A ciência propriamente dita assume pelo menos 4 coisas:
1. A uniformidade da natureza, que leva os cientistas a assumir que o futuro vai ser como o passado (o que permite fazer previsões cientificas). Dizer que o futuro vai ser como o passado porque “sempre foi assim” é assumir o que tem que se provar.
2. A constância das leis da natureza, que permite assumir que estas leis operam essencialmente da mesma forma em todo o universo. Devido a esta fé, é possível aplicar o conhecimento da ciência atómica aos corpos celestiais visto a análise presencial estar impossibilitada devido às distâncias.
3. A capacidade humana de entender o universo, que permite assumir que todo o fenómeno natural tem uma explicação, e que a mente humana pode entender essa explicação. Se Deus não existe, não há motivo para assumir isto visto que, dentro do paradigma ateísta, a mente humana “evoluiu” para nada mais que caçar e procriar (não para estudar as estrelas ou fazer outro tipo de actividade que não esteja directamente relacionada com a procriação ou nutrição).
4. A fiabilidade da Lógica. A ciência não ‘prova’ as leis da lógica: a ciência assume-as e usa-as para provar tudo o resto. Usar a lógica para provar a lógica é uma falácia.
O ateísmo, ao negar a auto-evidente existência do Deus dos Cristãos, encontra-se em oposição a tudo isto visto que se Deus não existe, não há Fundamento e nem Explicação para a uniformidade da natureza, nem para a fiabilidade da Lógica, e muito menos para a fé de que a mente humana tem a capacidade de entender o universo.
Os ateus ignoram; mas a própria mente inteligível deles é parte da revelação de Deus, testemunhando contra sua defesa irracionalista ilógica sem causas inteligíveis, do mundo e da vida originadas do nada, acidentes, caos e acaso às cegas.
Sem o controle soberano do universo e a revelação de Deus a nós, não saberíamos absolutamente nada e ficaríamos numa total ignorância e caos.
Os céticos pressupõem e aplicam, mesmo inconscientemente (ou até sabendo!) os princípios básicos da cosmovisão teísta cristã para entender o mundo.
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Mats, saca mais essa: https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2018/05/02/meio-passaro-e-meio-dinossauro-fossil-ajuda-reconstruir-elo-entre-especies.htm
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lol
Como sempre.
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“A ciência não ‘prova’ as leis da lógica: a ciência assume-as e usa-as para provar tudo o resto. Usar a lógica para provar a lógica é uma falácia.”
Como assim?
A lógica é (dito de uma forma muito simplista) um conjunto de técnicas de argumentação usadas com o objectivo de estabelecer uma relação com significado entre duas afirmações distintas. Por exemplo, o autor do texto postado faz uma construção lógica, recorrendo às regras da lógica, para tentar demonstrar que a ciência prova a existência de Deus, e que, como consequência ciência e ateísmo são antagónicos.
Existe uma certa ironia, que acredito possa ter passado despercebida ao autor do texto postado, no facto de ele recorrer à lógica para tentar demonstrar que a ciência (ab)usa a lógica!:
É que, desta forma, “[o autor do texto] não ‘prova’ as leis da lógica: [o autor do texto] assume-as e usa-as para provar tudo o resto.” Desta forma, TAL como a ciência e TAL como os cientistas, o autor do texto NÃO USA “a lógica para provar a lógica”. O autor do texto usa a lógica (apenas) para argumentar e tentar demonstrar a veracidade do seu argumento.
E faz muito bem, claro.
Porque é exactamente para isso que a lógica serve! 🙂
“A ciência propriamente dita assume pelo menos 4 coisas.”
Na verdade, não. “A ciência propriamente dita” não “assume” nada. A ciência, como todas as actividades humanas, trabalha sobre pressupostos. Ou seja a ciência tem “pontos de partida” e a ciência tem “regras de funcionamento”.
“A capacidade humana de entender o universo” não é exactamente uma “capacidade”. Na verdade ela resulta da nossa feroz tendência para estabelecer padrões (basta lembrar o Teste de Rorschach dos borrões de tinta) e a nossa tenaz tendência para ordenar por classes (ou seja, para classificar) tudo o que observamos. Ambas estas características são tipicamente humanas. São também essenciais para a nossa sobrevivência em ambientes mais “selvagens”. Estabelecer padrões permitem-nos reconhecer animais e plantas. Classificar/organizar permite-nos determinar “no impulso do momento” (ou seja, imediatamente, quando os vemos) se esses animais ou plantas são comestíveis ou tóxicos ou perigosos. Por exemplo.
Quando se estabelece uma “lei natural” está-se a reconhecer um padrão, nada mais. Quando é apresentada uma teoria científica está-se a organizar (classificar, etc.) o conhecimento. Literalmente estamos a fazer ciência fazendo uso de capacidades que foram fundamentais para a sobrevivência dos nossos antepassados.
Portanto, quando o autor do texto postado diz que “dentro do paradigma ateísta, a mente humana “evoluiu” para nada mais que caçar e procriar”, o autor esquece-se que nós usamos as mesmas capacidades para “estudar as estrelas ou fazer outro tipo de actividade” que os nossos antepassados usavam para sobreviver, “caçando e procriando”. Usamos as MESMAS capacidades, mas para fins DIFERENTES. Que esses “fins” estejam ou não “directamente relacionados” entre si torna-se, assim, irrelevante.
Quando o autor do texto postado se refere à “uniformidade da natureza” e à constância das leis da natureza” está, na verdade, a referir-se a uma só coisa. O Homem, pela sua natureza, procura padrões. As “leis da natureza” registam e descrevem padrões que o homem reconhece ao observar os fenómenos naturais. E, aparentemente, o que detectamos é que as “leis naturais” se parecem aplicar de uma forma consistente e uniforme relativamente a tudo o que observamos.
Poderá a uniformidade e constância do universo ser uma indicação da existência do Divino? Quem sabe. Pode ser um indício, porque não. Mas isso é uma questão teológica, não científica. A ciência não prova nem deixa de provar o Divino.
Nota:
Movido pela sua vontade de provar a veracidade da sua argumentação, o autor do texto postado apresenta um exemplo que não se aplica no seu caso em concreto. É o exemplo da aplicação “da ciência atómica aos corpos celestiais”.
A aplicação “da ciência atómica aos corpos celestiais” NÃO é uma questão “de fé”. Os ÁTOMOS são tão pequenos que são INVISÍVEIS para nós. Nós NÃO conseguimos VER átomos, quer eles estejam em outros “corpos celestiais”, quer eles estejam “mesmo à frente do nosso nariz”. Onde quer que eles estejam, nós detectamos os átomos pela luz que eles emitem. Dito de uma forma mais científica, nós usamos técnicas de espectroscopia para determinarmos que e quantos átomos estão aonde.
É um facto que cada elemento químico tem uma “impressão digital” própria, o seu “espectro de emissão”. Descrito de uma forma simplista, o espectro de emissão é uma barra preta com risquinhas coloridas. O espectro de emissão do oxigénio é sempre o mesmo, é único, e é diferente do espectro de emissão de qualquer outro elemento químico. Se for feita a espectroscopia de uma estrela e o espectro apresentar uma risca típica do oxigénio, porque não concluir que essa estrela tem oxigénio na sua constituição? É explicação mais simples, até.
Padrões, tudo padrões.
E depois há o exemplo do hélio. De todos os elementos químicos descobertos pelo seu espectro de emissão, o hélio tem a história mais peculiar. O próprio nome “hélio” diz tudo: “hélio”, do grego “sol”. Porque o hélio foi descoberto pela primeira vez a partir da análise do espectro do Sol. E quando finalmente o hélio foi isolado na Terra o seu espectro era igualzinho, igualzinho ao espectro do hélio do Sol.
De certa forma a descoberta do hélio prova que a constância e a uniformidade do universo parece ser apenas algo que está de acordo com aquilo que vemos. A ciência não tem de se apoiar forçosamente nisso. Pura e simplesmente é o que observamos.
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Mats e amigos aí do outro lado do Atlântico, Passando (embora bem atrasado) só para avisar (agora apenas do quase término) da semana de palestras com Michelson Borges, jornalista brasileiro, administrador do blogue “Criacionismo.com” (Brasil). Em Lisboa (IASD, central – endereço no link):
http://www.iasdcentral.org
Grande abraço!
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Oi Mats, como vai isso? Aqui é o Sabino, pensei que te tinha no facebook mas não te consigo encontrar. Estava a ter momentos de nostalgia e a lembrar-me dos meus tempos de estudante, de gerir o blog, dos debates, de te ter conhecido e queria saber se esta tudo bem contigo. Envia-me um email se puderes para o endereço com que assino o comentário. Espero que esteja tudo bem contigo. DTA
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Boas grande Sabino! Como tens andado? As minhas contas de facebook andam a ser vítimas de extinção meteórica, mas graças à evolução gradual, novas contas surgiram do nada.
Podes-me encontrar no MeWe (mewe.com/i/lucasviriato) ou por email:
Miguelmats@tutanota.com
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Amigos (Mats e Sabino), que alegria “revê-los” juntos aqui! Meu desejo é que estejam muito bem e cada vez mais firmes na fé em Cristo! Saudades também dos “anos dourados” de debates intensos em ambos os blogues (foi uma época de grande aprendizado para mim!). Se não tivermos a oportunidade de aqui (nesta vida) nos encontrar, nossa reunião fica agendada (pela graça do Cordeiro) para a cidade santa e eterna (Apoc. 22:14). Um grande e fraterno abraço!
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