A fisiologia está a estremecer os fundamentos da biologia evolutiva

Por Casey Luskin

Denis_NobleUm artigo presente na revista científica Experimental Physiology por parte do eminente biólogo Britânico Denis Noble tem o provocante título, “Physiology is rocking the foundations of evolutionary biology.” Ele alega que “[A] ‘Síntese Moderna’ (Neo-Darwinismo) é uma visão gene-cêntrica da evolução, originada no século 20, baseada na acumulação de mutações aleatórias que produzem mudanças graduais através da selecção natural” mas hoje em dia sabemos que este ponto de vista está errado porque “as mudanças genéricas estão longe de serem aleatórias e normalmente não são graduais.” Em relação ao ponto de vista Neo-Darwiniano, Noble não mediu palavras:

Não é só a tradicional visão da genética molecular do século 20 que está em causa. A própria teoria da evolução está num estado de alteração (Jablonka & Lamb, 2005; Noble, 2006, 2011; Beurton et al. 2008; Pigliucci & Muller, 2010; Gissis & Jablonka, 2011; Shapiro, 2011). Neste artigo irei mostrar que as pressuposições centrais da Síntese Moderna (frequentemente chamada de Neo-Darwinismo) foram refutadas.

Noble reconta então essas pressuposições: (1) que “as mudanças genéticas são aleatórias,” (2) que “as mudanças genéticas são graduais,” (3) que “depois das mudanças genéticas, a selecção natural causa a que variações genéticas particulares (alelos) aumentem de frequência dentro da população,” e (4) que a “herança de características adquiridas é impossível.” Ele cita então exemplos que refutam cada uma destas pressuposições, focando-se especificamente nos exemplos recém-descobertos da herança de características adquiridas. Em relação a esta última pressuposição, ele nota:

  • Um disruptor composto endócrino pode “induzir estados de doença ou anormalidades transgeracionais que são herdadas durante pelo menos 4 gerações nos ratos.” O mecanismo muito provavelmente “é uma marca do genoma ou da transmissão do RNA” na linha germinal.
  • “Uma estudo feito na Escandinávia claramente mostra o efeito transgeracional da disponibilidade da comida para os avós a influenciar a longividade dos netos.”
  • Mudanças genéticas transmissíveis induzidas pelo comportamento, tais como “nas colónias de ratos, onde o comportamento de acariciar e lamber levado a cabo pelos adultos junto dos mais novos resultou na marcação epigenética dos genes relevantes no hipocampo que predispõem os jovens a exibir o mesmo comportamento quando se tornam adultos.”
  • Na C. elegans, uma infecção induzida pela formação dum silenciador de RNA que “é robusto durante mais de 100 gerações.”
  • Paramutações que são “interacções entre dois alelos numa única localização” podem “induzir mudanças epigénicas permanentes em organismos que vão desde o milho aos ratos.”

Depois de rever todos estes exemplos, Noble conclui:

A fluidez dos artigos científicos durante os últimos 5 anos revelam que a herança não-Mendeliana está, no entanto, a tornar-se numa dilúvio de evidências. …. Estes exemplos robustos de herança de características adquiridas revelam uma vasta gama de mecanismos através dos quais a hereditaridade pode ser adquirida. A natureza parece operar através destas falhas, por assim dizer, da visão gene-cêntrica.

Sabe-se agora que estas falhas são fendas enormes através das quais mudanças herdadas funcionalmente importantes ocorrem. Tais mecanismos nunca poderiam ter sido antecipados na altura em que a Síntese Moderna foi formulada, e nem mesmo uma década depois. Ao comentário de Maynard Smith (‘é difícil conceber um mecanismo através do qual isso possa ocorrer’) deve-se responder que alguns desses mecanismos foram agora descobertos e eles são robustos.

Ele propõe então um novo e radical modelo de biologia com o nome de “Integrative Synthesis,” [“Síntese Integrativa”] onde os genes não controlam tudo, e onde todas as partes do organismo – o genoma, a célula, o plano corporal, tudo – encontra-se integradas. Ele explica:

Uma característica central da Síntese Integrativa é a sua revisão radical do conceito da casualidade na biologia. A priori, não há nenhum nível de casualidade privilegiado.  Este é o princípio que eu dei o nome de Teoria da Relatividade Biológica. Como disse Werner, “todos os níveis têm um valor contributivo idêntico”. O controlo é, portanto, distribuído, sendo algum do mesmo herdado de forma independente através das sequências de ADN.

A revisão do conceito irá também reconhecer as diferentes formas de casualidade. As sequências de ADN são melhor vistas como causas passivas visto que elas só são usadas quando as sequências relevantes são activadas. O ADN, por si só, não faz nada. As causas activas encontram-se dentro das redes de controlo das células, dos tecidos e dos órgãos do corpo.

Esta é, obviamente, a abordagem da biologia de sistemas. E embora muito provavelmente Noble não dê o seu apoio a esta conclusão, ela está muito mais de acordo com a teoria do Design Inteligente do que com os modelos baseados nos mecanismos evolutivos estritamente aleatórios

~ http://bit.ly/1BXbWD2

* * * * * * *

Embora o cientista citado no artigo muito provavelmente queira refinar a teoria da evolução, ou acomodá-la aos dados que entretanto têm sido descobertos, o que interessa reter neste ponto é que as críticas à teoria da evolução não se limitam a críticas provenientes de “fundamentalistas religiosos”; muitos cientistas evolucionistas não-religiosos estão, cada vez mais, a salientar que a teoria da evolução, tal como ela é propagada na cultura, não está de acordo com os dados disponíveis.

Outra coisa que se pode ressalvar também é que, se não houvesse o clima de censura contra todos os cientistas que abertamente falam contra crenças fundamentais da teoria da evolução, muito provavelmente esta teoria já teria sido rejetada e removida dos livros de ciência há muito tempo atrás.

Para nós Cristãos, o facto dos próprios evolucionistas gradualmente se mentalizarem que há algo de errado com a sua teoria não é de admirar; a teoria da evolução é consequência de crenças anti-Bíblicas e anti-Cristãs, e desde logo, está destinada ao fracasso. O que nós temos que fazer é ir usando estes dados da ciência para encaminhar as pessoas para a verdadeira história das nossas origens, que está descrita na Bíblia.

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27 Responses to A fisiologia está a estremecer os fundamentos da biologia evolutiva

  1. Gonçalves says:

    Devo te lembrar, senhor Mats, que uma evidência contra a evolução não é uma evidência a favor da criação.
    E ele não pretende promover o criacionismo que, aliás, nunca mais voltará a ser a teoria dominante, do contrário o artigo não teria sido publicado.
    O que ele pretende é um novo modelo melhor e mais aperfeiçoado de teoria da evolução, que é o que vai ser a ciência caso o darwinismo cair.
    Esse artigo em nada contribui para o criacionismo e, portanto, não faz nenhum sentido você citá-lo aqui.

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    • Lucas says:

      Devo te lembrar, senhor Mats, que uma evidência contra a evolução não é uma evidência a favor da criação.

      Lê: http://wp.me/pbA1e-1HY

      Mats

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    • Saga says:

      Cara, que comentário ridiculo este do Gonçalves.

      Mats não pode citar o Denis Noble, pois Denis é evolucionista e não crê em criacionismo.
      Mas se Noble fosse um criacionista falando, Gonçalves nem lhe daria atenção e de fato o artigo de Noble nem teriam sido publicado.

      Mats não pode citar evolucionistas, porque supostamente seria hipocrisia, mas se citasse criacionistas, aí não teria credibilidade. Assim o debate continua censurado por regras onde você está errado por antecipação.

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    • dvilllar says:

      Gonçalves

      “Devo te lembrar, senhor Mats, que uma evidência contra a evolução não é uma evidência a favor da criação.”

      “Uma evidência que é CONTRA a evolução” seria favorável a quê?

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  2. jephsimple says:

    A grande evidência a favor da evolução é que quem dúvida dela é por que é ignorante com referencia a ela.

    Os biólogos que amam a evolução darwiniana, neo darwiniana ou seja lá o que for, são a grande evidência de que ela é um fato, Fato, FATO … Tanto quanto existe uma bolinha amarelinha lá no céu. O restante não passam de mortais ignorantes que nada sabem sobre a grande e maior revolução científica de toda a história da humanidade, quiça de toda a galáxia, quiça de toda a história do universo… Grande Darwin!

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    • Gonçalves says:

      Sim, jephsimples, a evolução é um fato. O que se questiona é o modelo pelo qual ela ocorreu. Assim como já houve várias teorias da evolução antes de Darwin, e certamente poderá haver muitas após o Darwinismo, nenhuma delas muda que a evolução é um fato.

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      • Cícero says:

        Prezado,
        e qual fato empírico comprova macroevolução vertical morfologicamente, publicado em periódicos científicos revisado por pares, nos fósseis ou vivos?

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      • Dalton says:

        É tão fato que já foi observada em laboratório.

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      • Saga says:

        O Darwinismo está igual o Marxismo.

        O tempo e os fatos refutaram todas as previsões fundamentais de Marx, mas ainda existem “marxistas” por aí, muitos deles seguindo um tipo de “marxismo” que já não tem quase nada a ver com Karl Marx (tipos de “marxismos” que chegam ao ponto de seguir vias contrárias as que Marx ensinou), contanto que o mesmo fim (do marxismo original) seja atingido.

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      • Saga says:

        Cícero….

        O evolucionismo é um fato, só faltam alguns detalhes, é aquele fato que você sabe que ocorreu, só falta saber: Como ocorreu, quando ocorreu, onde e porque ocorreu.

        Assegure que surgiu um prédio de um tijolo, certo? Ele surgiu! Você só não sabe como, onde, porque e quando…..mas o prédio existe e evoluiu com certeza! Embora você não saiba o funcionamento do processo, não entenda a finalidade e não tenha certeza da linha do tempo e da ordem das etapas e nem exatamente onde deve procurar sinais do tijolo ancestral….é sempre importante frisar que o fato é irrefutável…

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      • Cícero says:

        Saga,
        é um fato falacioso, fantasioso… mas o importante que é um fato! 😀

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      • Gonçalves says:

        A teoria da evolução jamais foi refutada. São vocês os criacionistas que estão cegos pela vossa fé irracional não conseguem enxergar a realidade. Se querem acreditarem em contos de fadas, problema de vocês.

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  3. jephsimple says:

    O absurdo do materialismo em que se fundamenta a crença ateísta acerca dos seres vivos, concernente a evolução é gritante.

    Uma teoria sobre os seres vivos que negue um designer, já nasce morta, porque é impossível estudar os seres vivos sem a ótica do design inteligente

    A mente continua sendo um dos maiores tijolos no sapato dos evolucionistas. Essa palestra mostra o quão absurdo um ser consciente pode ser, por ter um compromisso com uma posição filosófica ao invés de ter um compromisso com a verdade.

    Na marca dos 12:12 do vídeo você pode tomar conhecimento da crença absurda do naturalista: “A consciência da subjetividade não existe, ela é uma ilusão criada pelo cérebro“… Mas como o Palestrante constatou o paradoxo do naturalista. Ele nega a subjetividade… Mas a própria negação dele é subjetiva (vai entender os fundamentos, a validade da razão baseando-se no naturalismo o.O)

     

    E com respeito a essa idéia dessa ilusão criada pela mente eu trago novamente isso:

    Alain Aspect e Anton Zeilinger por Richard Conn Henry – Professor de Física – Universidade John Hopkins

    Trecho: Por que as pessoas (materialistas, naturalistas) se agarram com tanta ferocidade à crença em uma realidade independente da mente? É, sem dúvida, porque se não há tal realidade, então, em última instância (tanto quanto podemos saber) existe apenas a mente. E se a mente não é um produto de matéria real, mas sim criadora da “ilusão” da realidade material (que tem sido o caso, apesar do materialismo, desde a descoberta da mecânica quântica em 1925 ); então uma visão teísta da nossa existência torna-se a única alternativa racional ao solipsismo (solipsismo é a ideia filosófica que só a própria mente e suas experiências existe).

    Referência:
    (Dr. Henry’s referenced experiment and paper – “An experimental test of non-local realism” by S. Gröblacher et. al., Nature 446, 871, April 2007 – “To be or not to be local” by Alain Aspect, Nature 446, 866, April 2007 (Leggett’s Inequality: Violated, as of 2011, to 120 standard deviations)

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    • E… se não existir realidade para além da mente, qual é o problema do solipsismo? Porque razão deveria eu escolher antes o teísmo? Assim de repente não me parece haver nenhuma, sinceramente.

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      • E… adeus nascimento de uma virgem, adeus ressurreição se nem sequer realidade material existe. Como é que fica então o cristianismo/ teísmo cristão especificamente?

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      • Já para não falar na criação em seis dias da Terra ou seja daquilo que for (material)

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      • jephsimple says:

        Maria Teodósio,

        E… se não existir realidade para além da mente, qual é o problema do solipsismo? Porque razão deveria eu escolher antes o teísmo? Assim de repente não me parece haver nenhuma, sinceramente.

        Nem deve existir a tal razão mesmo.

         

        Se a realidade é uma ilusão da mente, as propriedades física de um ser consciente também são uma ilusão da mente.

        E eu ei de concordar com você, se não existe realidade para alem da mente, então não tenho que confiar no teísmo.”Comamos e bebamos que amanha morreremos”

        O teísmo é invoca uma causa adequada.

        O materialismo, fisicalismo é absurdo nesse sentido, inadequado e não fecha a conta.

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      • jephsimple says:

        Correção: O teísmo invoca uma causa adequada.

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  4. A causa adequada… quando nem sequer se sabe se houve uma causa. Grande coisa. Para um ateu agnóstico (a minha própria posição), devo reforçar que não existe qualquer problema.

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