Mutações genéticas não causam qualquer tipo de ‘evolução’.

Por Richard William Nelson

No ano de 1620 William Bradford e Edward Winslow, colonos primordiais do nordeste Americano, enviaram um prospecto comercial: “Cape Cod parecia ser um local de boa pesca porque todos os dias nós vimos baleias enormes, e da melhor qualidade no que toca ao óleo e aos ossos.” A indústria da caça à baleia nos Estados Unidos estava a começar.

Duzentos anos mais tarde, New England havia-se tornado no maior centro de pesca de baleia no mundo. Só em 1857, mais de 10,000 homens lançaram-se ao mar só em New Bedford, Massachusetts.

moby_dickNos 100 anos que se seguiram, e durante a altura do mítico Moby Dick de Herman Melville, a indústria de pesca à baleia foi forçada a pescar cada vez mais para dentro do oceano e, eventualmente para o Atlântico Sul, deixando a população de baleias do Atlântico Norte dizimada.

Visto que menos de 100 eram tidas como ainda existentes por volta de 1935, a pesca da baleia foi globalmente banida em 1937. Embora se creia que por volta de 2013 a população tenha finalmente aumentado para 500, uma equipa de pesquisa descobriu uma mutação genética que está a levar a população à extinção – um pesadelo para a evolução da baleia.

A Mutação de Um Único Gene

Em busca duma explicação biológica para o declínio da população de baleias, uma equipa de pesquisa liderada por Lorian E. Schweikert, do “Florida Institute of Technology”, clonou e sequenciou o gene da baleia que codifica para as proteínas fotorreceptoras sensíveis à luz conhecidas como opsinas. Estas proteínas que se encontram nas células fotorreceptoras da retina agem como mediadoras na conversão da luz para sinais electromagnéticos – o primeiro passo na cascata de transdução visual.

A equipa publicou os seus resultados no “Journal of Comparative Neurology” (2016) num artigo com o título de “Evolutionary loss of cone photoreception in balaenid whales reveals circuit stability in the mammalian retina.” Como reporta o ScienceDaily:

As normais proteínas detectoras de luz nas células dos cones fotorreceptores não estão presentes nestas baleias, demonstrando pela primeira vez a perda total de detecção de luz baseada em cone num mamífero.

Quase todos os vertebrados têm na retina células fotorreceptoras em cone bem como células fotorreceptoras em forma de haste – células que desempenham papéis distintos mas complementares. Ao mesmo tempo que os fotorreceptores em haste permitem a visão em áreas com pouca luminosidade, as células fotorreceptoras em cone permitem a visão em condições de alta luminosidade.

Os cientistas apuraram que uma mutação genética nos olhos das baleias, que fragiliza a sua habilidade de ver em ambientes com bastante luminosidade, pode torná-las mais susceptíveis a emaranhamentos fatais nos aparatos de pesca…..uma das maiores causas de morte deste mamífero em perigo crítico de extinção.

No artigo com o nome de “Whales Extinction Reason: Blame Genetic Mutation,” o escritor de ciência Rodney Rafols explica o porquê: “as proteínas detectoras de luz nas células fotorreceptoras em cone das baleias não estão presentes.” O resultado desta mutação num único gene é a perda da visão. “Isto pode dificultar a sua habilidade de evitar o emaranhamento nos dispositivos de pesca,” disse Schweikert, “ que é uma das maiores causas de morte deste animal em perigo de extinção.”

Teoria Original da Mutação

As mutações genéticas foram originalmente vistas como a força motora da evolução. Em 1937, e num vácuo de evidências científicas, o geneticista Americano Theodosius Dobzhansky especulou em torno dum princípio para uma nova teoria da evolução:

As mutações e as mudanças cromossómicas…..fornecem de maneira constante e sem parar o material cru para a evolução.

theodosius_dobzhanskyDobzhansky é creditado pela frase lendária: “Nada na biologia faz sentido sem ser à luz da teoria da evolução.” Um medalhão-mosaico desta declaração reside actualmente no chão do hall principal do “Jordan Hall of Science” Universidade de Notre Dame, uma universidade de pesquisa Católica localizada na zona adjacente a South Bend, Indiana.

Esta especulação ousada tomou de assalto a indústria evolutiva. Por volta dos anos 50, ela era um selo padrão nos livros de biologia das escolas – um facto científico. No livro escolar com o nome de “An Introduction to Biology” (1957), Gaylord Simpson, curador do “American Museum of Natural History”, avançou ainda mais com a especulação:

As mutações são os materiais primários da evolução.

Em 1983, Douglas J. Futuyma, da “State University of New York”, alegou:

De longe, a forma mais importante através da qual o acaso influencia a evolução é através do processo das mutações. As mutações são, de forma única, a fonte das novas variações genéticas, e sem variações genéticas não podem ocorrer modificações genéticas. Devido a isto, as mutações são, portanto, necessárias para a evolução.

A teoria parecia explicar o problema maior, ainda por resolver, de Darwin: a origem das novas variações como forma de produzir novas espécies. Para Darwin, este problema era algo que teria que ser resolvido posteriormente:

Somos demasiado ignorantes para especular em torno da importância relativa das várias causas conhecidas e desconhecidas da variação.

Analisando as mutações

Ao conceptualizar as mutações genéticas como a fonte da variação, o não-resolvido dilema de Darwin estava finalmente resolvido. As mutações disponibilizavam um mecanismo teórico à indústria da evolução, o que lhes permitia justificar a origem das novas variações que resultavam na formação de novas espécies. Depois disto, chegaram as tecnologias científicas mais avançadas – especificamente, o microscópico electrónico (poucos anos depois de James Watson e Francis Crick deduzirem a estrutura do ADN em 1952 usando a defracção raio-X).

O acto de incorporar as evidências científicas a partir dos mais recentes avanços tecnológicos para dentro da teoria da evolução enfrentou alguns obstáculos – barreiras que colocavam em causa o status quo. Eventualmente Theodosius Dobzhansky recebeu o Prémio Nobel “por descobrir que as mutações poderiam ser induzidas através dos raios-X”, gerando um círculo perfeito em relação à sua especulação original.

Mas em 1955, e no seu livro “Evolution, Genetics and Man,” Dobzhansky admitiu finalmente o erro das suas especulações prévias:

A maior parte dos mutantes que surgem nos organismos são desvantajosos para os seus possuidores.

Tendo como base as novas evidências científicas extraídas das novas tecnologias, as coisas começaram a tomar outra forma. No seu livro de 2002 com o nome de “Acquiring Genomes: A Theory of the Origins of Species,” os evolucionistas Lynn Margulis (Universidade de Massachusetts Amherst) e Dorion Sagan, filho de Carl Sagan, explicam:

lynn_margulisSão conhecidas imensas formas de induzir mutações mas nenhuma gera novos organismos. A acumulação de mutações não leva ao aparecimento de novas espécies e nem mesmo ao aparecimento de novos órgãos ou de novos tecidos….

Até mesmo os biólogos evolucionistas profissionais têm dificuldade em encontrar mutações – quer sejam espontâneas ou induzidas – que acabem de forma positiva no que toca a mutações evolutivas.

O geneticista Italiano Giuseppe Sermonti opinou:

Um dos factos que deu ânimo à pesquisa em relação às mutações foi a esperança de que a acumulação destas pudesse levar ao aparecimento de novas espécies. Mas isto nunca ocorreu.

Um pesadelo para a teoria da evolução

As mutações genéticas, que a dada altura chegaram a ser vistas como a tábua de salvação do dilema de Darwin, emergiram agora como um pesadelo biológico para a indústria da evolução. Segundo o “Genetics Home Reference Handbook” do “U.S. National Library of Medicine”, as “mutações têm consequências sérias e elas são incompatíveis com a vida.”

Hoje em dia, as mutações genéticas nos humanos foram associadas a mais de 4,000 doenças específicas conhecidas. Segundo a Encyclopedia Britannica

Cerca de 30% de toda a mortandade infantil pós-Natal nos países desenvolvidos ocorre devido a doenças genéticas; 30% das admissões pediátricas e 10% de admissões adultas nos hospitais podem ser rastreadas até a causas genéticas.

Infelizmente, teme-se que a mutação dum único gene da baleia eventualmente leve à sua extinção – um pesadelo para a evolução da baleia. Não existem evidências de mutações a gerar novas variações, novos elos transicionais ou novas espécies. Existe, no entanto um elo claro entre as mutações genéticas e as extinções.

A construção dum novo micróbio através das mutações nunca ocorreu. A Cyanobacteria sempre foi uma Cyanobacteria e, apesar das constantes mutações genéticas, ela nunca mudou. A indústria da evolução está, actualmente, em busca desesperada por algo que tome o lugar da agora defunta teoria das mutações genéticas.

Ao contrário do que é avançado pela teoria de Darwin, não só há uma falta de evidências em favor duma evolução da baleia, algo demonstrado pela total ausência dum ancestral conhecido ou de algum elo transicional, nos mais de 2,000 genes de opsina já identificados não há elo transicional algum. As opsinas são específicas a cada espécie e isto de forma única.

Uma vez que há já muito tempo que é necessário que se crie uma nova teoria da evolução para lidar com a crise, a “Royal Society” irá, este mês, levar a cabo um encontro de cientistas (em Londres) com o propósito expresso de gerar um consenso em torno duma nova teoria da evolução.

Embora pela primeira vez em décadas o encontro tenha estado aberto à imprensa, até hoje não foi emitido um único comunicado de imprensa em torno de qualquer tipo de avanço no desenvolvimento duma nova teoria da evolução. A abertura a novas ideias não ajudou. Tal como um castelo de cartas, a outrora unificadora teoria da evolução entrou em colapso. O pesadelo em torno da evolução da baleia é emblemático da morte lenta da indústria da evolução.

Génesis

Apesar dum dilúvio de mudanças desde a publicação da Origem das Espécies (1859) por parte de Darwin, e apesar de mais de 150 anos de esforços científicos sem precedentes na história da humanidade para se provar o contrário, as evidências já examinadas na natureza, manuseadas com tecnologia sem precedentes, continua a estar de acordo com o registo de Génesis escrito por Moisés.

Robert Boyle (1627-1691), membro da “Royal Society”, tido como o primeiro químico do mundo moderno, e fundador da Lei de Boule, declarou:

Na Bíblia, o ignorante pode aprender o conhecimento mais específico, e o homem mais sábio pode discernir a sua ignorância.

A evolução, que já foi uma teoria em crise, é hoje uma crise sem uma teoria unificadora. A evolução biológica existe apenas como uma filosofia, e não como ciência.

~ http://bit.ly/2g1ONLF

* * * * * * *

É óbvio que os evolucio-animistas nunca irão admitir publicamente que as mutações não são “material cru para a evolução” antes de poderem encontrar outra alternativa ‘natural’. A sua firme crença nos nunca-observados poderes organizadores do gradualismo aleatório nada mais é que uma expressão do que eles querem que seja verdade, e não consequência lógica das observações.

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46 Responses to Mutações genéticas não causam qualquer tipo de ‘evolução’.

  1. Ana Silva says:

    Mats:

    Uma pequena nota relativamente ao estudo apresentado no artigo “Evolutionary loss of cone photoreception in balaenid whales reveals circuit stability in the mammalian retina”.

    O artigo refere-se ao estudo de uma ÚNICA espécie de baleias, a Eubalaena glacialis ou baleia franca do atlântico norte (como é referido pelo próprio autor do texto em resposta a um pedido de esclarecimento de um comentador). É essa espécie que, por ser actualmente constituída por apenas 500 indivíduos, está em risco de extinção.

    Refere o texto postado que “uma mutação genética nos olhos das baleias” da espécie E. glacialis torna-a muito mais susceptível de se emaranhar em redes de pesca, porque “fragiliza a sua habilidade de ver em ambientes com bastante luminosidade”. E isso é um problema porque “emaranhamentos fatais nos aparatos de pesca” são “uma das maiores causas de morte deste mamífero em perigo crítico de extinção”

    O artigo da Science Daily (https://www.sciencedaily.com/releases/2016/10/161024171845.htm) a que o texto postado se refere confirma que a mutação realmente torna muito mais difícil às baleias distinguir redes de pesca.

    Sendo assim, como é que esta mutação se “espalhou” por todos os 500 indivíduos da espécie E. glacialis vivos actualmente? É que dito assim até parece lógico considerar esta mutação como “desvantajosa”.

    É no entanto necessário lembrar que as novas técnicas de pesca apareceram há bem menos de 100 anos. E a menos que um designer inteligente tenha alterado simultaneamente os genes de todas as baleias que viveram desde o século passado, a mutação do gene que altera a visão da E. glacialis, o tempo de “disseminação” deste gene mutado por toda a população deve ter demorado um pouco mais que 100 anos.

    Fica então a questão: existirá alguma razão para que o gene mutado se tenha “disseminado” por toda a população de E glacialis?

    E realmente há. Em primeiro lugar, até ao aparecimento dos novos sistemas de pesca que tanto prejudicam a E. glacialis não pareciam existir factos que prejudicassem verdadeiramente baleias com esta mutação (ou a selecção natural teria “feito o seu trabalho”). Mas o artigo da Science Daily refere uma possível razão para que esta mutação possa ter sido “benéfica” até ao aparecimento das tais redes de pesca:

    “Inesperadamente, no entanto, a mutação […] pode na verdade melhorar a visão em situações de pouca luz nestas baleias”.

    Esta afirmação está no penúltimo parágrafo do artigo da Science Daily. Talvez por isso tenha escapado ao autor do texto postado.

    Tudo isto para dizer que o exemplo “das baleias” não será talvez o melhor a apresentar para argumentar que as mutações “não causam qualquer tipo de evolução” e são “sempre prejudiciais”.

    Nota:
    (1) Não é propriamente correcto dizer que ocorreu “uma mutação genética nos olhos das baleias”, porque o gene mutado encontra-se em todas as células da baleia e não apenas nas células dos olhos das baleias. Pura e simplesmente não é expresso nas outras células.

    (2)Também não ajuda a exclusiva referência a cientistas que morreram há muito (detentores ou não de prémios Nobel), tendo em conta que entretanto muito se descobriu em ciência só nos últimos 50 anos (Theodosius Dobzhansky morreu em 1975!) e a uma cientista que defendia que a SIDA não é propriamente uma doença (entre outras hipóteses “especiais” que Lynn Margulis apresentou).
    De certeza que o Mats e o autor do texto postado conseguem encontrar citações mais recentes, de preferência de (mais do que um) cientistas ainda vivos (Lynn Margulis, infelizmente, faleceu em 2011) e que, de preferência, ainda estejam a trabalhar.

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  2. jephsimple says:

    Os evolucionista não dão conta da origem da informação da vida … Não irão dar conta da origem de novas informações, ainda mais rejeitando a priori uma causa inteligente.

    A hipocrisia dos naturalista/materialistas é deprimente.

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    • jephsimple says:

      * Os evolucionistas

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    • Ana Silva says:

      Jefferson:

      “Os evolucionista não dão conta da origem da informação da vida … Não irão dar conta da origem de novas informações”

      Como assim?

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      • jephsimple says:

        Ana Silva,

        Obrigado por se dirigir a mim; saiba que respeito MUITO a sua pessoa!

        Discordo muito, quanto ao evolucionismo, de você. Mas é a vida… Fazer o que?

        Para mim, uma vez que os evolucionistas (acadêmicos) desconversam, se esquivam sobre a origem da informação biológica; visto que a origem da vida não cabe dentro da teoria da evolução das espécies  …  Os mesmos são desonestos ao falar sobre informação biológica em si, e sobre novas informações biológicas.

         

        Alem de, baseados no naturalismo/materialismo/fisicalismo; ignorarem profundamente algo que transcenda a isso (naturalismo/materialismo/fisicalismo).

         

        Exatamente porque afirmam que “TE” não trata da origem da informação biológica que eu disse que não irão dar conta de novas informações.

        E se formos honestos, não podemos separar a vida de sua origem …

         

        Daí a minha afirmação.

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      • jephsimple says:

        O que você acha disso Ana???

        Não tem absolutamente nada a ver com design inteligente ?????

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    • harmo1979 says:

      Manda a química complicada do MARCOS EBERLIN sobre as impossibilidades do acaso ou da necessidade física ter formado o sistema de transcrição e tradução das proteínas. Queria ver a “química Ana” refutar os argumentos do Eberlin passo a passo com ciencia, não com filosofia ;). Mande aquele vídeo da “inviabilidade da evolução química”, do Marcos Eberlin, para ela 😉

      Vejo você no YT como jephsimple , certo? A foto de uma criança, né? guerrova, Adauto Lourenço, Inteligentista, etc. Te conheço por lá, rsrsrs

      Abraços, amigo

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  3. yann says:

    Poderia me esclarecer uma dúvida?
    Os evolucionistas dizem que macro evolução são varias micro evoluções ocorrendo, mas as mutações não seriam extremamente improváveis de acontecer?

    Outra dúvida: um evolucionista afirmou que isso prova a evolução https://en.wikipedia.org/wiki/E._coli_long-term_evolution_experiment
    gostaria de saber sua opinião sobre isso?

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    • Miguel says:

      Os evolucionistas dizem que macro evolução são varias micro evoluções ocorrendo, mas as mutações não seriam extremamente improváveis de acontecer?

      Os evolucionistas dizem isso para poderem usar as variações (que eles erradamente chaman de “micro-evolução”) como evidência para a “macro-evolução”. A realidade dos factos é que os processos envolvidos na variação (“micro-evolução”) são aceites por todos e são observáveis. Mas a assim-chamada “macro-evolução” nunca foi vista, não há evidências, e contradiz o que se sabe de biologia e genética.

      O ponto a reter é: “micro-evolução” é um nome para algo aceite por todos, e que já tem um nome: variação genética. “Macro-evolução” é fantasia evolucionista.

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      • Ana Silva says:

        Mats:

        Desculpe, Mats, mas a sua resposta ao comentário do Yann é algo vaga e leva a uma série de novas perguntas?

        “Mas a assim-chamada “macro-evolução” nunca foi vista, não há evidências, e contradiz o que se sabe de biologia e genética.”

        “Nunca foi vista” quer dizer que não a conseguimos “ver com os nossos próprios olhos” ao longo da nossa vida? Quer o Mats dizer que se deve rejeitar todas as inferências e deduções feitas a partir dos diferentes estudos científicos? Se sim, porquê?

        Se “não há evidências”, como é que se explicam os fósseis e as suas sequências, e, mais importante ainda, as árvores filogenéticas? Entre outros fenómenos observados.

        concluindo: pode, Mats, elaborar um pouco mais o que quer dizer com “contradiz o que se sabe da biologia e da genética”?

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    • Ana Silva says:

      Yann:

      “Os evolucionistas dizem que macro evolução são varias micro evoluções ocorrendo, mas as mutações não seriam extremamente improváveis de acontecer?”

      O conceito de que “macro evolução são várias micro evolução ocorrendo” não é inteiramente correcto. A teoria da evolução defende que uma população (grupo de seres vivos pertences todos à mesma espécie que vive numa mesma zona geográfica) vai sofrendo pequenas alterações que levam à gradual transformação dessa população numa nova espécie (suficientemente diferente da espécie que lhe dá origem). Vista assim, a “macro evolução” (formação de novas espécies muito distintas das originais) pode ser ser considerada como “uma sequência de micro evoluções”.

      Mas foram propostos outros mecanismos para a macro evolução, o mais famoso dos quais é o equilíbrio pontuado (PE). No PE a macro evolução ocorre em “saltos”, ou seja, uma ou mais populações têm um período de rápida “evolução”, muito possivelmente devido a uma alteração “brusca” no seu habitat (por exemplo uma erupção vulcânica, a formação de um novo rio ou lago, uma inundação, etc). O estudo de casos especiais, como a situação que levou à “extinção” dos dinossauros, demonstra que estas “alterações bruscas” têm sido responsáveis por variações importantes.

      A experiência a longo prazo da evolução de E. coli é uma experiência interessante, que tem decorrido desde 1988. Se percebi bem, o objectivo desta experiência tem sido (pelo menos em parte) determinar a veracidade de dois mecanismos importantes da teoria da evolução: selecção natural e deriva genética.

      A selecção natural é a consequência de as bactérias mais bem adaptadas ao seu meio terem maior probabilidade de sobreviverem e de se multiplicar, deixando mais descendência.

      A deriva genética é um pouco mais difícil de explicar. Eu gosto de utilizar a analogia dos apelidos (também chamados sobrenomes ou nome de família). Por exemplo, em Portugal o apelido mais comum é Silva (quase 10 % da população portuguesa). Mas a visita a qualquer cemitério municipal de vilas e aldeias portuguesas mostra que conforme a vila assim um apelido é mais comum. Duas vilas vizinhas muitas vezes têm diferentes “apelidos mais comuns”. Tudo isto é “obra do acaso”, porque não é propriamente um apelido que vai impedir um casamento e o nascimento de filhos, netos e bisnetos. No entanto, ao longo de gerações, alguns apelidos desaparecem completamente e outros “fixam-se” e podem até tornar-se a maioria.

      Nesta analogia os “apelidos” são as “mutações neutras”. Tal como os apelidos, as mutações neutras não têm impacto na sobrevivência de um ser vivo. Tal como os apelidos, as mutações neutras podem desaparecer ou fixar-se. E numa situação em que, por alguma razão, as populações são pequenas uma mutação neutra poderá ter maior possibilidade de se fixar.

      Na experiência a longo prazo da evolução de E. coli foram isoladas 12 populações a partir de uma MESMA “fonte” de bactérias de E. coli. Ou seja, na primeira geração, as 12 populações eram “IGUAIS” entre si.

      As 12 populações de E. coli têm sido mantidas em meios de crescimento IGUAIS entre si, e em condições IGUAIS de “vida”. Mas actualmente, mais de 66 mil gerações depois, as populações apresentam diferenças importantes entre si. Se percebi bem, o tamanho médio das células e a capacidade de reparação de DNA é actualmente diferente nas 12 populações. Para alem disso, entre outros acontecimentos, uma das 12 populações originais subdividiu-se em duas sub-populações (com capacidades diferentes de sobrevivência conforme a concentração de glucose) e outra população adquiriu a capacidade de crescer em meio anaeróbio com citrato.

      Foram identificadas quase 100 mutações que se conseguiram “fixar” nas 12 populações de E. coli (das milhares de mutações que foram aparecendo ao longo da experiências). Destas, 10 a 20 mutações são benéficas. Não consegui, no entanto perceber se estes números são uma média para cada uma das 12 populações, ou se são o total para as 12 populações.

      As condições de “vida” são exactamente IGUAIS para cada uma das 12 populações de E. coli. Mas, ainda assim, cada uma das populações “evoluiu” de forma diferente. Isto mostra a importância do factor “aleatoriedade” na “evolução” das populações. A fixação de mutações benéficas é uma consequência da selecção natural. Mas a fixação de mutações neutras (que não têm efeito benéfico ou prejudicial) é uma prova da ocorrência de deriva genética, um processo que, tal como as mutações, também é aleatório.

      Concluindo, a experiência a longo prazo da evolução de E. coli indica que, pelo menos para estas 12 populações, a evolução é “aleatória” e os processos de selecção natural e de deriva genética são reais, com consequências reais.

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  4. Ana Silva says:

    Jefferson:

    Muito obrigada pelo elogio!

    “Uma vez que os evolucionistas (acadêmicos) desconversam, se esquivam sobre a origem da informação biológica; visto que a origem da vida não cabe dentro da teoria da evolução das espécies … Os mesmos são desonestos ao falar sobre informação biológica em si, e sobre novas informações biológicas.”

    A teoria da evolução defende que existe um ancestral comum (LUCA) a todas as espécies actuais conhecidas. Pessoalmente acredito que poderão existir mais do que um LUCAs (afinal bactérias e arqueobactérias podem trocar informação entre si!), mas continua a ser possível que os eucariotas tenham apenas um LUCA .

    Visto que o objectivo da teoria da evolução é explicar as relações entre as espécies actuais, não existe propriamente necessidade/obrigação de que esta teoria científica tenha de explicar a origem da vida.

    Claro, concordo consigo Jefferson, que a teoria da evolução seria mais “forte” se conseguisse explicar como “evoluíram” os antepassados do LUCA. No entanto a teoria da evolução consegue perfeitamente explicar os fenómenos naturais a que se “dedica” e é (ainda e até ver) a melhor teoria científica actual nesse propósito. Como tal é válida até surgir uma teoria científica que “faça melhor o trabalho”.

    O facto de a teoria da evolução não conseguir explicar a origem da vida não invalida que esta teoria consiga explicar a “evolução” do DNA. São actuamente conhecidos os mecanismos (incluindo mutações) que podem afectar o DNA e a sua expressão. São também conhecidas as respectivas consequências. A teoria da evolução consegue “integrar” estes mecanismos e usa-los para explicar o que conhecemos e observamos.

    Portanto não parece lógica a conclusão de que “[os evolucionistas] não irão dar conta da origem de novas informações, só porque “não dão conta da origem da informação da vida”.

    Mais ainda os biólogos, como todos os cientistas, não “rejeitam à priori uma causa inteligente”. Pura e simplesmente ainda não encontraram sistemas (“complexos” ou não) cuja origem possa ser apontada apenas à acção de uma “causa inteligente” (não existe resposta às questões como, quando, porque, onde, etc.)

    Ou seja, não é que obrigatoriamente se tenha de rejeitar à priori uma causa inteligente (esta continua a ser possível até que uma melhor “causa” apareça). É só que não é possível prova-la cientificamente.

    Nota: Deixei um comentário no post do link que enviou (https://jephmeuspensamentos.wordpress.com/2015/11/13/a_complexa_gramatica_da_linguagem_genomica/#comment-5946). Não o poste aqui porque é apenas referente só ao tema do link.

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    • jephsimple says:

      Na verdade o meu comentário foi muito específico a informação, sobre sua origem e a origem de novas informações posteriores a origem da ou das primeiras informações.

      E eu estou falando sobre causa… O que temos é o naturalismo metafísico, materialismo filosófico que se restringe a causas não teleológicas, desgovernadas, acidentais com suas coincidências ou uma causa inteligente, intencional: que está dentro do escopo do criacionismo e da TDI.

      Futuyma declara algo relativo a isso em Evolution:

       

      “A alternativa [de Darwin] para o design inteligente, era o projeto por um processo completamente irracional de seleção natural, de acordo com organismos os quais possuem variações que aumentam a sobrevivência ou reprodução e substituem aqueles que são menos dotados da forma adequada, que, sendo assim; sobrevivem ou reproduzem em menor grau. Este processo não pode ter um objetivo, mais do que a erosão tem o objetivo dos canyons que forma, não pode causar eventos relevantes no presente para o futuro. Assim, os conceitos de objetivos ou propósitos não têm lugar na biologia (ou qualquer outra área das ciências naturais) , exceto em estudos do comportamento humano.” (p. 282)

      “Este experimento transmite a essência da seleção natural: é um processo completamente irracional, sem premeditação ou objetivo.” (p. 285)

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      • Ana Silva says:

        Jefferson:

        Mesmo não se conhecendo a origem do DNA, são actualmente conhecidas as formas que levam à ocorrência de mutações. Também já existe bastante conhecimento sobre os mecanismos de controlo e regulação do DNA. Nada do que se conhece contraria a teoria da evolução, pelo contrário.

        Demorei algum tempo a compreender porque é que para vários comentadores neste blogue o “aleatório” é algo tão “inaceitável”. Agora percebo que é porque, como você refere no seu comentário, leva implica a “[restrição] a causas não teleológicas, desgovernadas, acidentais com suas coincidências”. Não há “objectivo” ou “propósito” se “tudo é aleatório”. E isso pode ser assustador.

        Portanto, eu consigo compreender o quão difícil possa ser para algumas pessoas aceitar a importância que o “aleatório” têm nos processos biológicos (e outros processos naturais). Mas a verdade é que o “aleatório” explica muita coisa.

        É verdade que os mecanismos propostos pela teoria da evolução não têm “objectivos ou propósitos”. Mas têm consequências que podem, à posteriori, facilmente ser confundidos como “objectivos e propósitos” (uma espécie de “meio para se atingir um fim”). O próprio Jefferson deu um óptimo exemplo disso há uns anos atrás, com um artigo sobre as mutações que tornam os insectos “imunes” a cardenolidas (https://darwinismo.wordpress.com/2014/08/13/a-arte-da-invisibilidade/#comment-26865).

        O artigo sobre o exemplo que você referiu, Jefferson (http://www.pnas.org/content/109/32/13040.full.pdf), apresenta um aparente “objectivo”, a capacidade de insectos poderem “comer plantas com cardenolidas” que resulta de diferentes mutações num gene. Essas mutações oferecem diferentes graus de “imunidade” e inclusive aparecem em insectos que não se alimentam de plantas (e que portanto não “precisam” da mutação).

        Mas os resultados (particularmente a existência de insectos que não beneficiam desta mutação) permitem usar o “aleatório” como uma explicação bastante plausível: mutações aleatórias alteram de diferentes formas a estrutura e/ou função de uma proteína, levando a um resultado que aumenta a quantidade de comida a que os “insectos mutantes” têm acesso.

        Ou seja, as mutações são “aleatórias” mas podem ter consequências positivas. Os “insectos mutantes” podem comer mais e melhor, aumentando a sua probabilidade de sobrevivência e aumentando a sua probabilidade de deixar descendência. Isso leva a que ao longo de gerações, mais e mais insectos tenham essa mutação, até que por fim todos os insectos de uma mesma espécie partilham o “gene mutado” e este passa a ser “a norma e não a excepção”.

        “[Este estudo] transmite a essência da seleção natural: é um processo completamente irracional, sem premeditação ou objetivo.”

        Verdade, verdadinha, Jefferson: “Sem premeditação ou objectivo”. Mas com consequências!

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    • jephsimple says:

      Você acha que o DI não pode ser provado cientificamente?
      Digo, em termos de ser testado e demonstrado como falso?
      DI se foca na causa… É antagônico ao materialismo/naturalismo/fisicalismo, ou seja, como eu disse… Acidentes, coincidências, eventos de baixa probabilidade. Como códigos surgindo acidentalmente.

      Por outro lado… Uma causa não inteligente pode ser testada e demonstrada como falsa?

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      • Ana Silva says:

        Jefferson:

        “Você acha que o DI não pode ser provado cientificamente?”

        Acho.

        “Digo, em termos de ser testado e demonstrado como falso?”

        Como posso testar um mecanismo que não sei como funciona?

        Enquanto não se conhecer a forma como o designer inteligente actua não é possível estabelecer experiências que testem essa actuação.

        “Por outro lado… Uma causa não inteligente pode ser testada e demonstrada como falsa?”

        Está a falar dos mecanismos propostos pela teoria da evolução? Se sim então a resposta é afirmativa. Exactamente porque se conhece o mecanismo de acção, o como, porquê, onde, etc..

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    • jephsimple says:

      Ana,

      Repito não estou tratando exclusivamente da “evolução”, “mudança” das espécies…

      Meu ponto é sobre, exatamente, mecanismos materialistas, a saber, não guiados, cegos, sem propósito, planejamento… Os mesmos se aplicam a origem da informação biológica, como também a origem de novas informações biológicas.

      Você não vê problemas na ignorância com respeito a origem da informação biológica…. Mas vê um enorme problema com a ignorância quanto ao mecanismo do designer ( que é inferido e não observável) da informação biológica?

      Quando nós não sabemos como que processos cegos, desgovernados, irracionais poderiam dar origem a um código e sistemas de revisão e reparo, isso é incredulidade pessoal…. Mas quando você não sabe qual o mecanismo usado pelo designer (embora a TDI seja sobre DETECÇÃO de sinais de inteligência) você diz que isso é suficiente pra demonstrar que não é possível mostrar que o DI é falso?

      E depois você confirma que é possível uma causa não inteligente ser testada e demonstrada como falsa?

      Eu posso ter te entendido errado…Então eu pergunto, é isso mesmo?

      Uma causa não inteligente pode ser testada e demonstrada como falsa? E o DI não?

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      • Ana Silva says:

        Jefferson:

        “Meu ponto é sobre, exatamente, mecanismos materialistas, a saber, não guiados, cegos, sem propósito, planejamento…Os mesmos se aplicam a origem da informação biológica, como também a origem de novas informações biológicas.”

        Num comentário anterior, Jefferson, eu disse que “a teoria da evolução seria mais “forte” se conseguisse explicar como “evoluíram” os antepassados do LUCA.” Nesse ponto eu concordo consigo. Mas, como também referi “a teoria da evolução consegue perfeitamente explicar os fenómenos naturais a que se “dedica” e é (ainda e até ver) a melhor teoria científica actual nesse propósito. Como tal é válida até surgir uma teoria científica que “faça melhor o trabalho”.

        É esta capacidade explicativa da teoria da evolução que a torna, POR AGORA, válida.

        “Você não vê problemas na ignorância com respeito a origem da informação biológica…. Mas vê um enorme problema com a ignorância quanto ao mecanismo do designer ( que é inferido e não observável) da informação biológica?”

        Eu não vejo como “um enorme problema” o facto de não se conhecer o “mecanismo do designer […] da informação biológica”. Na verdade não é possível recusar a hipótese de a “informação biológica” ter sido criada por um designer. Mas também NÃO É possível ESTUDAR essa hipótese enquanto não existir um mecanismo que possa ser posto à prova.

        “Uma causa não inteligente pode ser testada e demonstrada como falsa? E o DI não?”

        Qualquer “causa”, inteligente ou não, pode sempre ser testada desde que à partida proponhamos um mecanismo para a testar. Apresento dois exemplos:

        A experiência de Miller-Urey é um exemplo famoso e muito conhecido pelos criacionistas. Sei pouco da experiência de Miller-Urey, e não pretendo defender que esta foi um sucesso (pelo contrário). Mas sei que esta experiência TESTOU UM MECANISMO proposto (produção de moléculas orgânicas complexas a partir de moléculas mais simples num ambiente que se supunha semelhante à da atmosfera original).

        Ou seja, a experiência de Miller-Urey demonstra que, existindo um mecanismo de acção proposto, pode ser delineada uma experiência para determinar se o mecanismo está ou não de acordo com o que é esperado e o que é conhecido. A experiência de Miller-Urey não deu resultados muito positivos (não permite, de certeza, concluir sem sobra de dúvida que a vida tenha surgido por acaso) mas ao menos é passível de ser feita.

        Outro exemplo, apresentado num comentário que vi há uns meses, é saber se há 4000 anos atrás os povos do Médio Oriente teriam capacidade de, sem ajuda divina, construir um “barco” grande suficiente para transportar uma família, mantimentos e alguns animais. Neste documentário foi proposto e testado um mecanismo.Com base no que se conhece sobre os povos do Médio Oriente de há 4000 anos foi construída uma espécie de “jangada” de grandes proporções que se aguentou mais ou menos.

        Fica a pergunta: como testar uma “causa” inteligente quando não há um mecanismo proposto? O que se testa então?

        Você, Jefferson, defende que “a TDI [é] sobre DETECÇÃO de sinais de inteligência. Mas detectar o quê? Como é feita essa detecção? E de que forma é que o que é “detectado” prova a “causa inteligente”?

        Pode responder-me a essas questões?

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    • jephsimple says:

      Ana,

       

      Então, design tem muito a ver com origem… Sim, design é sobre origem da informação… Poderíamos dizer que TE não poderia refutar ou rivalizar com a TDI como afirma Futuyma:

      A ALTERNATIVA [de Darwin] para o design inteligente, era o projeto por um processo completamente irracional de seleção natural,… (…)]

      Eu vou insistir, meu ponto realmente é sobre um MECANISMO tanto para a origem da informação biológica quanto para novas informações, apesar de termos cenários diferentes, o mecanismo é o mesmo… Ou seja, o mesmo mecanismo para a origem da informação biológica é o mesmo para novas informações surgindo ao longo do tempo.
      Eu estou confrontando esses [mecanismo] processos não guiados, desgovernados, irracionais; segundo o próprio biólogo Futuyma, que é evolucionista, afirma (creio tbm que seja ateu).
      O termo mindless é o que define a própria seleção natural … Mindless que significa, sem mente, estúpido, descuidado…
      Eu quero saber Ana, como se testa esse mecanismo MINDLESS… E creio que as próprias mutações são MINDLESS… Não?

      Já que vc argumenta que o problema da TDI como teoria seria a ausência do mecanismo usado pelo designer (que repito, a TDI não é sobre o designer e nem sobre o conhecimento absoluto de sua ação)…  Que mecanismo cego, não guiado, irracional, sem planejamento, sem inteligencia é esse que da origem a novas informações? Mutações???

      Minha confrontação sempre foi acima de tudo, e sempre será a causa, o primeiro motor (Aristóteles) …

      Você disse que não é possível estudar essa hipótese … Do designer … Eu vou dizer de novo …

      A TDI, a qual eu defendo, mais que o criacionismo, não é sobre o designer… TDI está próxima a Arqueologia forense e SETI… TDI não tem o compromisso de identificar o designer pra afirmar design... TDI busca identificar design inteligente, o designer é uma inferência LÓGICA… Se vc demonstrar cientificamente, filosoficamente que design surge sem designer, a TDI se curvará a essas demonstrações…

      Sistemas sofisticados de codificação e decodificação, revisão e reparos não são sistemas não guiados, irracionais, estúpidos, desgovernados… Então a pergunta prevalece … Esses mecanismos (codificação, decodificação, revisão, reparo; só pra simplificar) surgiram antes da “TE” … Ou foram evoluindo depois??? Passo a passo, aleatoriamente, cegamente, acidentalmente, desgovernadamente?

      Veja que eu estou procurando TAMBÉM uma distinção da “TE” e evolução química.

      Enfim, no final das contas, que mecanismo vc está dizendo que pode ser descrito (descrição de fenômenos), que anula o design inteligente??? Por acaso “o que vc descreve” (no caso a biologia) não é design inteligente? Tipo: Código não é design? Decodificação não design? Revisão não é design?Reparação não é design? Auxiliar dobras de proteínas não é design?

      Para finalizar Ana… Você discorda dessa forma de falsear a teoria do design inteligente:

      Ao demonstrar um caso credível, empiricamente observado, em que o acaso cego e / ou necessidade mecânica cria organização complexa funcionalmente específica e informações associadas além de 500 – 1.000bits … A premissa indutiva chave, da teoria do projeto (ID) entra em colapso.

      (???)

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      • Ana Silva says:

        Jefferson:

        ” Meu ponto realmente é sobre um MECANISMO tanto para a origem da informação biológica quanto para novas informações, apesar de termos cenários diferentes, o mecanismo é o mesmo…”

        Até agora tenho respondido aos seus comentários no pressuposto de que “informação biológica” = DNA. Estou correcta?

        Se sim, Jefferson, não consigo compreender porque é que o mecanismo para “a origem da informação biológica” tem de ser forçosamente O MESMO que o de “novas informações”. Preciso que me explique em que se baseia para ter chegado a tal conclusão.

        Para mim, do que conheço, não posso chegar a tal conclusão. Afinal conhecem-se os mecanismos que levam à maioria (senão à totalidade) das mutações de DNA, e nenhuma deles permite explicar a origem do DNA (ou seja, o que levou à formação das primeiras moléculas de DNA).

        “Minha confrontação sempre foi acima de tudo, e sempre será a causa, o primeiro motor (Aristóteles) …”

        Pois… Eu penso que esse é realmente o seu problema, Jefferson. Lendo os seus comentários (e o de outros comentadores neste blogue) eu só posso concluir que para si a existência de uma “causa”, de uma espécie de “razão principal” que explique o que se passa à nossa volta é tranquilizador, é o que DÁ SENTIDO à sua vida.

        Desculpe eu estar a tirar conclusões assim, mas estou correcta?

        É que não só as palavras que usa, Jefferson, mas até as próprias sequências de palavras que usa (“processos não guiados, desgovernados, irracionais”, “mecanismo cego, não guiado, irracional, sem planejamento, sem inteligência “), e também o seu foco no “termo mindless […] que define a própria selecção natural” e (mais uma vez uma sequência de palavras) “mindless que significa sem mente, estúpido, descuidado…”… tudo isso me leva a concluir que a perspectiva de um mundo sem “causa” é para si algo “assustador”.

        Desculpe-me a frontalidade, Jefferson, mas se é assim então a emoção tolda-lhe demasiado o raciocínio para pensar de uma forma científica. Não é que as suas conclusões tenham de estar forçosamente erradas, é só que o meio a que chega a essas respostas não é (cientificamente) correcto.

        “Eu quero saber Ana, como se testa esse mecanismo MINDLESS… ”

        Experiências, observações, trabalho de campo,… (Mas pensava que já tinha respondido a esta questão num comentário anterior).

        “E creio que as próprias mutações são MINDLESS… Não?”

        Verdade, sim. Como prova o estudo sobre a capacidade de insectos poderem “comer plantas com cardenolidas” (http://www.pnas.org/content/109/32/13040.full.pdf), que o Jefferson referiu. Ou os estudos sobre a forma como o protozoário da malária se tornou imune a vários medicamentos e outros estudos baseados no método de “ancestral protein reconstruction”.

        “TDI está próxima a Arqueologia forense e SETI… TDI não tem o compromisso de identificar o designer pra afirmar design… TDI busca identificar design inteligente, o designer é uma inferência LÓGICA… ”

        A arqueologia e a investigação forense têm a sua “causa” perfeitamente identificada: é o HOMEM. Em arqueologia são feitos estudos em que são testados os mecanismos propostos para a construção de edifícios e de barcos, para a construção/produção de instrumentos agrícolas, de guerra,etc.. Em investigação forense são testados propostas para explicar padrões, cenas de crime, etc. (que incluem estudos sobre o comportamento humano e outras áreas da psicologia e sociologia).

        O SETI baseia-se na hipótese de existência de civilizações extra-terrestres que tenham o nosso nível de tecnologia, ou seja… têm o homem como modelo.

        “Se vc demonstrar cientificamente, filosoficamente que design surge sem designer, a TDI se curvará a essas demonstrações…”

        Já foi “demonstrado cientificamente” e para vários fenómenos físicos e químicos (para não estarmos só a falar de fenómenos biológicos) que “design [pode] surgir sem designer”. Ciência e filosofia são duas áreas (diferentes mas) complementares do conhecimento humano.

        “Ao demonstrar um caso credível, empiricamente observado, em que o acaso cego e/ou necessidade mecânica cria organização complexa funcionalmente específica e informações associadas além de 500 – 1.000bits … A premissa indutiva chave, da teoria do projeto (ID) entra em colapso.”

        “O que é “um caso credível empiricamente observado”? O que é necessário para ser “credível?”Empiricamente observado” quer dizer que “tínhamos de estar lá para ver”? Quer isso dizer que o exemplo do ciclo de Krebs” não é válido visto que é uma proposta com base no estudo de seres eucariotas e procariotas, mas não é possível “ver” a “evolução” do mesmo ao longo do tempo?

        “O acaso cego e / ou necessidade mecânica cria organização complexa funcionalmente específica”… já existem vários estudos sobre isto, incluindo o do flagelo bacteriano e o da resistência do protozoário da malária a medicamentos.

        Porquê “além de 500-1.000 bits”? É que a acumulação de mutações ao longo do tempo consegue fazer mais que isso, não? 500-1.000 bits corresponde a quantas mutações?

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    • jephsimple says:

      Ana,

      Informação inclui DNA, sistemas de revisão e de reparo, instruções para dobras de proteínas, inclui construção de um decodificador, inclui o próprio sistema de decodificação… Inclui, mais revisão, e isso é resumo… Mais uma vez, estou focando na origem da informação e de novas informações, tudo isso requer informações especificas, relações e comunicação lógica … Ou será, Ana que vc acredita que tudo isso veio pronto de uma vez???

      Por isso eu também quero saber aonde a “evolução” começa… O mecanismo que me refiro são processos cegos, não guiados, desgovernados, não planejados… OBVIAMENTE que quando falo desses processos, não me refiro ao DNA , sistemas de revisão, reparo, dobra e auxilio para dobra de proteínas… Claramente esses eventos não possuem relações com acaso, processos não guiados, não planejados, irracionais, estúpidos, ou seja, são exatamente esses mecanismo que tornam o ID evidente. Senão, de onde vem a alegação sobre aparência de design? De processos ESTÚPIDOS???????????? E como inferir mesmo um design aparente????????????????

      “A Biologia é o estudo de coisas complicadas que possuem a aparência de terem sido projetadas [criadas] com um propósito.”(Dawkins, R., The Blind Watchmaker, W.W. Norton & Company, New York, p. 1, 1986).

      E disso que eu estou falando sobre processos, ou vc acha que a origem da vida são tem como causa processos não guiados, não planejados, irracionais, estúpidos…

      Como afirma Futuyma >>> em CIÊNCIAS NATURAIS, não existem objetivos, intenção, planejamento… Percebe que é disso que estou falando?

      Quando vc fala de mecanismo, estou procurando esse mecanismo cego, desgovernado, não guiado, irracional … Tudo que achei foram mutações (que supostamente são, em absoluto, aleatórias; o que eu discordo, isso é praticamente petição de princípio) e a seleção natural, também descrita como um processo irracional, sem objetivos, sem metas.

      Me desculpe, mas tais processos não dão conta de dar origem a processos exatamente opostos, como códigos, revisores, reparadores, decodificadores, transmissores…

      Me parece que isso é defendido por puro viés materialista, naturalista e até teológico.

      E muito estranho processos cegos, irracionais, ao acaso darem origem a um código extraordinariamente otimizado…

      “Hurst suggest that the genetic code known on Earth has an extraordinary efficiency; of a million
      possible codes studied, only one could conceivably have been more efficient.1-2 The genetic code
      we have inherited does not seem to be the product of pure chance; and it would appear, in fact,
      that the efficient processing of information requires certain algebraic and geometric structures,
      which are also found in systems organized at other scales, in particular, physics.”

      _______________________

      Nature’s Code
      Vanessa Hilla and Peter Rowlandsb

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    • jephsimple says:

      Ana,

      “Pois… Eu penso que esse é realmente o seu problema, Jefferson. Lendo os seus comentários (e o de outros comentadores neste blogue) eu só posso concluir que para si a existência de uma “causa”, de uma espécie de “razão principal” que explique o que se passa à nossa volta é tranquilizador, é o que DÁ SENTIDO à sua vida.”

      Ana, eu disse, se é possível provar, sem desonestidade, de forma inequívoca, que processos cegos, não guiados, irracionais, sem direção podem dar origem a códigos e os sistemas já descritos, entre outros, eu mesmo vou aceitar tal cosmovisão …

      Claro, minha experiência de vida me dá motivos suficiente para crer que design inteligente não é aparente, e que existe um Criador, tal qual descrito pela Bíblia… Alem de que entendo que o mundo, a dimensão natural não é tudo o que existe…  Isso é experiência particular, pode se encaixar como “evidência anedótica”, mas para mim, me vale como testemunho, tem coisas que eu não preciso que terceiros me provem.

      É que não só as palavras que usa, Jefferson, mas até as próprias sequências de palavras que usa (“processos não guiados, desgovernados, irracionais”, “mecanismo cego, não guiado, irracional, sem planejamento, sem inteligência “), e também o seu foco no “termo mindless […] que define a própria selecção natural” e (mais uma vez uma sequência de palavras) “mindless que significa sem mente, estúpido, descuidado…”… tudo isso me leva a concluir que a perspectiva de um mundo sem “causa” é para si algo “assustador”.

      Eu citei isso, isso é óbvio para biólogos evolucionistas, tanto ateus, quanto para minha surpresa biólogos evolucionistas teístas. Isso em si seria uma causa antagônica ao design inteligente encontrado.

      Mas eu cito novamente, isso é uma questão de lógica, se o design é apenas aparente é pq sua causa, está relacionada a processos desgovernados, cegos, irracionais, repito:

      “A alternativa [de Darwin] para o design inteligente, era o projeto por um processo completamente irracional de seleção natural, de acordo com organismos os quais possuem variações que aumentam a sobrevivência ou reprodução e substituem aqueles que são menos dotados da forma adequada, que, sendo assim; sobrevivem ou reproduzem em menor grau. Este processo não pode ter um objetivo, mais do que a erosão tem o objetivo dos canyons que forma, não pode causar eventos relevantes no presente para o futuro. Assim, os conceitos de objetivos ou propósitos não têm lugar na biologia (ou qualquer outra área das ciências naturais) , exceto em estudos do comportamento humano.” (p. 282)

      “Este experimento transmite a essência da seleção natural: é um processo completamente irracional, sem premeditação ou objetivo.” (p. 285)

      Douglas Futuyma – Evolution

       

      Original:

      [Darwin’s] alternative to intelligent design was design by the completely mindless process of natural selection, according to which organisms possessing variations that enhance survival or reproduction replace those less suitably endowed, which therefore survive or reproduce in lesser degree. This process cannot have a goal, any more than erosion has the goal of forming canyons, for the future cannot cause material events in the present. Thus the concepts of goals or purposes have no place in biology (or any other of the natural sciences), except in studies of human behavior. (p. 282)

      This experiment conveys the essence of natural selection: it is a completely mindless process without forethought or goal. (p. 285)

       

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    • jephsimple says:

      Tanto SETI, Arqueologia Forense, e TDI tem como modelo aquilo que a inteligência humana produz. Óbvio que não são escopos idênticos… Mas eles tem em comum características particular: a inteligência, escolha, planejamento, objetivo, produção de informações específicas e complexas. E também, algo em comum com a TDI, a distinção entre o que vem a existência por puro acaso, acidentes, por processos cegos, não guiados, e aquilo que só poderia ser produzido por uma inteligência.

      Aliás o homem é modelo pra inferir inteligência em certos comportamentos animais… Como por exemplo certos comportamentos dos corvos…

      E se você acha que apenas os homens são designers, ou únicos possíveis. essa já é uma demarcação sua, e vejo isso nos próprios naturalistas, materialistas, essa é uma questão filosófica…

      E eu postei algo sobre essa demarcação materialista, não é uma abordagem muito profunda mas demonstra um pouco o viés materialista.

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      • Ana Silva says:

        Jefferson:

        Tanto SETI, Arqueologia Forense, e TDI tem como modelo aquilo que a inteligência humana produz. Óbvio que não são escopos idênticos…

        “[SETI, Arqueologia Forense, e TDI] tem em comum características particular: a inteligência, escolha, planejamento, objetivo, produção de informações específicas e complexas. E também, algo em comum com a TDI, a distinção entre o que vem a existência por puro acaso, acidentes, por processos cegos, não guiados, e aquilo que só poderia ser produzido por uma inteligência.”

        SETI e Arqueologia e Investigação Forense têm como modelo o homem. É aquilo que o homem consegue ou não fazer, o que se espera que o homem pudesse fazer há centenas ou milhares de anos que serve como modelo para estas disciplinas. O HOMEM é o modelo.

        Ou seja, está o Jefferson a defender que o modelo de base do design inteligente é o homem?

        “E se você acha que apenas os homens são designers, ou únicos possíveis. essa já é uma demarcação sua, e vejo isso nos próprios naturalistas, materialistas, essa é uma questão filosófica…”

        Pessoalmente nunca considerei os humanos como únicos capazes de criar/usar instrumentos. Não são só os corvos, Jefferson. São também os champanhizes, os golfinhos (que “criam” bolhas para desorientar e caçar peixes) uma espécie de macacos de uma ilha japonesa e (se não estou em erro) outras aves. Pelo menos.

        Os chimpanzés e dos macacos foram referidos em duas sequências de comentários de posts neste mesmo blogue em que eu participei (ver, por exemplo, https://darwinismo.wordpress.com/2015/09/21/refuta-o-gradualismo-evolutivo/#comment-31876).

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    • jephsimple says:

      Ana,

      Ou seja, está o Jefferson a defender que o modelo de base do design inteligente é o homem?

      Sim Ana, a base para a TDI detectar sinais de inteligência é o homem, além de lógica e racionalidade. Por isso a TDI é uma teoria minimalista e restritiva.

      O mesmo vale para o SETI e Arqueologia…  Ambos baseiam-se nos SINAIS de inteligência produzidos de modo bem específico, pelo homem.

      Pessoalmente nunca considerei os humanos como únicos capazes de criar/usar instrumentos. Não são só os corvos, Jefferson. São também os champanhizes, os golfinhos (que “criam” bolhas para desorientar e caçar peixes) uma espécie de macacos de uma ilha japonesa e (se não estou em erro) outras aves. Pelo menos.

      Humanos fazem muito mais coisas, do tipo filosofia, matemática, artes e engenharia.

      O corvo foi apenas um exemplo… Afinal, mesmo os vírus, nos surpreendem… Além das próprias bactérias [ver Shapiro].

      A propósito, o homem também é o modelo pra inferir comportamento nos animais e não o oposto.

      O estranho é os evolucionistas enxergarem inteligência em certos comportamentos dos seres vivos, mas não enxergar inteligência no código DNA, ribossomos, chaperonas e etc…

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      • jephsimple says:

        Uma correção:

        A propósito, o homem também é o modelo pra inferir comportamento inteligente nos animais e não o oposto.

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      • Ana Silva says:

        Jefferson:

        “Sim Ana, a base para a TDI detectar sinais de inteligência é o homem, além de lógica e racionalidade.”

        Agradeço a franqueza, Jefferson, com que admite que (para si) o modelo para detecção de DI é o Homem. É que isso leva a uma pergunta de carácter puramente teológico: como conjugar isso sabendo-se que tantos dos defensores da TDI acreditam a nível pessoal que o Designer é Deus?

        “O mesmo vale para o SETI e Arqueologia… Ambos baseiam-se nos SINAIS de inteligência produzidos de modo bem específico, pelo homem.”

        Sinais que nós conseguimos identificar, porque RECONHECEMOS a sua origem, Jefferson, sabemos o que LEVOU à sua existência. Nós sabemos como se constrói um carro, sabemos como os antigos construíam edifícios, como os antigos purificavam e trabalhavam metais, como produziam ferramentas e faziam agricultura. Nós (re)conhecemos os MÉTODOS utilizados pelos antigos, nós (re)conhecemos a TECNOLOGIA, antiga e actual. Fazemos isso por comparação com o que já sabíamos antes.

        Ou seja: Nós não sabemos propriamente que algo é obra do homem. Nós pura e simplesmente RECONHECEMOS indícios dos métodos usados pelo homem naquilo que observamos. E depois (muito importante) nós AVALIAMOS esses indícios.

        “A propósito, o homem também é o modelo pra inferir comportamento nos animais e não o oposto.”

        Hummm… talvez porque a nível de comportamento o homem é o ser vivo mais estudado, aquele que conhecemos melhor?

        Na verdade, o que é feito é uma análise da actuação dos animais (observada localmente e/ou em vídeo), ou seja é feita uma avaliação da acção, causa e consequência, para verificar se isso é um indício de raciocínio por parte do animal. Como o homem também é (pelo menos a nível fisiológico) um animal, é natural que o comportamento de outros animais possa ser comparado com o comportamento do homem.

        Mas não é preciso propriamente fazer sempre uma comparação com humanos. Dou um exemplo: Os sons emitidos por golfinhos individuais dentro de um grupo são classificados como “frases” (comunicação) e não propriamente como “ruído”, porque uma observação cuidada mostra que os outros golfinhos reagem a esses sons, incluindo, por exemplo emitindo novos sons.

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  5. Ana Silva says:

    Jefferson:

    “Informação inclui DNA, sistemas de revisão e de reparo, instruções para dobras de proteínas, inclui construção de um decodificador, inclui o próprio sistema de decodificação… Inclui, mais revisão, e isso é resumo… ”

    Os “sistemas de reparação e de reparo” e os “descodificadores” são proteínas e complexos proteicos (ou seja mais proteínas). O “sistema de descodificação” não existe propriamente, porque os processo de duplicação, transcrição e tradução (que envolvem DNA e RNA) são explicados pelas “leis” da química, ou seja, são processos químicos.

    O mesmo acontece com as “instruções para dobras de proteínas”: é (quase) tudo explicado pelas leis da química.

    As proteínas têm quatro “níveis” de estrutura. A estrutura primária é a própria cadeia de aminoácidos em sequência (os aminoácidos, claro, são os blocos base de construção de uma proteína). É a sequência de aminoácidos (que é específica em cada proteína) que leva à formação da estrutura secundária (hélices vs. folhas) e também da estrutura terciária.

    São 20 os aminoácidos que podem fazer parte de uma proteína. Cada aminoácido é constituído por um carbono central que está ligado a um grupo amina (que se liga ao ao grupo carboxilo do aminoácido anterior), a um grupo carboxilo (que se liga ao grupo amina do aminoácido seguinte) e, finalmente, a um grupo chamado “radical”, o único que é diferente e específico de cada aminoácido.

    O radical de cada aminoácido é o que realmente influencia as estruturas secundária e terciária da proteína. Não sozinho propriamente, mas coordenado com os “radicais” dos aminoácidos vizinhos. Por exemplo, um radical pode ser “hidrófilo” (que “gosta de água”) ou “hidrófobo” (que “foge da água”). Uma sequência de radicais hidrófobos tem tendência “natural” a “enrolar-se” de forma a não ficar exposta ao exterior da proteína (onde a água “abunda”). O contrário acontece com os radicais hidrófilos.

    Alguns radicais têm facilidade em criar ligações de hidrogénio (ligação intermolecular entre um átomo de hidrogénio e um átomo electronegativo, como o oxigénio ou o azoto), o que também influencia e, principalmente, estabiliza as estruturas secundárias e terciárias da proteína. O tamanho e forma do radical também podem ser importantes.

    Finalmente existe um aminoácido em especial, a cisteina, que possui um átomo de enxofre no seu radical. Duas cisteinas pertencentes a zonas separadas da mesma cadeia de aminoácidos podem estabelecer uma ligação química entre si (uma ligação entre os átomos de enxofre de cada cisteina). Esta ligação é uma ligação “permanente” e muito forte, que tem uma influência muito grande na estrutura terciária da proteína.

    A importância do radical de cada aminoácido numa proteína para as suas estruturas secundária e terciária é demonstrada pelas doenças genéticas que são provocadas pela substituição de um único aminoácido. Alguns exemplos são a anemia falciforme, a neurofibromatose, o daltonismo e alguns tipos de cancro. Todos eles resultam da troca de um aminoácido que leva a uma alteração profunda das estruturas secundária e/ou terciária de uma proteína.

    Claro que em geral a substituição de um aminoácido não é problemática. Ou porque o substituto tem um radical com propriedades químicas semelhantes ao do aminoácido substituído (são ambos hidrófilos, por exemplo) ou por fica numa zona em que não influencia muito o resultado da estrutura final da proteína (fica numa zona que liga estruturas secundárias principais, por exemplo).

    Concluindo, Jefferson, não existem propriamente “instruções para dobras de proteínas”. Porque as estruturas secundária e terciária são em si apenas uma consequência da estrutura primária e das leis da química. Ou seja, nenhum designer actua propriamente na criação das estruturas secundária e terciária de uma proteína.

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    • jephsimple says:

      Ana,

      Sua negação agora me surpreendeu, não seria um viés confirmatório profundo, de sua parte?

       
      Que simplificação ABSURDA sobre sistema de reparo, codificação, e decodificação …

      Obvio que todo esses processos requerem informações do nível de instruções … Você está com uma simplificação NONSENSE, de que se isso for explicado por leis da química (???) isso refuta a necessidade intrínseca de instrução… Com perdão da palavra, isso é ridículo. Negar instruções nas construções dos organismos vivos, não é digno de discussão neste presente século…

      SIm, os ribossomos são decodificadores … Não dá nem pra discutir isso…

      Sobre revisão…. Sugiro a leitura disto.

      Aliás será que Ana acredita que não existe sistemas dentro dos seres vivos com a finalidade de verificar se existem erros na tradução, para depois CORRIGI-LOS ????????????????

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  6. harmo1979 says:

    O mais engraçado é que a inocência ou cegueira da Ana(típica de qualquer evolucionista materialista) não permite enxergar que TODAS as mutações genéticas observadas hoje (incluindo as mutações que ela deu como exemplos) são exemplos de mutações genéticas deletérias, com perda de informação no DNA e consequente adaptação da especie ao meio. Isso se chama adaptação por necessidade natural, não macroevolucao. E as mutações dadas por ela como exemplo são mutações deletérias que causam perda da informação original, sem a adição de nova informação. O que foi observado nesses artigos é que características já existentes foram modificadas para um determinado fim ou objetivo. Não houve algo novo ali naquela mutação não, apenas a mudança de uma característica já existente para fins adaptativos. Isso significa que as mutações são LIMITADAS pelo mecanismo de auto reparo do DNA. Quando uma brusca variação ocorre, ocorre deformação ou algum tipo de característica desvantajosa para a espécie. Não houve benefício causado pelas mutações, apenas a resistência (dos insetos) ao meio como consequência das mutações. Se você cruzar vários insetos com características adaptativas diferentes, as características produzidas ali serão sempre as mesmas: comer plantas ou não comer plantas. É a famosa lei da conservação da informação em populações: a capacidade de um inseto comer mais ou não independe das mutações. Sempre existirá tal característica em populações, ou seja, é algo epigenético, não herdado via seleção natural + mutações “aleatórias”. Você pode cruzar vários insetos mutados e o resultado será sempre o mesmo: 2 características já existentes e que sempre existirão ali. Essa é a lei da conservação da informação genética em populações. Você nunca verá um inseto desenvolver novas asas e voar mais alto, ou desenvolver olhos ou patas pelo acúmulo de mutações genéticas deletérias com perda de informação e alteração em algo já existente. O mecanismo de auto reparo do DNA impede que essa fantasiosa macroevolucao ocorra. Por isso o materialismo reducionista é dependente de fé, pois são incríveis zero evidências científicas para crer na macroevolucao. Apenas é aceito mediante consenso. Isso se chama axioma filosófico.

    O experimento com as moscas da fruta mostram exatamente a mesma coisa: mutações genéticas deletérias com perda de informação que geraram várias moscas defeituosas e moscas normais. Foi observado que, após um certo tempo, as moscas voltavam ao normal(sem asas duplicadas(mesma informação, porém com o DNA expressando mutação neutra) ou asas reduzidas), condição já esperada pela lei da conservação da informação genética e pelo mecanismo de auto reparo das mutações, que sempre TENDE ao equilíbrio da informação original antes presente. Mas tudo isso foi observado nesse experimento, não é especulação científica, crença que a Ana e outros evolucionistas adotam como sendo ciencia, mas que na verdade é filosofia.

    Sobre os termos ‘aleatórios’ e ‘cego’, não guiado: filosofia do naturalimo. Os evos apenas aceitam isso como explicação naturalista, mas tal crença não pode ser provada comp verdadeira. É aí que entra o dogmatismo religioso materialista travestido de ciência e que engana muitas pessoas. “Assume-se que”, “admite-se que” a evolução ocorreu por mecanismos não guiados ou orientados, sem objetivo ou finalidade. Essas crenças filosoficas nunca foram testadas e observadas, apenas aceitas como explicação. O que é OBSERVADO na adaptação das espécies é que as adaptações não ocorrem de maneira acidental, mas sim por NECESSIDADE de algo já pré programado para realizar tal finalidade: adaptar-se a uma função nova, porém com características já modificadas ou existentes, até a restauração do equilíbrio da informação. Ou seja, impossível de ser algo sem objetivo e sem propósito. Do mesmo jeito que uma pessoa fabrica um relógio com uma intencionalidade ( vender para pessoas que queiram ver horas ou qualquer outra coisa do tipo), as ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS ao longo do tempo são feitas por pessoas, também querendo aprimorar o mecanismo do relógio, sempre com uma finalidade: marcar horas de forma eficiente e rápida, agradando o cliente.

    Ou seja, o termo ‘randomico’ aceito pelos evolucionistas é uma explicação para a falta de explicação de o fato de as coisas da natureza terem uma finalidade específica, fato negado pela Ana e demaias cegos do materialismo dogmático puramente filosófico.

    *Bônus à Ana: o que surgiu primeiro: o DNA, as proteínas, o mecanismo de auto reparo das mutações, as enzimas, os RNAm, a informação, as bases nitrogenadas ou tudo junto?

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    • Ana Silva says:

      Harmo1979:

      “Bônus à Ana: o que surgiu primeiro: o DNA, as proteínas, o mecanismo de auto reparo das mutações, as enzimas, os RNAm, a informação, as bases nitrogenadas ou tudo junto?”

      Não faço a mínima ideia. Sinceramente.

      No entanto o facto de não se conhecer a “origem” de um possível ancestral comum a todos os seres vivos, o LUCA, não contraria o facto de se conhecerem (e de terem sido amplamente estudados) vários mecanismos de mutação de DNA.

      O Harmo parece reconhecer este facto: o DNA pode e, na verdade, sofre mutações. Parece ser por isso que você faz um esforço tão grande no seu comentário para concluir que “TODAS as mutações genéticas observadas hoje […] são exemplos de mutações genéticas deletérias, com perda de informação no DNA”. Paro você, Harmo, não parecem sequer existir mutações neutras, quanto mais mutações benéficas.

      Mas não é o facto de repetirmos muitas vezes uma afirmação, que por si só torna essa afirmação verdadeira.

      Com o objectivo de tornar a sua argumentação mais forte, Harmo, você associa as “mutações genéticas deletérias” com a “consequente adaptação da especie ao meio”. Para isso pega no exemplo dos insectos que têm mutações que lhes permite comer plantas com cardenolidas (que são uma toxina para a generalidade dos insectos):

      “O que foi observado nesses artigos é que características já existentes foram modificadas para um determinado fim ou objetivo. Não houve algo novo ali naquela mutação não, apenas a mudança de uma característica já existente para fins adaptativos.”

      Esta associação surpreendeu-me um bocado, Harmo, porque num comentário anterior eu já tinha explicado que a “resistência às cardenolidas” é uma consequência, não propositada, de diferentes tipos de mutações que, inclusive “originam proteínas com “diferentes graus de resistência às cardenolidas” (https://darwinismo.wordpress.com/2017/01/25/mutacoes-geneticas-nao-causam-qualquer-tipo-de-evolucao/#comment-33908).

      Mais ainda, estas mutações aparecem inclusive em insectos que NÃO se alimentam de plantas e que, como tal, NÃO precisam desta mutação para nada. Nestes insectos que não se alimentam de plantas (e que incluem uma pulga e o mosquito do dengue) a mutação é por isso NEUTRA (segundo a própria definição de “mutação neutra”).

      São os insectos com genes “mutados” mas que não se alimentam de plantas, que “demonstram” a “aleatoriedade” do processo de mutação que confere “resistência às cardenolidas”.

      Concluindo: não houve à partida o “objectivo ou propósito” de criar uma “resistência às cardenolidas”. Esta resistência é simplesmente a consequência de diferentes mutações possíveis de um gene (foram identificadas 8 tipos de mutações diferentes com a mesma consequência, se não me falha a memória), que afectam inclusive insectos que não comem plantas.

      “Não houve benefício causado pelas mutações, apenas a resistência (dos insetos) ao meio como consequência das mutações”

      A possibilidade de poder comer mais plantas, de poder INCLUIR na dieta plantas com cardenolidas não é um “benefício”? A possibilidade de poder comer plantas que matam insectos “rivais” (logo ter acesso a MAIS comida que os insectos “rivais”) não é um “benefício”?

      “Se você cruzar vários insetos com características adaptativas diferentes, as características produzidas ali serão sempre as mesmas: comer plantas ou não comer plantas.”

      Como assim?

      Repito: A possibilidade de poder comer plantas que matam insectos “rivais” (logo ter acesso a mais comida que os insectos “rivais”) não é um “benefício”?

      “É a famosa lei da conservação da informação em populações: a capacidade de um inseto comer mais ou não independe das mutações. Sempre existirá tal característica em populações, ou seja, é algo epigenético, não herdado via seleção natural + mutações “aleatórias”.”

      Nunca tinha ouvido falar da “lei da conservação da informação em populações”, confesso. Inclusive fiz hoje uma pesquisa na internet com esse termo e não encontrei nada. Encontrei, no entanto, referências à “lei da conservação de informação” de William Dembski. É a esta lei que se refere, Harmo?

      Fica ainda a pergunta: visto que mutações são possíveis (conhecem-se os mecanismos possíveis), que são conhecidos casos de possíveis mutações (como é exemplo o estudo da “resistência a cardenolinas”), como pode o Harmo garantir que as “mutações” na verdade não são “verdadeiras mutações”, mas apenas variantes que sempre existiram?

      “Você nunca verá um inseto desenvolver novas asas e voar mais alto, ou desenvolver olhos ou patas pelo acúmulo de mutações genéticas deletérias com perda de informação e alteração em algo já existente.”

      Existem estudos de variações do tamanho de asas dentro da mesma espécie de insectos. Por exemplo diferentes populações de borboletas monarcas têm diferentes tamanhos de asas conforme migram ou não (a existência de colónias de borboletas monarcas não migrantes é algo recente que está a ser estudado). Existem também estudos da rápida adaptação de animais a novas condições (por exemplo, se não estou em erro, um lagarto que foi introduzido numa ilha italiana há perto de 30 anos atrás)

      “O mecanismo de auto reparo do DNA impede que essa fantasiosa macroevolucao ocorra.”

      O mecanismo de auto-reparação de DNA não é eficaz a 100%, como prova a ocorrência de cancros “não familiares” (ou seja, cancro que não têm origem num gene defeituoso transmitido de pais para filhos).

      “Foi observado que, após um certo tempo, as moscas [da fruta] voltavam ao normal (sem asas duplicadas (mesma informação, porém com o DNA expressando mutação neutra) ou asas reduzidas)”

      Como assim, “voltar ao normal”? Está a dizer Harmo, que a “condição anormal” foi revertida durante o tempo de vida do insecto afectado? Se sim, onde encontrou essa informação?

      O está a dizer, Harmo, que TODA a descendência do insecto “mutado” não apresentava a “condição anormal”, contrariando as leis de Mendel relacionadas com os conceitos de “gene dominante” e gene recessivo”? É que eu estava plenamente convencida que todas as experiências com moscas da fruta tinham “provado” as leis de Mendel. Pode indicar-me as suas fontes?

      “O que é OBSERVADO na adaptação das espécies é que as adaptações não ocorrem de maneira acidental, mas sim por NECESSIDADE de algo já pré programado para realizar tal finalidade: adaptar-se a uma função nova, porém com características já modificadas ou existentes, até a restauração do equilíbrio da informação.”

      Confesso que não percebi bem o significado desta frase, Harmo. O que quer dizer com “restauração do equilíbrio da informação”? Por exemplo como pode ocorrer a “restauração do equilíbrio da informação” numa situação em que a “alteração da informação ” traz consigo um “benefício” visível (como é o caso de “mais comida” para insectos resistentes a cardenolidas)? Principalmente quando tal “benefício” não parece ter um “fim à vista” (plantas com cardenolidas continuarão a existir, independentemente de os insectos manterem ou não a mutação)?

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  7. harmo1979 says:

    Ana, sabia que a Lynn Margulis não achou evidências científicas testaveis e observaveis de que a seleção natural gerasse coisas novas pelo acúmulo de mutações genéticas aceitas como aleatórias ? Veja:

    Todos os cientistas concordam que a evolução ocorreu, que toda vida vem de um ancestral comum, que houve extinção, e que novos táxons, novos grupos biológicos, têm surgido. A pergunta é: é a seleção natural suficiente para explicar a evolução? É o condutor da evolução?
    E você não acredita que a seleção natural é a resposta?
    Este é o problema que tenho com o neo-darwinistas: Eles ensinam que o que está gerando novidade é a acumulação de mutações aleatórias no DNA, em uma direção definida pela seleção natural. Se você quiser os ovos maiores, você continua selecionando as galinhas que estão colocando os maiores ovos, e você começa a ter ovos cada vez maiores. Mas você também terá galinhas com penas defeituosas e as pernas bambas. A seleção natural elimina e talvez mantém, mas não cria.
    Esta parece ser uma objeção bastante básica. Como, então, você acha que a perspectiva neo-darwinista se tornou tão arraigada?
    Na primeira metade do século 20, o neo-darwinismo se tornou o nome para as pessoas que reconciliaram o tipo de mudança evolutiva gradual descrita por Charles Darwin com as regras de Gregor Mendel sobre a hereditariedade [que ganhou reconhecimento disseminado por volta de 1900], no qual traços fixos são passadas de uma geração para a seguinte. O problema é que as leis da genética mostraram estase, não mudança.

    Não há dúvida de que Mendel estava correto. Mas o darwinismo diz que houve mudança através do tempo, uma vez que toda vida vem de um ancestral comum.
    Então Mendel pedeu alguma coisa? Darwin estava errado?
    Eu diria que ambos estão incompletos … Mas os neo-darwinistas dizem que novas espécies surgem quando mutações ocorrem e modificam um organismo. Eu fui ensinada seguidas vezes que o acúmulo de mutações aleatórias levou a mudatações evolutivas, a novas espécies. Eu acreditei até que procurei pelas as provas.
    Que tipo de evidência virou você contra o neo-darwinismo?
    O que você gostaria de ver é um bom exemplo para a mudança gradual de uma espécie para outra em campo, em laboratório, ou no registro fóssil e de preferência em todos os três. O grande mistério de Darwin foi não ter registro nenhum anterior a um ponto específico [datado de 542 milhões de anos por pesquisadores modernos], e então, de repente, você começa a ter no registro fóssil quase todos os principais tipos de animais…Não há gradualismo no registro fóssil.
    Algumas de suas críticas à seleção natural soam muito parecidas com as de Michael Behe, um dos defensores mais famosos do “design inteligente”, e você ainda têm debatido Behe. Qual é a diferença entre seus pontos de vista?
    Os críticos, incluindo os críticos criacionista, estão certos sobre suas críticas. É apenas que eles não têm nada para oferecer, a não ser o design inteligente ou “Deus fez isso.” Eles não têm alternativas que sejam científicas.

    2011/08/entrevista-lynn-margulis/

    Ou seja: o esperado era que a seleção natural gerasse coisas novas com a ajuda das imaginárias mutações genéticas aleatórias* benéficas*, mas infelizmente não vemos isso em laboratório ou na natureza.

    De fayo, eu prefiro confiar na palavra dela e de VÁRIOS biólogos ou químicos com objeções válidas à evolução darwiniana do que confiar em especulações sem evidências alguma

    Há-bracos

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    • Ana Silva says:

      Harmo:

      [Nota: Desculpe só responder-lhe agora, Harmo, mas o seu comentário deve ter estado à espera de moderação ou terá ido para o spam, não sei. A verdade é que só tive acesso ao seu comentário ontem, e só hoje tive possibilidade de responder]

      “Sabia que a Lynn Margulis não achou evidências científicas testaveis e observaveis de que a seleção natural gerasse coisas novas pelo acúmulo de mutações genéticas aceitas como aleatórias ?”

      Lynn Margulis é, para mim, um caso especial e algo triste. Margulis é uma cientista importante, com direito a um lugar especial na história como cientista. Foi pioneira numa teoria importante e absolutamente aceite hoje como válida, a teoria da simbiose. Esta teoria explica a existência e estrutura de dois organelos muito importantes na célula, a mitocôndria (onde ocorre a respiração celular) e o cloroplasto (onde ocorre a fotosíntesse). E Margulis trabalhou “no duro”:os seus estudos ajudaram a encontrar provas da validade da teoria da simbiose como uma teoria científica válida!

      Mas depois Margolis começou a defender coisas que não têm nenhuma base concreta, só porque, para Margolis, estavam de acordo com a sua “visão do mundo”. Desde a sua hipótese de que todas as novas espécies resultam “obrigatoriamente” de hibridação entre duas espécies diferentes (como por exemplo a explicação que Margulis dá para o ciclo de vida de borboletas, http://www.pnas.org/content/106/47/19901.full) até à sua acérrima defesa de não existe nenhuma relação entre o vírus HIV e a doença SIDA (porque, segundo Margulis e se percebi bem, a SIDA é uma nova versão de sífilis). Sem esquecer que Margulis defendia que todos os flagelos celulares (dos flagelos bacterianos ao próprio flagelo do espermatozoide) têm como origem a simbiose de espiroquetas com outras bactérias.

      O texto que você cita, Harmo, é uma entrevista de Margulis à revista Discovery, dada em 2011 (http://discovermagazine.com/2011/apr/16-interview-lynn-margulis-not-controversial-right). Confesso que não a li com atenção, mas se a citação das “galinhas com maior ovos” é representativa de toda a entrevista, então (baseada no meu conhecimento de teoria da evolução) eu só posso concluir que, algures na sua vida, Margulis “ensadeceu”.

      Disse Margulis [citada por si, Harmo]:”Se você quiser os ovos maiores, você continua selecionando as galinhas que estão colocando os maiores ovos, e você começa a ter ovos cada vez maiores. Mas você também terá galinhas com penas defeituosas e as pernas bambas. A seleção natural elimina e talvez mantém, mas não cria.”

      Falar de selecção natural como algo que “elimina e talvez mantêm” sem referir o que “cria” (mutações de DNA) é criar um(a falácia de) “espantalho”. É que a selecção natural, tal como o nome indica, (apenas) “selecciona”. O que “cria” são as mutações de DNA, que podem ou não fixar-se numa população, caso tragam ou não vantagens ao seu portador (selecção natural) ou sejam mutações “neutras” e, “por sorte”, conseguirem fixar-se na população (deriva genética).

      “O esperado era que a seleção natural gerasse coisas novas com a ajuda das imaginárias mutações genéticas aleatórias* benéficas*, mas infelizmente não vemos isso em laboratório ou na natureza.”

      Vemos isso em laboratório (na experiência a longo prazo da evolução de E. coli, por exemplo) e na natureza (como provam estudos de animais introduzidos em ilhas, como um lagarto introduzido há perto de 40 anos numa ilha italiana, https://www.sciencedaily.com/releases/2008/04/080417112433.htm).

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  8. Ana Silva says:

    Jefferson:

    “Você está com uma simplificação NONSENSE, de que se isso for explicado por leis da química (???) isso refuta a necessidade intrínseca de instrução…”

    De certa forma sim. Acaba por ser isso mesmo, Jefferson.

    Os sistemas de reparação e outros que refere, Jefferson, são na sua base proteínas. Ou seja, são conjuntos de cadeias de aminoácidos, “unidas entre si” por afinidades químicas (como, por exemplo, pontes de hidrogénio entre dois radicais de aminoácidos de cadeias diferentes ou ligações iónicas entre zonas com carga positiva e zonas com carga negativa). [Nota: O Jefferson apresentou uma excepção muito importante, o ribossoma, de que falarei mais tarde].

    É verdade que a (quase) totalidade das proteínas têm associadas a sim grupos de açucares, de lípidos e, mais importante, de centros metálicos. Os centros metálicos podem funcionar como centros catalíticos (em enzimas), como pontos de acoplamento de “materiais a serem transportados (por exemplo o grupo heme na hemoglobina que transporta o oxigénio e o dióxido de carbono), como pontos de regulação (inibição ou activação da actividade catalítica numa enzima, entre outros.

    Estes grupos que referi são adicionados à proteína em construção ou de uma forma espontânea (se o grupo já tiver afinidade química com a zona onde se liga) ou pela acção de outras proteínas.

    Portanto é fácil de concluir que, complexo ou não, tudo o que acontece numa célula está relacionado com a actividade de (pelo menos) uma proteína. Este facto é independente da complexidade das proteínas e/ou complexos proteicos envolvidos.

    Repito isto, Jefferson, porque acho importante. Penso que pelo menos neste ponto, você e eu podemos concordar que, complexo ou não, tudo o que acontece numa célula envolve proteínas.

    Aceito também, Jefferson, que a generalidade das proteínas têm uma actividade muito específica. Por exemplo a generalidade das enzimas (proteínas que catalisam reacções químicas) é muito “esquisita” quanto ao seu substrato: o substrato é uma molécula específica e é essa só).

    Portanto: a “especificidade” de cada proteína quanto ao seu “substrato” dá força ao meu argumento de afinidade química (as tais “leis da química” em acção que o Jefferson refere). Ou seja, nenhuma proteína ou complexo proteico vai, “por dá cá esta palha” mudar de substrato “só porque sim”. Penso, Jefferson, que também aqui estamos de acordo um com o outro.

    Mais ainda, a ESPECIFICIDADE de cada proteína GARANTE que esta faz uma ÚNICA tarefa ao longo da sua “vida” (ou seja enquanto estiver “funcional”).

    Aqui está um resumo pouco resumido da minha “simplificação NONSENSE”. Ela envolve não só as tais “leis da química”, mas também o facto de que temos estado sempre a FALAR DE PROTEÍNAS!

    As TAIS proteínas cuja “origem” é SEMPRE um gene, ou seja é SEMPRE uma cadeia (mais ou menos longa) de DNA.

    É por ISTO (o facto de TUDO na célula envolver, na sua base, proteínas e DNA) que eu defendo que “informação biológica” se pode resumir a DNA: porque tudo o que acontece na célula , incluindo as “instruções nas construções dos organismos vivos”, os “sistemas de revisão e de reparo”, os “descodificadores” e “o próprio sistema de descodificação” tem a sua origem no DNA.

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    • Ana Silva says:

      Jefferson:

      Dois pormenores importantes:

      Qualquer cadeia polipeptídica (uma sequência de pelo menos 15 aminoácidos) toma “automaticamente” uma estrutura tridimensional (com estrutura secundária e terciária). Esta é uma sequência da acção do radical de cada aminoácido da sequência como expliquei em https://darwinismo.wordpress.com/2017/01/25/mutacoes-geneticas-nao-causam-qualquer-tipo-de-evolucao/#comment-33944).

      Por sua vez, qualquer cadeia polipeptídica resulta de uma cadeia de DNA. É, aliás, um procedimento “básico”, comum em muitos laboratórios de bioquímica/biologia molecular, a inserção de uma cadeia de DNA codificante para uma proteína, no DNA de bactérias, para produzir “quantidades astronómicas” dessa mesma proteína.

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    • Ana Silva says:

      Jefferson:

      Tendo em conta a sequência de comentários que temos trocado faço o seguinte resumo:

      A teoria da evolução tem como base o conceito de um antepassado comum para todos os seres vivos, o tal LUCA. Não existem agora conhecimentos suficientes que permitam determinar qual a origem do LUCA. Por esta razão a hipótese de que o LUCA possa ter sido criado por um designer inteligente é possível, pelo menos até ao aparecimento de novo conhecimento que a contrarie. Isto inclui a origem da “informação biológica”.

      Mas, como referi anteriormente, a informação biológica pode, afinal, ser “resumida” ao DNA (visto que até a origem das proteínas produzidas pelas células são cadeias de DNA). E actualmente são conhecidas (e têm sido amplamente estudadas) formas de alterar a sequência da cadeia de DNA: são os diferentes tipos de mutações conhecidas.

      Ou seja o facto de não ser possível identificar a origem da “informação biológica” do LUCA, não implica que não é possível identificar as alterações de “informação biológica” que possam ter ocorrido desde que o LUCA apareceu.

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      • jephsimple says:

        Aliás, Ana, não … CARÍSSIMA, Ana!

        Gostaria, de repetir, apesar de discordar profundamente da Ana, e de ter divergências pontuais, ,rigorosas… É sempre bom debater com ela.

        Meu respeito a educadíssima, inteligente, Ana.

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      • jephsimple says:

        Ana,

        Você é quase uma inteligentista, rsrsrs….

        Não são “acidentes químicos”, Jefferson.

        Nós temos um problema aqui… Eu já postei sobre uma declaração do biólogo evolucionista anti-ID, Douglas Futuyma… Alguem não está certo aqui. Aliás tenho outra fontes evolucionistas em acordo com Douglas Futuyma.

        Irei tornar a postar:

        “A alternativa [de Darwin] para o design inteligente, era o projeto por um processo completamente irracional de seleção natural, de acordo com organismos os quais possuem variações que aumentam a sobrevivência ou reprodução e substituem aqueles que são menos dotados da forma adequada, que, sendo assim; sobrevivem ou reproduzem em menor grau. Este processo não pode ter um objetivo, mais do que a erosão tem o objetivo dos canyons que forma, não pode causar eventos relevantes no presente para o futuro. Assim, os conceitos de objetivos ou propósitos não têm lugar na biologia (ou qualquer outra área das ciências naturais) , exceto em estudos do comportamento humano.” (p. 282)

        “Este experimento transmite a essência da seleção natural: é um processo completamente irracional, sem premeditação ou objetivo.” (p. 285)

        Douglas Futuyma – Evolution

        Bem, eu tenho um outro artigo muito interessante de fonte evolucionista sobre isso, se for preciso eu posto.

        Mas tudo isso é FEITO POR PROTEÍNAS. Proteínas CODIFICADAS pelo DNA.

        Veja só, não acredito nessa auto-suficiência do DNA… O DNA em si não codifica nada, essa codificação é externa… É feita em sua origem. Ana, isso pra mim parece pura sorte… Tipo, aconteceu, de repente codificações e processos de de decodificação começam a ocorrer… Por que aconteceu… Isso é tão válido quanto qualquer outra alternativa concorrente.

        De outra forma, isso está muito, de certa forma, simplista, genérico… Maquinas que fazem revisão são diferentes das que fazem auxílio na dobra de proteínas, que são diferentes dos ribossomos… Outra bem diferente são as que compõem o motor flagelar… O comportamento especifico de funcionar como um rotor é diferente do comportamento específico de transcrever, outro comportamento específico  é de funcionar como revisor, como reparador… Tudo isso requer instrução… Ou seja, instrução para agir como um motor, para agir como um revisor, agir como um corretor e etc… Tudo isso se encaixa em especialização e diferenciação celular… E olha, que tem muito mais coisas… MUITAS COISAS, MUITAS M – E  – S –  M – O !

        Mas é inegável sua natureza baseada em design inteligente:

        “All biological systems, and even entire living organisms, are natural molecular computers. Every one of us is a biomolecular computer, that is, a machine in which all components are molecules “talking” to one another in a logical manner. The hardware and software are complex biological molecules that activate one another to carry out some predetermined chemical tasks. The input is a molecule that undergoes specific, programmed changes, following a specific set of rules (software) and the output of this chemical computation process is another well defined molecule.”

        “Todos os sistemas biológicos, e até mesmo organismos vivos inteiros, são computadores moleculares naturais. Cada um de nós somos um computador biomolecular, isto é, uma máquina na qual todos os componentes são moléculas “conversando” umas com as outras de maneira lógica. O hardware e o software são moléculas biológicas complexas que se ativam mutuamente para realizar algumas tarefas químicas predeterminadas. A entrada é uma molécula que sofre alterações programadas específicas, seguindo um conjunto específico de regras (software) e a saída deste processo de computação química é outra molécula bem definida.”

        Science Daily

         

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      • jephsimple says:

        Ana,

        Você é quase uma inteligentista, rsrsrs….

        Não são “acidentes químicos”, Jefferson.

        Nós temos um problema aqui… Eu já postei sobre uma declaração do biólogo evolucionista anti-ID, Douglas Futuyma… Alguem não está certo aqui. Aliás tenho outra fontes evolucionistas em acordo com Douglas Futuyma.

        Irei tornar a postar:

        “A alternativa [de Darwin] para o design inteligente, era o projeto por um processo completamente irracional de seleção natural, de acordo com organismos os quais possuem variações que aumentam a sobrevivência ou reprodução e substituem aqueles que são menos dotados da forma adequada, que, sendo assim; sobrevivem ou reproduzem em menor grau. Este processo não pode ter um objetivo, mais do que a erosão tem o objetivo dos canyons que forma, não pode causar eventos relevantes no presente para o futuro. Assim, os conceitos de objetivos ou propósitos não têm lugar na biologia (ou qualquer outra área das ciências naturais) , exceto em estudos do comportamento humano.” (p. 282)

        “Este experimento transmite a essência da seleção natural: é um processo completamente irracional, sem premeditação ou objetivo.” (p. 285)

        Douglas Futuyma – Evolution

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      • jephsimple says:

        Não consigo comentar.

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      • Ana Silva says:

        Jefferson:

        “Veja só, não acredito nessa auto-suficiência do DNA… O DNA em si não codifica nada, essa codificação é externa… É feita em sua origem. Ana, isso pra mim parece pura sorte…”

        Não percebo o que quer dizer com “auto-suficiência do DNA”, Jefferson, mas concordo consigo que “o DNA em si [só] não codifica nada”. O DNA é uma sequência de nucleótidos. Cada sequência de três nucleótidos (é que) codifica para um aminoácido (mais uma vez tudo uma sequência de “acontecimentos químicos”). E, claro, uma sequência de aminoácidos é uma proteína…

        “Tipo, aconteceu, de repente codificações e processos de de decodificação começam a ocorrer… Por que aconteceu… Isso é tão válido quanto qualquer outra alternativa concorrente.”

        Como “aconteceu”, ou seja o que levou à formação do LUCA… acho que ninguém ainda sabe propriamente explicar. “Porque aconteceu”… acho que também não. Alias, pessoalmente, não sei se alguma vez será possível explicar tudo isso. Mas, volto a repetir, tal não quer dizer que não seja possível explicar (pelo menos em parte) o que tem acontecido DEPOIS da formação do LUCA. É isso que a teoria da evolução faz (ou pelo menos tenta fazer).

        “Maquinas que fazem revisão são diferentes das que fazem auxílio na dobra de proteínas, que são diferentes dos ribossomos… Outra bem diferente são as que compõem o motor flagelar… O comportamento especifico de funcionar como um rotor é diferente do comportamento específico de transcrever, outro comportamento específico é de funcionar como revisor, como reparador… Tudo isso requer instrução… Ou seja, instrução para agir como um motor, para agir como um revisor, agir como um corretor e etc… Tudo isso se encaixa em especialização e diferenciação celular… E olha, que tem muito mais coisas…”

        … e no entanto… continua tudo a SER PROTEÍNAS!

        É tudo complexo, concordo. É tudo tendencialmente específico, também concordo. Mas continua tudo a SER PROTEÍNAS!

        Pense numa proteína como um brinquedo “de corda” ou “de mola”, Jefferson (não sei qual é o nome correcto deste tipo de brinquedo no Brasil). Os brinquedos “de corda” podem ter acções diferentes (podem andar, rolar (carrinhos), bater palmas, mexer a cabeça, etc.). Mas a base de um brinquedo “de corda” é sempre um sistema de molas, umas quantas roldanas e afins. Da mesma forma que os bonecos “de corda”, as proteínas podem ter diferentes “actividades” (ou seja diferentes “comportamentos específicos”), mas ainda assim a base de uma proteína é uma sequência de aminoácidos, podendo existir lípidos ou glícidos, centros metálicos, etc.

        De qualquer forma, os “comportamentos específicos” a que se refere, Jefferson, continuam a ser descritos por “leis da química”, regras idênticas às que gerem qualquer simples reacção química. As “instruções” de base continuam a ser as mesmas regras que gerem qualquer simples reacção química.

        O que está por detrás da “especialização e diferenciação celular”… são “regras químicas” (equilíbrio químico, ligação química, alteração de estrutura devido a uma ligação química, etc.).

        “E olha, que tem muito mais coisas… MUITAS COISAS, MUITAS M – E – S – M – O !”

        Pois tem. E “são” TUUUUUUUDOO proteínas!…

        Você, Jefferson, parece incrédulo face ao que eu digo. E com muita razão! Se calhar até é a primeira vez que o metabolismo celular lhe é apresentado desta forma simples, não?

        Pessoalmente, eu culpo os biólogos e bioquímicos por não apresentarem a (simples e universal) química que está por detrás dos processos que acontecem a nível celular. Acho que facilitava muita coisa.

        Por isso, volto a repetir, compreendo completamente a sua incredulidade, Jefferson, e a incredulidade de todos os outros leitores deste blogue.

        Não sei se há muito mais que eu lhe possa esclarecer, Jefferson. Até porque, receio, também eu estou a chegar ao limite do meu conhecimento nas áreas de biologia molecular, bioquímica e química. E principalmente, eu não gosto de fontes de autoridade, logo não quero ser ser sequer vista como tal.

        Sendo assim, Jefferson, recomendo-lhe uma pesquisa mais profunda sobre “regulação metabólica” (“metabolic regulation”, em inglês). Mas, já agora, procure sites que expliquem a “regulação metabólica” do ponto de vista de um químico. Poderá também valer a pena pesquisar um pouco mais sobre o processo de produção de proteínas.

        Uma forma de começar pode ser escolher (apenas) uma via metabólica (por exemplo a glicólise, ou a via das pentoses-fosfato, ou a fosforilação oxidativa, ou o ciclo de Krebs, ou o ciclo de Calvin, entre outras vias possíveis), estudar as enzimas e os metabolitos envolvidos nessa via, estudar os sistemas de inibição e/ou activação (regulação) dessa via, etc.

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    • jephsimple says:

      Ana,
      Sobre a redução à proteínas, achei injustificável, talvez não tenha entendido o que vc quis dizer com isso.
      Revisão, reparo, decodificação, instrução, nem cabe discussão … Não, não tem aspas não… A revisão é real, o reparo é real, a correção é real.
      Com todo respeito, eu entendo o seu viés naturalista, sua cosmovisão oposta ao inteligentismo, mas no máximo, um anti-inteligentismo só pode defender uma (suposta) auto-suficiência da natureza. Ou seja, o design inteligente, segundo essa auto-suficiência, está nos objetos (DNA, proteínas, reações etc) observados. Enfim, seria um design sem designer, ou o designer e design seriam os próprios objetos.
      Eu nem citei desenvolvimento, diferenciação e especialização celular. [Como no vídeo a seguir]

       
      Continuo vendo a base fundamental anti-inteligentismo que é o materialismo/naturalismo/fisicalismo como injustificável, não demonstrável. Ou seja, por mais que classifiquem o design inteligente (apenas aparente) como natural, espontâneo, auto-suficiente, isso não sustenta qualquer afirmativa de que tudo isso apenas se trata de acidentes químicos, reações químicas aleatórias, processos não guiados, sem objetivos, sem finalidades específicas(redundância proposital), sem INTELIGÊNCIA, sem intenção… Enfim, não anula teleologia.
      Continuo sem entender em que leis químicas (???) anulam, logicamente, instruções para reparo, para revisão, para auxílio em dobras de proteínas, para proteção e etc..
      Sorte? Ana?
      É isso????????

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      • Ana Silva says:

        Jefferson:

        “A revisão é real, o reparo é real, a correção é real.”

        Concordo. Nisso estamos de acordo Jefferson.

        Mas tudo isso é FEITO POR PROTEÍNAS. Proteínas CODIFICADAS pelo DNA.

        Portanto, mutações no DNA (algo que sabemos que pode acontecer, e realmente acontece) levam a possíveis alterações na configuração e (como consequência) na actividade de proteínas, o que pode ter importantes consequências a nível celular.

        Ou seja, independentemente da origem da “informação biológica” existem (e estão identificados) processos que permitem a sua alteração sem “intervenção externa”.

        E o mesmo acontece com o processo de “diferenciação e especialização celular”.

        O vídeo que apresenta, Jefferson, é visualmente muito bonito, mas explica muito pouco. Não explica, aliás, o mais importante: como é que ocorre a diferenciação e especialização das células?

        A diferenciação e especialização celular é um processo de activação e, principalmente, de desactivação de genes. Ou seja o processo de especialização implica impedir de forma permanente que vários genes possam ser expressos. Este facto é comprovado pelos cancros “familiares”, provocados por um gene mutado. Uma mutação no gene BRCA-1 aumenta a probabilidade de cancro na mama e no ovário, mas não aumenta a probabilidade de cancro no pulmão. Isso indicia que este gene está (pelo menos) “menos activo” nas células dos pulmões.

        Confesso o meu desconhecimento sobre como é que se inicia o processo de diferenciação celular. Mas sei que, de uma forma simplista, todo o processo envolve “sinais”, moléculas produzidas num processo em cadeia, em que uma molécula activa um gene, que por sua vez leva à produção de uma nova molécula, que por sua vez activa um novo gene, e por ai adiante.

        [Nota: as moléculas também podem desactivar genes, até de forma permanente. Porque uma molécula pode activar/desactivar bem mais de um gene.]

        Um exemplo interessante, que debati há pouco tempo com o Diogo foi o da não-formação de “nadadeiras inferiores” (as “pernas”) em baleias (https://darwinismo.wordpress.com/2016/08/23/ateismo-versus-ciencia/#comment-33398). O processo para a “produção de “nadadeiras inferiores”” é composto por vários passos, e nos cetáceos um desses passos falha, impedindo a progressão desta “produção”. PZ Myers fez um bom resumo que pode consultar, Jefferson (http://scienceblogs.com/pharyngula/2006/05/23/no-genes-were-lost-in-the-maki/):

        “Os elementos principais na formação de membros, os genes Sonic hedgehog (Shh), os Fgfs [factores de crescimento de fibroblastos] e o factor de transcrição Hand2, estão todos ainda presentes e totalmente funcionais [nos cetáceos]. O que aconteceu, porém, é que houve novas mudanças na sua REGULAÇÃO [ênfase minha].”

        “A análise do desenvolvimento dos membros de [quatro] embriões do golfinho de rio (Stenella attenuata) foi suficiente para chegar a uma imagem simples das diferenças no desenvolvimento molecular [entre cetáceos e outros mamíferos]. Os [embriões de] cetáceos formam a AER [crista ectodérmica apical, presente na protuberância] tanto para os membros posteriores como para os membros anteriores. Eles expressam o Fgf8. Este é o padrão tetrápode normal. Os [embriões de] cetáceos formam uma ZPA [zona de actividade polarizada, também presente na protuberância] para o membro anterior. [O factor de transcrição] Hand2 não é expresso na região da pata [sic] traseira. O Shh nunca é ativado [para a pata traseira]. Não se forma ZPA para o membro posterior, e a estrutura deixa de crescer e, finalmente, regride.”

        Um dos exemplos mais “poderosos” de como a presença de “um punhado” de genes “faz toda a diferença” é a diferenciação homem/mulher. No homem um único cromossoma Y “funcional” torna qualquer embrião numa criança do sexo masculino, mesmo que as suas células possuam TRÊS cromossomas X (https://en.wikipedia.org/wiki/XXXY_syndrome).

        “No máximo, um anti-inteligentismo só pode defender uma (suposta) auto-suficiência da natureza”.

        Não sei o que quer dizer com “anti-inteligentismo, Jefferson. Mas sim, eu defendo a “auto-suficiência da natureza”, pelo menos a nível celular.

        É tudo uma questão dos genes que existem, de como são activados/desactivados por moléculas presentes no meio celular e as consequências disso. Também as proteínas podem ser activadas e/ou desactivadas por moléculas. Ou seja, é tudo uma questão de REGULAÇÃO: a concentração celular de diferentes moléculas REGULA a expressão genética e REGULA a actividade das proteínas.

        Vemos exemplos desta regulação celular em todo o lado. Por exemplo, esta regulação é responsável pelo facto de um toxicodependente ter de estar sempre a “aumentar a dose” para ter uma mesma resposta, até ao momento em que a droga serve apenas para não sofrer as consequências da sua falta no organismo.

        “Isso não sustenta qualquer afirmativa de que tudo isso apenas se trata de acidentes químicos, reações químicas aleatórias, processos não guiados, sem objetivos, sem finalidades específicas(redundância proposital), sem INTELIGÊNCIA, sem intenção… Enfim, não anula teleologia.”

        Não são “acidentes químicos”, Jefferson. São, dito de forma simplista, ligações químicas que se formam e se quebram, de acordo com as regras do equilíbrio químico: havendo uma concentração suficiente de uma molécula, esta pode ligar-se a um centro de uma proteína com a qual tenha afinidade.

        Um exemplo interessante é o da intoxicação por monóxido de carbono (CO). Neste caso uma concentração suficiente de CO, associada à falta de oxigénio, torna o CO um sério competidor pelo grupo heme, o centro activo da hemoglobina (proteína responsável pelo transporte de oxigénio no sangue). Uma vez criada, a ligação heme-CO é mais estável quimicamente e mais difícil de quebrar (razão pela qual muitas vezes o simples transportar da vítima de intoxicação por CO para o “ar livre”, não é suficiente e a pessoa tem de ir para o hospital).

        “Continuo sem entender em que leis químicas (???) anulam, logicamente, instruções para reparo, para revisão, para auxílio em dobras de proteínas, para proteção e etc..
        Sorte? Ana?”

        Sorte? Não Jefferson. São mesmo só as “leis químicas” a “funcionar”. Tal como as leis de Newton descrevem o movimento dos planetas em torno do Sol, as “leis químicas” descrevem o que acontece a nível molecular.

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