Como passar a ser um ateu

Com que então estás a pensar em passar a ser um ateu, certo? Eis aqui algumas dicas que te podem ser úteis nessa tua nova caminhada.

A primeira coisa que tens que fazer é ter cuidado. Sim, é fácil ser um ateu na internet mas já não é tão fácil na vida real. Por onde quer que tu andes – na rua, no campo, na praia – verás evidências de design inteligente à tua volta: o universo, os átomos, os pássaros, as abelhas, as nuvens e as árvores.

Ignora tudo isto, racionaliza sempre que puderes, e afirma que isso “surgiu” ou “emergiu” por acaso como efeito de forças não-inteligentes (sem planeamento, sem design e sem propósito). Se alguém te pedir algum tipo de explicação em relação a esses mecanismos de “surgimento”, ignora a pergunta e acusa a outra pessoa de ser um “fanático religioso”.

À noite, tenta não olhar muito para o céu e observar as estrelas e as nuvens que ainda estiverem vísiveis.

Não penses muito na forma e na elegância do universo; em vez disso, fecha o teu cérebro, e segue a manada afirmando que o mitológico “big bang” gerou e organizou os corpos celestes. Se alguém te listar alguns dos muitos problemas que a teoria do big bang tem (http://ow.ly/pjKdJ), e no seu lugar disser que Génesis tem uma explicação bem mais científica que a teoria do big bang,  rapidamente responde dizendo que quem inventou a teoria do big bang foi um padre. Ignora por completo o facto da tua resposta não anular o que o outro disse.

Quando passares por um espelho e  observares com atenção os teus próprios olhos, não te atrevas a pensar como é que um sistema de visão – infinitamente superior a qualquer coisa que os seres humanos podem fazer – pode ter surgido como efeito de eventos aleatórios. Para todo o lado que tu olhares com esses olhos, tu verás design, e a forma como vês é obra de design.

Agora vem a parte complicada: tens que acreditar que coisas como carros e computadores são obra de design inteligente, mas que “coisas” como pássaros, leões, formigas, camelos e couves não obra de design inteligente.

Mal tu consigas fazer isto, coroa-te a ti mesmo como um ser inteligente.

Depois de te convenceres que a vida animal e botânica é obra do acaso, procura por outros ateus como tu com quem possas partilhar o teu ponto de vista, e pessoas que te digam o quão inteligente tu és.

Para onde quer que tu fores, leva sempre contigo um livro do Richard Dawkins. Na pior da hipóteses, ele sempre pode servir para afugentar as moscas. (OBS: Isto não quer dizer que lugares com um excesso número de ateus sejam lugares cheios de moscas)

Para além disto, tens que afirmar com todas as tuas forças a verdade da evolução como forma de te tornares moralmente livre para fazeres o que bem quiseres. Afirma assertivamente que és “primo dos macacos”, e que “não existem absolutos”.

Nunca te esqueças de escrever “Deus” com um “d” pequeno porque isso é sinal de “inteligência”.

Decora frases como “A evolução é um facto” e “eu não acredito em deuses”. Usa a frase “deuses” porque assim não tens que lidar especificamente com o Deus Criador; é sempre mais fácil refutar aquilo que não está a ser alegado. Faz estas coisas com um sorriso
condescendente e um ar superior e poderás ser identificado como um neo-ateu.

É fácil ser ateu, não é?

Bem, na verdade não é fácil ser ateu porque para tal, terias que ter conhecimento infinito para poderes logicamente afirmar que Deus não existe (ateísmo).

Além disso, tu bem sabes que Ele existe porque tu vives assumindo coisas que só fazem sentido se Ele existe. Tu sabes que há coisas absolutamente erradas (violar bebés) e há coisas absolutamente certas (ajudar idosos a atravessar a rua). Se tu és um “verdadeiro  ateu”, tens que defender que existem situações onde *tu* (e não outra pessoa qualquer) consideras moralmente aceitável abusar sexualmente de bebés. Há alguma situação assim?

Portanto, tu não és nem nunca vais ser ateu; tu és, sim, uma pessoa rebelde ao Criador que tu sabes que existe. Desobedeces os Seus Mandamentos conscientemente mas racionalizas esse comportamento como consequência da mentira de que “Deus não existe”.

A boa notícia é que, mais cedo ou mais tarde, o teu pseudo-ateísmo terá um fim. Esperemos que ele termine antes de morreres porque 1 minuto depois da morte será tarde demais.