Por Michelle Starr
A Springer e a IEEE irão remover mais de 120 publicações científicas dos seus serviços de subscrição depois dum pesquisador ter descoberto que eles eram artigos gerados por computador sem qualquer tipo de sentido. Para as pessoas comuns, olhar para artigos cientificos pode ser um exercício de humildade. Nós sabemos a maior parte das palavras lá contidas, e certamente que elas, de alguma forma, fazem sentido, mas as pesquisas com conceitos mais apurados usam, por necessidade, uma linguagem mais complicada.
Aparentemente, nem mesmo os editores destes artigos científicos tão hábeis como nós pensamos que são, quando se trata de apurar o significado de certos termos, como revelou um pesquisador. O cientista da computação Cyril Labbé (Joseph Fourier University in Grenoble, França) passou dois anos a examinar artigos de pesquisa que haviam sido publicados, e descobriu que artigos gerados por computador foram usados em mais de 30 conferências, e mais de 120 forma publicados por instituições de publicação – mais de 100 pelo “Institute of Electrical and Electronic Engineers” (IEEE) e 16 pela Springer.
Os artigos foram gerados por um software gratuito chamado SCIgen, desenvolvido em 2005 por cientistas do MIT. O programa SCIgen gerou de modo aleatório artigos que não faziam sentido algum, recheados com gráficos, diagramas e citações, e o seu propósito era o de demonstrar a forma como as conferências facilmente aceitam documentos sem nexo.
Labbé, que construiu um site que permite aos utilizadores que verifiquem se um artigo foi gerado usando o programa, disse que não sabia o porquê dos artigos terem sido submetidos. A maior parte das conferências ocorreram na China, e muitos dos artigos citaram autores genuínos, havendo a hipótese de alguns deles saberem ou não saberem a forma como os seus nomes foram usados. Um dos autores alegou que havia criado o artigo para testar a conferência.
Ambas as casas de publicação retiraram os artigos em questão, embora algumas questões permaneçam. Ruth Springe, Chefe de Comunicações da Springer para o Reino unido e pessoa que está a percorrer estas questões, não só tentou entrar em contacto com os autores, como notou que as conferências em questão eram, de facto, revistas por partes, o que coloca em causa o processo actual. A IEEE, no entanto, recusou-se a comentar.
A pesquisa de Labbé foi publicada num artigo com o título “Publicações duplicadas e falsas na literatura científica: Quantos artigos da SCIgen existem na ciência computacional? [“Duplicate and fake publications in the scientific literature: how many SCIgen papers
in computer science?”]
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Na verdade, levando em conta o facto deles terem demonstrado que a revisão por pares é um filtro virtualmente ineficiente, e que a “ciência publicada” não é indicio de que o que foi publicado não é ficção, muito menos um reflexo de ciência genuína, é razoável afirmar que as coisas sem sentido geradas informaticamente eram de maior utilidade científica de que as publicações científicas comuns (atenção evolucionistas!).
Da forma como as coisas estão nos dias de hoje, é hilariante ver alguém apelar à ciência como forma de estabelecer um ponto – pior ainda para quem se apoia no cientificamente irrelevante “consenso científico” para tentar, sem sucesso, desacreditar o Criacionismo.