De onde surgiu a ideia dos “milhões de anos”?

Por Terry Mortenson

Nos dias de hoje, a maior parte das pessoas do mundo – incluindo a maior parte das pessoas que se encontram dentro da Igreja – tomam como facto estabelecido que o universo tem milhões de anos (ou até milhares de milhões). As nossas escolas públicas – desde os jardins infantis até às universidades – ensinam os milhões de anos e a pessoa que coloque isso em causa é ridicularizada. Mas as coisas nem sempre foram assim, e como tal, é importante entender como foi que esta mudança ocorreu.

Os Primórdios da Geologia

A Geologia, como uma área científica distinta e com os seus próprios estudos sistematizados, com a sua colecção e classificação das rochas e dos fósseis, bem como com a elaboração de reconstruções teoréticas dos eventos passados que podem ter formado as camadas rochosas e fósseis, só tem cerca de 200 anos. Antes dessa altura, e voltando para o tempo dos antigos Gregos, as pessoas haviam notado fósseis nas rochas. Muitos acreditavam que os fósseis eram restos de animais vivos que haviam-se transformado em pedra, e muitos Cristãos do passado (tais como Tertuliano, Crisóstomo e Agostinho), atribuíram esses fósseis ao Dilúvio de Noé.

Mas outras pessoas rejeitaram estas ideias e consideraram estes fósseis ou como piadas da natureza, ou como o produto de rochas com vida (de alguma forma), ou como o acto criativo de Deus, ou então como decepções de Satanás. O debate foi finalmente resolvido quando Robert Hooke (1635–1703) confirmou (através de análise microscópica de madeira fóssil) que os fósseis eram restos mineralizados de formas que haviam estado vivas no passado.

StenoAntes de 1750, um dos mais importantes pensadores geológicos era Niels Steensen (1638–1686), ou Steno, um anatomista e geólogo Dinamarquês. Ele estabeleceu o princípio da sobreposição, isto é, que as camadas rochosas sedimentares eram depositadas duma forma sucessiva, essencialmente horizontal, de modo a que o estrato inferior seja depositado antes do estrato superior.

No seu livro Forerunner (1669), Steno expressou a sua crença numa Terra com cerca de 6,000 anos e que os estratos rochosos contendo fósseis haviam sido depositados pelo Dilúvio de Noé. Durante o século seguinte vários autores – incluindo o geólogo Inglês John Woodward (1665–1722) e o geólogo Alemão Johann Lehmann (1719–1767), escreveram livros a defender essencialmente o mesmo ponto de vista.

Nas últimas décadas do século 18, alguns geólogos Franceses e Italianos rejeitaram o relato Bíblico do Dilúvio e atribuíram o registo geológico ao efeito de processos naturais que haviam ocorrido durante um longo período de tempo. Alguns Franceses famosos contribuíram também para a ideia dos milhões de anos. No seu livro Epochs of Nature (1779), o amplamente respeitado cientista Comte de Buffon (1707–1788) imaginou que a Terra havia sido no passado uma bola quente derretida que havia gradualmente arrefecido até atingir o estado actual há cerca de 75,000 anos (embora os seus manuscritos não-publicados falem em 3,000,000 anos).

O astrónomo Pierre Laplace (1749–1827) propôs a hipótese nebular no seu livro “Exposition of the System of the Universe” (1796). Esta teoria defendia que o sistema solar havia sido uma nuvem de gâs, quente e em rotação, e que com o passar do tempo arrefeceu e se condensou para formar os planetas. Jean Lamarck, especialista em criaturas com concha, advogou a teoria da evolução biológica durante longos períodos de tempo no seu livro Philosophy of Zoology (1809).

Abraham Werner (1749–1817) foi um famoso professor de mineralogia na Alemanha, e ele acreditava que a maior parte da crosta terrestre havia sido precipitada quimicamente, ou mecanicamente, através dum oceano global em lenta recessão durante os milhões de anos. Esta era uma teoria elegantemente simples mas Werner falhou ao não levar em conta os fósseis que se encontram dentro das rochas.

Este foi um erro sério visto que os fósseis dizem muito mais sobre o período em que os sedimentos foram depositados, e a que velocidade eles foram depositados e transformados em pedra. Muitos dos grandes geólogos dos século 19 foram alunos de Werner, e eles foram impactados pela ideia duma história longa para a Terra.

Na Escócia, James Hutton (1726–1797) estava a desenvolver uma história da Terra diferente. Ele havia estudado medicina na universidade, e depois dos estudos, ele geriu durante algum tempo a quinta da familiar. Mas ele rapidamente descobriu o seu verdadeiro amor: o estudo da Terra. Em 1788 ele publicou uma artigo para uma revista e em 1795 um livro, ambos com o mesmo título: “Theory of the Earth“.

Hutton propôs a ideia de que os continentes se estavam a erodir lentamente para dentro dos oceanos. Estes sedimentos estavam a ser lentamente endurecidos pelo calor interno da Terra e elevados através de convulsões como forma de se transformarem nas massas de terra que iriam, mais tarde, ser erodidas, endurecidas e elevadas. Portanto, no seu ponto de vista, a história da Terra era cíclica, declarando que ele não conseguia encontrar evidências dum início do registo geológico, o que [segundo ele] era evidência duma história terrestre indefinidamente longa.

O Debate entre o Catastrofismo e o Unitarianismo

Nem Werner e nem Hutton prestaram muita atenção aos fósseis, no entanto, no princípio do século 19, Georges Cuvier (1768–1832), o famoso anatomista comparativo e paleontólogo de vertebrados, desenvolveu a sua teoria catastrofista da história da Terra. Esta teoria foi expressa de modo mais claro no seu Discourse on the Revolutions of the Surface of the Globe (1812). Cuvier acreditava que durante o avanço das longas e incontáveis eras da história da Terra, muitos dilúvios catastróficos regionais ou de alcance quase global haviam destruído e enterrado as criaturas nos sedimentos. Com a excepção de uma, todas estas catástrofes haviam ocorrido antes da criação do homem.

William Smith (1769–1839) era um engenheiro de drenagem e topógrafo que, durante o seu trabalho na Grã-Bretanha, começou a ficar fascinado com a ideia dos estratos fósseis. Tal como Cuvier, ele tinha uma visão catastrofista e defendia uma história da Terra onde ela era antiga. Em três obras publicadas entre 1815 a 1817, ele apresentou o primeiro mapa geológico da Inglaterra e do País de Gales, e explanou uma ordem e uma cronologia relativa das formações rochosas tal como definidas por certos fósseis característicos (fósseis-index). Ele ficou conhecido como o “Pai da Estratigrafia Inglesa” visto que ele desenvolveu o método de atribuição de datas relativas às camadas rochosas com base nos fósseis que são encontrados nelas.

O catastrofismo foi vítima dum revés enorme durante o período que foi de 1830 a 1833, quando Charles Lyell (1797–1875), um advogado e um antigo estudante de Buckland, publicou os seus influentes três volumes da obra Princípios da Geologia. Revivendo e expandindo as ideias de Hutton, o livro de Lyell avançou com os princípios que ele pensava que deveriam ser a base para qualquer interpretação geológica.

A sua teoria era um uniformitarianismo radical onde ele insistia que só os processos actuais de mudanças geológicas, ocorrendo segundo taxas de intensidade e magnitude actuais, deveriam ser usadas para interpretar o registo rochoso de actividades geológicas passadas. Dito de outra forma, os processos geológicos de mudança tem sido uniformes através de toda a história da Terra, Lyell insistiu que nenhum dilúvio catastrófico continental ou global havia ocorrido.

Charles_LyellÉ frequente Lyell receber demasiado crédito (ou demasiada culpa) por ter destruído a fé no Dilúvio de Génesis e na linha temporal Bíblica, mas não nos podemos esquecer que muitos Cristãos (geólogos e teólogos) contribuíram para esta fragilização do ensino Bíblico muito antes do livro de Lyell ter aparecido. Embora a teoria catastrófica tenha reduzido de forma considerável a importância geológica do Dilúvio de Noé e expandido a história da Terra para além da visão Bíblica tradicional, o trabalho de Lyell foi o golpe final na crença no Dilúvio.

Ao explicar todo o registo geológico através de processos lentos e graduais, ele reduziu assim a importância do Dilúvio para um não-evento geológico. O catastrofismo não morreu imediatamente, embora por volta do final da década 1830 ainda existissem alguns catastrofistas e eles acreditassem que o Dilúvio de Noé fosse geologicamente insignificante. Parao final do século 19, todos os geólogos colocavam a idade da Terra na ordem das centenas dos milhões de anos . Os métodos de datação radiométrica começaram a ser desenvolvidos por volta de 1903, e durante o século 20 a idade da Terra expandiu para os 4,5 mil milhões de anos.

Respostas Cristãs à Geologia da Terra Antiga

Durante a primeira metade do século 19, a Igreja respondeu de várias formas à estas teorias da Terra antiga proposta pelos catastrofistas e pelos uniformitarianistas. Um certo número de escritos da Grã-Bretanha (e uns poucos dos Estados Unidos), que ficaram conhecidos como os “geólogos escriturais”, levantaram argumentos Bíblicos, geológicos e filosóficos contra as teorias da Terra antiga.

Alguns destes homens eram cientistas enquanto que outros faziam parte do clero. Alguns eram, ao mesmo tempo ordenados pela Igreja e cientificamente muito bem informados, como era comum naqueles dias. Muitos deles eram geologicamente bastante competentes segundo os padrões da altura, e esta competência era consequência das suas leituras mas também da sua análise cuidadosa das rochas e dos fósseis. Eles eram de opinião que o relato Bíblico da criação e o Dilúvio de Noé explicavam o registo rochoso de forma muito melhor que as teorias da Terra antiga.1

No entanto, outros Cristãos do início do século 19 aceitaram rapidamente a ideia dos milhões de anos e tentaram acomodá-la dentro de Génesis precisamente durante a altura em que os uniformitarianistas e os catastrofistas ainda debatiam e a geologia ainda estava a dar os seus primeiros passos como ciência. EM 1804, Thomas Chalmers (1780–1847), um jovem pastor Presbiteriano, começou a pregar que s Cristãos deveriam aceitar a ideia dos milhões de anos; e em 1814, numa revisão ao trabalho de Cuvier, ele propôs que todo o tempo poderia caber entre Génesis 1:1 e Génesis 1:2.

Por essa altura, Chalmers estava a tornar-se num líder evangélico altamente influente, e consequentemente, a sua “teoria da falha” tornou-se muito popular. Em 1823, o respeitado teólogo Anglicano George Stanley Faber (1773–1854) começou a propor o ponto de vista dia-era, nomeadamente, que cada dia da criação era um dia figurativo para longos períodos de tempo – e não dias literais.

Como forma de aceitar estas idades geológicas, os Cristãos tiveram também que reinterpretar o Dilúvio de Noé. Por volta dos anos 1820s, John Fleming (1785–1857), um sacerdote Presbiteriano, contendeu que o Dilúvio de Noé havia sido tão pacífico que não havia deixado qualquer tipo de evidência duradoura. John Pye Smith (1774–1851),um teólogo Congregacional, preferiu olhar para o Dilúvio como uma inundação localizada no vale da Mesopotâmia (actual Iraque).

A teologia liberal, que no início do século 19 dominava a Igreja na Europa, começou a invadir a Grã-Bretanha e a América durante os anos 1820s. Os liberais olhavam para Génesis 1 como um relato historicamente tão pouco fiável tão não-científico como os mitos da criação de dos dilúvios dos antigos Babilónios, Sumérios e Egípcios.

Apesar dos esforços dos geólogos escriturais, estas variadas interpretações de Terra antiga prevaleceram, e como tal, por volta de 1845 todos os comentários de Génesis haviam abandonado a cronologia Bíblica e o Dilúvio global; e por alturas do livro de Darwin “A Origem das Espécies” (1859), o ponto de vista da Terra jovem havia essencialmente desaparecido dentro da Igreja.

Charles_SpurgeonA partir daí para frente, a maior parte dos líderes Cristãos e estudiosos da Igreja aceitou os milhões de anos e insistiu que a idade da Terra não era importante. Muitos homens piedosos rapidamente aceitaram também a evolução, mas a falta de espaço só nos permite citar alguns exemplos. O “príncipe dos pregadores” Baptista, Charles Spurgeon (1834–1892) aceitou sem reservas a geologia da Terra antiga (embora ele nunca tenha explicado a forma como ela se ajustava dentro da Bíblia). Num sermão de 1855, ele disse:

Pode algum homem me dizer quando foi o princípio? Há anos atrás nós pensávamos que o início do mundo havia sido quando Adão apareceu, mas entretanto descobrimos que durante milhares de anos antes dele Deus esteve a preparar a matéria caótica de forma a torná-la uma morada para o homem, colocando raças de criaturas sobre ele, que pudessem morrer e deixar para trás as marcas da sua obra e da sua maravilhosa perícia, antes Dele julgar o homem com a Sua Mão. 2

O grande teólogo Presbiteriano do Princeton Seminary, Charles Hodge (1779–1878), insistiu que a idade da Terra não era importante. Inicialmente ele favorecia a teoria da falha mas mudou para a teoria da dia-era na parte final da sua vida. O seu compromisso contribuiu para a eventual vitória da teologia liberal em Princeton cerca de 50 anos após a sua morte.3

C. I. Scofield colocou a teoria da falha em Génesis na sua “Scofield Reference Bible”, que foi usada por milhões de Cristãos por todo o mundo. Mais recentemente, um respeitado erudito do Antigo Testamento afirmou:

Com uma leitura superficial de Génesis 1 ficamos com a impressão de que todo o processo criativo durou seis dias com 24 horas. Se esta era a intenção do autor Hebraico….. isto parece contradizer as pesquisas científicas modernas, que indicam que o planeta Terra foi criado há muitos milhares e milhões de anos atrás. . .4

Numerosas declarações semelhantes provenientes de líderes e estudiosos Cristãos, e feitas durante as últimas décadas, poderiam ser citadas como forma de mostrar que a sua interpretação de Génesis é controlada pelo facto deles assumirem que os geólogos provaram os milhões de anos. Consequentemente, a maior parte dos seminários e universidades Cristãos por todo o mundo estão perturbadas.

Aliança Desnecessária

A triste ironia desta aliança é que, na última metade do século passado, a Verdade de Génesis 1-11 tem sido gradualmente confirmada (muitas vezes sem ser essa a intenção) através do trabalho de evolucionistas. O uniformitarianismo de Lyell presente no seu livro “Princípios de Geologia” dominou a geologia até cerca dos anos 1970, quando Derek Ager (1923–1993), um proeminente geólogo Britânico, bem como muitos outros, foram de modo crescente colocando em causa as pressuposições de Lyell, alegando que o registo rochoso revela evidências de rápidas erosões catastróficas ou sedimentação, reduzindo de modo drástico o tempo envolvido na formação de muitos depósitos  geológicos.

Ager, um ateu até à sua morte (pelo menos é com essa ideia que ficamos depois de ler os seus escritos), explica desta forma  influência que Lyell teve na geologia:

A minha desculpa para esta divagação longa e pouco profissional para dentro da História prende-se com o facto de eu tentar mostrar a forma como eu penso que a geologia caiu nas mãos dos teóricos [uniformitarianistas], que foram condicionados pela história social e política dos seus dias muito mais do que pelas observações no campo. . . . Dito doutra forma, nós permitimos que levássemos uma lavagem cerebral de modo a que evitássemos qualquer interpretação do passado que envolvesse processos extremos e o que podem ser chamados de “catastróficos”.5

Estas interpretações “neo-catastróficas” ds rochas desenvolveram nos dias de hoje com o ressurgimento da “Geologia do Dilúvio”, um ponto de vista muito semelhante ao mantido pelos geólogos escriturais do século 19 e um ingrediente-chave para o criacionismo da Terra jovem (que, essencialmente, teve o seu início no mundo com a publicação do livro The Genesis Flood (1961) por parte dos Drs John Whitcomb e Henry Morris. Este movimento tem hoje alcance mundial, e a sofisticação científica do modelo científico está a aumentar com o passar do tempo.

Muitos Cristãos alegam actualmente que temos que batalhar contra o Darwinismo com argumentos provenientes da Teoria do Design Inteligente, deixando Génesis fora do debate público. Mas esta estratégia foi tentada no princípio do século 19 através de muitos escritos centrados na teologia natural, culminando, em 1830, com 8 volumes que ficaram, colectivamente, conhecidos como os Bridgewater Treatises.

Estes livros estavam a “pregar aos convertidos” e nada fizeram para retardar a queda da cultura rumo ao ateísmo e ao deísmo. De facto, ao fragilizar a ideia da Terra jovem e ao ignorar as Escrituras na sua defesa do Cristianismo, eles contribuíram isso sim para o enfraquecimento da Igreja. O mesmo se passa nos dias de hoje.

O reconhecido ateu evolucionista e professor da Universidade de Harvard, o biólogo Ernst Mayr disse o seguinte:

A revolução [Darwiniana] começou quando se tornou óbvio que a Terra era antiga e que ela não havia sido criada a apenas 6,000 anos. Esta descoberta [dos milhões de anos] foi a bola de neve que deu início a toda a avalanche. 6

Mayr estava certo em torno da idade da Terra (e não a teoria de Darwin) ter sido o início da avalanche da descrença. Ele estava no entanto errado em relação à ideia dos milhões de anos ter sido uma “descoberta” das pesquisas científicas. Pelo contrário, essa “descoberta” foi o fruto das crenças filosóficas anti-Bíblicas que foram usadas para interpretar as rochas e os fósseis. As pesquisas históricas têm demonstrado que Laplace era um ateu assumido, que Buffon, Lamarck, Werner, e Hutton eram deístas ou ateus, e que Cuvier, William Smith, e Lyell eram deístas ou teístas vagos. Estes homens (que influenciaram o pensamento dos Cristãos alienados) não eram averiguadores da verdade objectivos e sem preconceito.

Típico do que Lyell, Buffon, e outros escreveram, sobre declaração de Hutton. Ele [Mayr] insistiu:

A história passada do nosso globo tem que ser interpretada através do que pode ser visto a acontecer nos dias actuais…. Não podem ser invocados poderes que não são naturais ao globo, nenhuma acção pode ser admitida excepto aquela cujo princípio nós conhecemos.7

Ao insistir que os geólogos têm que operar dentro dos processos naturais actuais e conhecidos, ele colocou de parte a criação sobrenatural e o singular Dilúvio de Noé – tal como ele se encontra descrito – antes mesmo de analisar as rochas. Não de estranhar, portanto, que Hutton fosse incapaz de ver as sobrepujantes evidências que confirmam o ensino Bíblico da criação, do Dilúvio, e da idade da Terra.

E também não é de admirar que todos os estudantes de geologia que tenham recebido uma lavagem cerebral com as mesmas pressuposições durante os últimos 200 anos também sejam incapazes de ver as mesmas evidências. Não podemos ficar surpresos com o facto da maioria dos líderes Cristãos e académicos serem ignorantes em relação a estas evidências. Também eles levaram uma lavagem cerebral, tal como muitos criacionistas da Terra jovem também levaram.

As consequências desastrosas da aliança

Os geólogos escriturais do início do século 19 eram opostos às teorias geológicas da Terra antiga não só porque elas reflectiam um pensamento científico errado, como se encontravam em oposição às Escrituras, mas também porque eles acreditavam que a cedência Cristã perante tais teorias iria eventualmente ter um efeito catastróficos na saúde da Igreja, e no seu testemunho para um mundo perdido. Henry Cole, um pastor Anglicano, escreveu:

Henry_ColeMuitos geólogos reverenciados, no entanto, iriam evidenciar a sua reverência pela Revelação Divina fazendo uma distinção entre as suas porções históricas e morais, mantendo que só as últimas são Verdade inspirada e absoluta, mas a primeira não é.  Desde logo, a primeira encontra-se aberta a toda a latitude de interpretação filosófica e científica, modificação e negação!

Segundo estes modificadores e separadores ímpios e infiéis, não há nem um terço da Palavra de Deus que é inspirada, visto que não mais – e se calhar nem tanto – da Palavra de Deus encontra-se ocupada com a revelação moral abstracta, com a instrução, e com preceitos. Os outros dois terços, portanto, encontram-se abertos a qualquer modificação e interpretação científica ou, (se for cientificamente exigido), uma negação total!

Pode no entanto ser seguramente afirmado que, mesmo que professamente, e perante os homens, não se acredite na inspiração de qualquer parte da Revelação, perante a Deus, essa pessoa desacredita de todo na sua inspiração.. . . . Como serão as consequências de tais coisas para uma terra possuidora da Revelação, só o tempo irá rapidamente e terrivelmente revelar nas suas páginas iniciais do cepticismo nacional, da infidelidade, e da apostasia, e da justa vingança de Deus sobre a mesma!8

Cole e outros opositores das teorias da Terra antiga correctamente entenderam que as porções históricas da Bíblia (incluindo Génesis 1-11) era fundamentais para os ensinamentos teológicos e morais das Escripturas. Se a credibilidade das primeiras [as porções históricas] fosse colocada em causa, então asistir-se-á a uma rejeição das segundas [porções teológicas e morais] – tanto dentro como fora das Igrejas.

Se por acaso os geólogos escriturais se encontrassem vivos hoje, e vissem o diagrama exposto em baixo, eles diriam, “Essa imagem é precisamente o que nos preocupava!” A história das – outrora – nações Cristãs da Europa e dos Estados Unidos tem confirmado os piores medos dos geólogos escriturais em torno da Igreja e da sociedade.

Chegou a hora da Igreja, especialmente os seus líderes e os seus estudiosos, de parar de ignorar a idade da Terra e as evidências científicas que cada vez mais confirmam a Palavra de Deus. Os Cristãos têm que se arrepender da sua cedência aos milhões de anos e mais ua vez acreditar e pregar a verdade literal de Génesis do capítulo 1 ao capítulo 11. Chegou a hora de voltarmos a conquistar a cultura

Ataque_Fundamentos

–  http://goo.gl/JF83Iq

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"Posterity will serve Him; future generations will be told about the Lord" (Psalm 22:30)
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12 Responses to De onde surgiu a ideia dos “milhões de anos”?

  1. Vinícius Sena says:

    Mats, você é um louco fanático! Deixa de loucura cara, para de acreditar em conto de fadas, em contos primitivos de ambulantes do deserto sacrificadores de animais.

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    • Lucas says:

      Vinicius

      Mats, você é um louco fanático! Deixa de loucura cara, para de acreditar em conto de fadas, em contos primitivos de ambulantes do deserto sacrificadores de animais.

      Eu gosto sempre quando vocês evolucionistas me “criticam” com estes adjectivos porque os mesmos revelam de forma cabal a inclinação religiosa do vosso sistema de crenças.

      Continua a rejeitar o Criador e a qualificar o que Ele revelou nos últimos 6,000 anos de “conto de fadas” e “contos primitivos” porque estás no “bom” caminho.

      Mats

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      • Por que você responde a um cara que te chama de “louco fanático” chamando-o de “louco fanático”? Vocês dois seriam loucos fanáticos? Não se esqueça que existem muitos credos e fés (ou como diria um amigo meu, existem muitas “feses”.

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    • dvilllar says:

      Vinicius Sena

      “Mats, você é um louco fanático! Deixa de loucura cara, para de acreditar em conto de fadas, em contos primitivos de ambulantes do deserto sacrificadores de animais.”

      Enquanto lês isto, uma máquina biológica, o teu organismo, executa infinidades de processos automatizados, os quais nem percebes e permitem que vivas, ainda que amaldiçoes Quem te criou.

      Fantasioso é ACREDITAR que a extasiante complexidade da vida decorre do acaso e dependa de que a sorte selecione “zilhões” de mutações até chegar ao mais singelo dos seres vivos.

      Vinícius Sena, como podes certificar que teus processos cerebrais, oriundos, de acordo com tua fé, de caprichos aleatórios da natureza, permitam que diferencies o certo do errado?

      Como disse o senhor Gilbert Chesterton:

      “É inútil falar sempre da alternativa entre razão e fé. A própria razão é uma questão de fé. É um ato de fé afirmar que nossos pensamentos têm alguma relação com a realidade por mínima que seja.”

      “Se você for simplesmente um cético, mais cedo ou mais tarde precisará perguntar-se o seguinte: Por que alguma coisa deveria dar certo, mesmo que se trate de observação ou dedução? Por que a boa lógica não seria tão enganadora quanto a lógica ruim? Ambas são movimentos no cérebro de um macaco perplexo”.

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  2. Ana Silva says:

    “Mayr estava no entanto errado em relação à ideia dos milhões de anos ter sido uma “descoberta” das pesquisas científicas. Pelo contrário, essa “descoberta” foi o fruto das crenças filosóficas anti-Bíblicas que foram usadas para interpretar as rochas e os fósseis. As pesquisas históricas têm demonstrado que Laplace era um ateu assumido, que Buffon, Lamarck, Werner, e Hutton eram deístas ou ateus, e que Cuvier, William Smith, e Lyell eram deístas ou teístas vagos.”

    Esta é uma falácia que recorre a um argumento ‘ad hominem’: ataca-se as hipóteses científicas apresentadas pelos cientistas citados tendo por base não as próprias hipóteses, mas o “facto” de que estes cientistas eram ateus ou professavam um tipo “errado” de cristianismo (os tais “deistas ou teistas vagos”).

    É verdade que as crenças pessoais dos cientistas podem influenciar o seu trabalho. Mas os méritos de qualquer hipótese científica e, principalmente, qualquer teoria científica NÂO dependem que quem a propõe ou de quem a defende. As teorias científicas são comprovadas ou invalidadas APENAS pela sua capacidade de explicar os fenómenos naturais.

    O Dr. Terry Mortenson, autor do texto expõe a sua cultura geral em história de geologia nomeando uma série de geólogos que aceitaram que a Terra terá “milhões de anos”. Mas depois esquece-se de explicar porquê ou de dizer em quê que se baseavam estes cientistas para chegarem a tais conclusões. Mortenson ESQUECE-SE DE JULGAR OS MÉRITOS das hipóteses e das explicações apresentadas pelos cientistas que cita. Em vez disso refugia-se nas hipotéticas opiniões religiosas que ele imputa aos cientistas.

    Pena que este texto, falando tanto de geologia, ignore por completo a teoria científica que hoje serve por base a esta área científica. O próprio nome da teoria está ausente no texto. É a teoria da tectónica de placas.

    Ou seja, é pena que Mortenson não tenha referido as razões científicas apresentadas pelos geólogos ACTUAIS para defender “a ideia dos ‘milhões de anos'”, razões que estão baseadas na teoria das placas tectónicas.

    É uma pena também que Mortenson não tenha relacionado o trabalho realizado por todos os cientistas que citou com a teoria da tectónica de placas. Mais interessante ainda era conhecer a opinião de cientistas criacionistas com formação em geologia como o Dr. Terry Mortenson sobre esta teoria (confesso a minha ignorância nesse tema).

    Um próximo texto, talvez?

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  3. Ezqeu says:

    E onde entram aí as datações antigas pro carbono?

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  4. Ana Silva says:

    Mats:

    Escrevi um comentário a este post, mas ele não aparece. Aconteceu algum problema?

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  5. Darcy says:

    [Por volta de 1845 todos os comentários de Génesis haviam abandonado a cronologia Bíblica e o Dilúvio global; e por alturas do livro de Darwin “A Origem das Espécies” (1859), o ponto de vista da Terra jovem havia essencialmente desaparecido dentro da Igreja]

    Do ponto de vista adventista, não por coincidência, mas em cumprimento da profecia bíblica (em conexão com a profecia messiânica mais poderosa das Escrituras), um movimento mundial de contraposição às ideias evolucionistas e de advertência e conclamação aos homens para que adorem o Criador surgiu justamente na altura do período citado, com apogeu e consolidação nos anos de 1844 a 1863, e proclamação, desde aquela época, das mensagens de Apocalipse 14:6-11: “Temei a Deus e rendei-lhe glória; porquanto a hora do seu Juízo chegou. Adorai Aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas!”

    Uma breve exposição:
    http://dialogue.adventist.org/articles/18_3_dupreez_p.htm

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  6. Fernando says:

    Mats, o que me diz deste site (http://ageofrocks.org)? Ele é de geólogo e há vários tópicos refutando as reivindicações científicas do site answers in Genesis….estou muito confuso agora….confuso mesmo….e coloca confuso nisso…

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