Por Evolution News & Views
Subir o Monte Evereste é um dos desafios físicos mais duros para o ser humano. Imagine-se chegar ao topo da montanha e ser recebido por um bando de gansos a voar por cima das nossas cabeças. Se por acaso viram o filme Flight: The Genius of Birds, é provável que se lembrem dos registadores de dados [“data loggers”] que apuraram a migração de Pólo a Polo da andorinha do Mar Ártico.
Cada vez mais os pesquisadores estão a usar estes engenhos nos animais migratórios como forma de descobrir os seus segredos. Uma das experiências mais recentes revelou alguns segredos surpreendentes dos gansos com faixa Asiático.
Estes gansos, mais pesados que 98% das aves, voam duas vezes por ano sobre os Himalaias sob condições que seriam letais para os seres humanos. Esta pesquisa, reportada na Science, foi entusiasticamente recebida pelos repórteres visto que ela envolve um espectacular passeio numa “montanha russa” sobre a mais elevada montanha da Terra. Isso, sim, é um passeio emocionante.
Uma equipa internacional de investigadores liderada por C.M. Bishop (Universidade Bangor – Reino Unido) equipou sete gansos com registadores de dados que documentaram a temperatura, a pressão, a aceleração e a frequência cardíaca das aves à medida que elas voavam durante 391 horas sobre a montanhas. Os investigadores não sabiam bem o que esperar:
Embora um dos gansos tenha sido directamente registado quando ele se encontrava à 7,290 metros de altura durante alguns breves momentos, nenhuma aferição da performance fisiológica e biomecânica do seu vôo havia alguma vez sido feito na natureza.
Pode-se pensar que as aves voam a estas elevadas alturas como forma de economizar a sua energia, mas isso haveria de as colocar rodeadas de ar excepcionalmente frio e rarefeito, o que iria causar a que os seus músculos se vissem privados de oxigénio. Pode-se pensar também que as aves voam tão alto como forma de minimizar o batimento das asas e, consequentemente, economizar energia.
As aves enganaram os cientistas ao aproveitarem-se da estratégia “montanha-russa” que, embora exija mais batimento de asas, na verdade conserva mais energia. Num curto resumo dos dados presente na Science, Sacha Vignieri explica:
A migração animal disponibiliza numerosos exemplos de proezas espantosas. Espantosa entre estas é a imigração do ganso-de-cabeça-listrada através das Montanhas dos Himalaias, que atinge alturas na ordem dos milhares de metros. Bishop et al. monitorizaram remotamente a frequência cardíaca, os movimentos e a temperatura corporal das aves durante a migração. O ganso “abraçou” as formas geográficas aproveitando-se das formas e dos padrões de vento. Esta estratégia inesperada economiza energia, embora isso signifique que o ganso tenha que, repetidamente, perder e recuperar altitude.
Este “comportamento inteligente” que permite que as aves “conquistem altitudes que o homem nunca poderá atingir sem ser com um avião” é descrito mais ainda por Elisabeth Pennisi na Science:
Para os seres humanos, o vôo transcontinental sem motores a jacto, sem cabines pressurizadas, e sem dezenas de milhares de quilogramas de combustível é algo quase impensável. Mas todos os anos, o ganso-de-cabeça-listrada voa da Mongólia para a Índia e de volta para a Mongólia, atravessando as montanhas mais elevadas do mundo munido apenas com as suas asas e pouca gordura corporal extra. Os pesquisadores ficaram a saber agora a forma como estas aves com 3 quilos fazem a sua viagem. Em vez de voarem em altas altitudes durante todo o seu vôo, estes gansos seguem o terreno, aproveitando-se dos ventos ascendentes para recuperar a altitude necessária.
Uma das aves foi medida a descer 1000 metros em apenas 20 minutos, e seguidamente a ascender 2000 metros durante a hora e meia seguinte. Este viagem louca, com as suas subidas gritantes e descidas aceleradas, deve ser tremendamente aventurosa para os gansos. Imaginem fazer com que um deles use um câmara GoPro durante o seu vôo.
Mas isto não é um parque de diversões visto que as aves imigram para sobreviver e para se reproduzirem. Como é que elas respiram estando elas imersas nesse tipo de ar?
Os dados fisiológicos explicam o porquê. Quando elas se encontram a voar em elevadas altitudes, as aves batem as suas asas não só de forma mais rápida, mas também de forma mais profunda (para cima e para baixo) como forma de se manterem no ar. O aumento da frequência do batimento das asas aumenta de modo exponencial a frequência cardíaca – que por vezes chega aos 450 batimentos por minutos – e a energia necessária.
Nas elevações mais baixas, onde o oxigénio é mais abundante, o batimento cardíaco é bem menor – cerca de 300 batimentos por minuto – e a energia necessária é muito menor, o que faz com que as descidas valham a pena. Mesmo quando elas estão a subir, muitas vezes elas não têm que se esforçar tanto como têm que se esforçar para manter o nível de vôo quando estão bem lá em cima. Bishop afirma que aparentemente elas “montam-se” nos ventos desviados do solo como forma de recuperar a elevação perdida
Como resultado, durante toda a sua viagem a média do batimento cardíaco é de 330 batimentos por minuto, revelando que “durante a maior parte do tempo estas enormes aves voaram bem longe da sua capacidade fisiológica máxima, apesar das condições extremamente difíceis”, escreve Bishop.
A BBC disponibilizou fotos das aves no seu habitat natural juntamente com os dados recolhidos da reportagem, e exibiu também um pequeno vídeo dos gansos em acção. Para além das suas marcas, estes gansos parecem-se com a espécie presente no filme Flight na secção dos músculos de vôo. Ao contrário de muitas aves, os gansos listrados não pairam. Numa medição, alguns gansos listrados foram vistos a bater as asas constantemente durante 17 horas.
Bater as asas é uma actividade energeticamente intensa e, em altitudes elevadas, é ainda mais complicado gerar uma elevação no meio de ar tão fino e de densidade tão baixa.
Bishop diz ainda que, “Os gansos não treinam e nem se aclimatam. Eles poderiam muito bem andar no topo do Monte Evereste e não ter qualquer tipo de problema.” Ele espera também que estudos genéticos possam revelar como é que os gansos-de-cabeça-listrada conseguem fazer isso.
Este é mais um exemplo espectacular da migração animal. Um pouco por todo o mundo, em quase todos os habitats, e em filos totalmente distintos, os animais continuam a surpreender-nos com as suas proezas navigacionais.
Para fazerem o que eles têm que fazer, cada um deles precisa de equipamento para avaliar a sua localização, sistemas sensoriais para identificar marcas geográficas de referência, sistemas propulsores como forma de se movimentarem de forma mais eficaz, e instintos que os façam activar os comportamentos certos. Todos estes sistemas entrelaçados desenvolvem-se a partir de instruções complexas embutidas nos seus genes.
Na série Design of Life, a Illustra Media já revelou a forma como borboletas com o peso duma grama podem migrar milhares de quilómetros do Canadá para o México, e a forma como a andorinhas Árcticas podem voar dum Pólo para o outro. O seu próximo filme, agendado para o Verão de 2015, irá partilhar exemplos dos mares que são, de certa forma, ainda mais espectaculares.
* * * * * * *
Embora o artigo de Elizabeth Pennisi faça uma leve alusão aos poderes criativos da natureza ao afirmar que “Os animais são extremamente hábeis em encontrar a maneira energeticamente mais eficaz de se movimentar através dos seus respectivos ambientes”, a realidade dos factos é que essa é uma declaração de fé sem qualquer suporte científico. Ou será que teremos que ser levados a acreditar que os animais foram testando (e morrendo durante o processo) as melhores formas de voar sobre altas elevações usando a menor quantidade de energia possível?
Os animais não “encontraram a maneira energeticamente mais eficaz” para a sua migração; eles NASCERAM a saber como é que isso se fazia. Dito de outra forma, uma vez que todo o aparato biológico necessário para a migração do ganso tinha que estar todo pronto e funcional desde o princípio, é por demais óbvio que esta capacidade não é o resultado dum processo gradual, mas sim o efeito dum processo criativo.
Deus é o Autor das capacidades migratórias dos animais e devido a isso, qualquer outra explicação é falha e, consequentemente, cientificamente irrelevante.
“Conheço todas as aves dos montes; e Minhas são todas as feras do campo.”
Salmo 50:11
“Os animais são extremamente hábeis em encontrar a maneira energeticamente mais eficaz de se movimentar através dos seus respectivos ambientes”
Caramba isso faz sentido?
Matéria e energia em movimentos desgovernados que-vão-alugar-nenhum-ou-vão-a-qualquer-lugar; oras, movimentos ao acaso, ad infinitum possuem habilidades em encontrar soluções???
Hããã???
É magia… Não há relação causa efeito… Apenas magia…
LikeLike
O darwinismo não tem dias maus… Afinal, a TE é teoria de tudo.
Aí eu vi isso:
2009 – Richard Dawkins afirma com segurança que a maior parte do genoma é lixo, assim como o darwinismo prevê! O que é um embaraço para os que duvidam de Darwin!
2012 – Richard Dawkins afirma com segurança que a maior parte do genoma não é lixo, assim como o darwinismo prevê! O que é um embaraço para os que duvidam de Darwin!
LikeLike
Pelo visto o Darwinismo prevê tudo, até mesmo aquilo que não previu.
Deviam mudar logo o nome pra teoria do tudo.
LikeLiked by 1 person
Pois é Dalton, o ID terias problemas óbvios se realmente os seres vivos não passassem de um amontado de lixo.
Mas o materialismo é absurdamente inconsistente, destrói a si mesmo, pois seria dizer que o lixo produziu tal coisa como nossa consciência, oras o lixo teria causado a incrível capacidade de reconhecer que somos um amontoado de lixo. É uma crença extraordinária que carece segundo os próprios materialistas provas extraordinárias.
O que temos:
Seres conscientes nascem de seres conscientes, aliás apenas seres conscientes geram seres conscientes e seres inconscientes geram seres inconscientes.
Materialista: Declaração extraordinária: Consciência surge da não consciência, em dois níveis; seres que não possuem consciência e da matéria que não possui consciência.
Cito:
Parece-me imensamente improvável que a mente é um mero subproduto da matéria. Porque, se os meus processos mentais são totalmente determinados pelos movimentos dos átomos no meu cérebro, eu não tenho nenhuma razão para supor que minhas crenças são verdadeiras. Eles podem soar quimicamente, mas isso não os faz soar de forma lógica. E, portanto, eu não tenho nenhuma razão para supor que meu cérebro é composto de átomos. A fim de escapar dessa necessidade de serrar o galho em que estou sentado, por assim dizer, sou obrigado a acreditar que a mente não está totalmente condicionada pela matéria “[[” Quando eu morrer “, em Mundos Possíveis.: and Other Essays [1927], Chatto e Windus: London, 1932, reimpressão, p.209].
LikeLike
“Para fazerem o que eles têm que fazer, cada um deles precisa de equipamento para avaliar a sua localização, sistemas sensoriais para identificar marcas geográficas de referência, sistemas propulsores como forma de se movimentarem de forma mais eficaz, e instintos que os façam activar os comportamentos certos.”
Logicamente que essa frase é um resumo de todo aparato biológico dessas incríveis aves.
Enquanto os biólogos estão decifrando mais esse “mistério da natureza”, os evolucionistas entram, como sempre, em modo imaginação.
Sempre ficam muitas perguntas para os evolucionistas.
Adianto uma hipótese.
Não seria o Himalaia formado por montanhas de cadáveres dos heróicos ancestrais evolutivos dos gansos, que resultaram nos atuais gansos estratosféricos?
LikeLike
😀 … hahahaha … Vai saber …
LikeLike
Considerando que animais reagem ao mundo na forma de ação/recompensa, é difícil imaginar que os gansos continuassem a viajar pelo trajeto que, antes dos gansos estratosféricos, simplesmente matasse qualquer ganso que pensasse em viajar por ele.
Uma hipótese mais provável de acontecer é: será que o trajeto que os ancestrais dos gansos estratosféricos faziam não era diferente?
LikeLike