleatórios.

    O C14 não parece treta e os resultados são consistentes com as datas dos artefatos.

    Ou é mais simples formular defender a teoria que o C14 não funciona mas que duma forma mágica os técnicos dos laboratórios – duma forma mágica – adivinham resultados de análises por C14?

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  17. Rômulo says:

    João.

    Nestas tuas disputas jurídicas onde os resultados das análises de C14 “valeram milhões”, algum artefato com mais de 10.000 já foi testado e seus resultados foram consistentes com suas datas históricas?

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  18. Leonardo says:

    Ops..vã e não van..hehehehe

    Continuo a acreditar que a terra tem milhões de anos, sem deixar de duvidar na palavra de Deus, absolutamente. Até porque os fósseis de dinossauros estão aí pra provar que eles existiram, e sem dúvida não seria possível o homem e dinossauro viverem na mesma época, só se o homem fosse para os dinossauros, assim como os coelhos são para nós. Enfim, quem somos nós para entender ou justificar a sabedoria e inteligência de Deus. NADA!

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  19. Leonardo says:

    Quer dizer então que o meu comentário não está de acordo com as regras do blog?
    Então opiniões divergentes não agrada o moderador? mesmo sendo de forma racional, educada e limpa!? Apagam tudo mesmo.
    Cada dia me espanto mais com as pessoas, Cristãs e não Cristãs.
    tenha um bom dia.

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  20. João Pedro says:

    Mas não é correto falarmos que “não faz sentido” Deus esperar milhões de anos. O tempo como conhecemos é contado a partir do homem. Deus não sente passagem de tempo, ele não tem pressa, não tem necessidade. O tempo apareceu com a criação do universo e isso pode sim ter demorado milhões de anos. Os famosos seis dias podem estar ligados aos seis passos que Deus usou para criar o mundo. As três “cascas” e os três conteúdos.

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  21. Luiz Amaral says:

    Desculpa eu dizer isso, mas nenhum dos argumentos me parecem derrubar isso que vc chamou de “teoria da falha”. Lendo o que diz em Gn 1:1, não temos nenhuma outra informação sobre o princípio. Pode ser qualquer coisa lá. Poderia ter outra criação. Qualquer coisa. O fato de Ele não nos explicar não significa que não aconteceu. Ele é soberano. E não é esta a segunda terra mesmo assim – é a primeira terra ainda, reformada, remodelada, restaurada…

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    • Miguel says:

      Lendo o que diz em Gn 1:1, não temos nenhuma outra informação sobre o princípio. Pode ser qualquer coisa lá.

      Não há qualquer indício de “falhas” de “milhões de anos” em Génesis 1. Quem diz que sim, tem que mostrar onde.

      O fato de Ele não nos explicar não significa que não aconteceu.

      O facto Dele não dizer nada em relação a isso, é um bom indício de que nunca aconteceu.

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