Pressuposições Bíblicas da Ciência

Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da Sua Boca.
Salmo 33:6

Existem algumas crenças que estão assumidas sempre que se faz trabalho científico. Não há forma de prova-las a 100% mas todos nós somos racionais em assumi-las. Nisto estamos todos de acordo. O ponto de discórdia é a justificação dessas crenças. Enquanto que o ateísmo é totalmente incapaz de justificá-las, a Bíblia é capaz.


1. O universo é real (porque foi criado – Génesis 1) e não é uma ilusão como alguns membros da Nova Era acreditam.

2. O universo é um lugar racional e organizado porque Deus é Racional e Ordenado. Ele é o Deus da ordem e não da confusão (1 Cor 14:33). Se o Deus da Bíblia não existe ou se Zeus e a sua tropa estão no controle do universo, porque é que existe organização no universo? Se o que algumas religiões orientais dizem está certo e o universo nada mais é que um grande pensamento, então ele pode mudar a qualquer momento.

3. O ser humano pode e deve investigar o mundo uma vez que Deus deu-lhe o domínio sobre a Sua criação (Génesis 1:28); a criação não é divina, como algumas religiões pensam.

4. O ser humano pode iniciar pensamentos e acções; esses mesmos pensamentos e acções não estão determinadas pelas leis da química cerebral. Isto é uma dedução do ensino Bíblico de que o ser humano tem, ao mesmo tempo, uma componente material e uma imaterial (Génesis 35:18, 1 Reis 17:21–22, Mateus 10:28). Este aspecto imaterial do homem significa que ele é mais do que matéria, como tal, os seus pensamentos não estão restritos à composição do seu cérebro. Mas se o materialismo/naturalismo fosse verdade, então o “pensamento” seria não só um epifenômeno do cérebro como também nada mais que o resultado das leis da Química.

Portanto, de acordo com as suas próprias pressuposições, os materialistas não chegaram livremente à conclusão de que o materialismo é verdade, uma vez que essa conclusão foi pré-determinada pela química dos seus cérebros.

Mas se isto é assim, então porque é que a sua química cerebral deve ser mais confiada do que a química cerebral de quem pensa o contrário, uma vez que ambos os cérebros obedecem às mesmas leis infalíveis da Química?

Portanto, se os materialistas estão certos, eles não são responsáveis pelo que acreditam, nem mesmo o facto de acreditarem no materialismo/naturalismo! No entanto, e apesar da óbvia ironia, eles qualificam-se de “pensadores livres” (“freethinkers”).

O início genuíno de pensamentos é um problema insuperável para o naturalismo e isso pode ser visto neste e neste artigo.

5. O homem pode pensar racionalmente e logicamente e a própria lógica é uma entidade objectiva. Esta é uma dedução feita a partir do facto de termos sido criados à Imagem de Deus (Génesis 1:26-27) e do facto Da Segundo Pessoa da Trindade, o Senhor Jesus Cristo, ser o Logos.. Esta capacidade de pensar logicamente foi danificada com a Queda mas não na sua totalidade. A Queda significa que por vezes a forma de pensar está errada ou que a forma de pensar é válida mas defeituosa por partir das premissas erradas.

Mas se a teoria da evolução fosse verdade apenas haveria selecção em favor da sobrevivência e não em favor da racionalidade.

6. Os resultados científicos devem ser reportados honestamente uma vez que Deus proíbe a mentira (Mandamento #9 – Êxodo 20:16). Mas se a evolução estivesse certa não haveria imperativo moral para se dizer a verdade a tempo inteiro.


Contrariamente ao que os ateus dizem, fé no ateísmo não é condição necessária para a ciência. Pelo contrário, para se fazer bom trabalho científico tem que se assumir coisas que só podem ser logicamente justificadas com a visão Bíblica do universo.

John D. Barrow, escrevendo no The World Within the World, diz uma coisa interessante:

Já foi mesmo sugerido que essa visão teve um papel determinante no desenvolvimento bem sucedido da ciência nas culturas Ocidentais, e isso aconteceu porque essas culturas foram influenciadas pela tradição Judaico-Cristã, que promulgou a fé na racionalidade e na ordem da Natureza, durante um período da história em que as ideias humanas estavam intimamente ligadas a todo o tipo de noções mágicas e ocultas.

Curiosamente, à medida que o mundo ocidental começa a abandonar a visão Bíblica do mundo, essas mesmas noções mágicas e ocultas começam a retornar. A expressão máxima disso é a crença nos poderes criativos das forças da natureza.

Ver também:

1. MITO: O cristianismo opõe-se à ciência

2. Citação: Leitura Literal da Bíblia Ajudou o Progresso da Ciência

3. Mitos acerca do Criacionismo – 2

4. Como a Ciência Refuta o Ateísmo

5. A Aliança Histórica Entre a Ciência e o Cristianismo

6. Cristianismo e a Ciência

7. “Eu uso a evolução todos os dias no laboratório”

About Mats

"Posterity will serve Him; future generations will be told about the Lord" (Psalm 22:30)
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8 Responses to Pressuposições Bíblicas da Ciência

  1. ND says:

    1. justo
    2. vai contra a 2º lei da termodinâmica, a entropia. A desordem do universo tende a aumentar.
    3. só fala na terra o resto do universo é incluído?
    4. em que te baseias para a componente imaterial? Isto é importantíssimo, estás a assumir a existência de algo que não se mede com base em quê? O cérebro possui zonas distintas para a formação de pensamentos.
    5. cada dia aprendo mais contigo (sem sarcasmos). Fascinante como as pessoas com o vosso nível de crença interpretam literalmente as histórias na Bíblia.
    6. 😀

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  2. Mats says:

    1. justo
    2. vai contra a 2º lei da termodinâmica, a entropia. A desordem do universo tende a aumentar.

    O facto da desordem tender a aumentar não anula que o universo seja um lugar ordenado e organizado.
    Além disso, tu acreditas que a vida foi-se tornando mais organizada à medida que o tempo foi passando. Não é isso uma contradição com a 2ª Lei?

    3. só fala na terra o resto do universo é incluído?

    O ser humano pode investigar o universo também. Os católicos Galileo e Copérnico fizeram isso mesmo, bem como o criacionista ISaac Newton.

    4. em que te baseias para a componente imaterial?

    Na Bíblia.

    Isto é importantíssimo, estás a assumir a existência de algo que não se mede com base em quê?

    O facto de não se medir não é evidência contra a sua existência. O amor, o ódio, a paixão “não se medem” mas existem. Ou não?

    O cérebro possui zonas distintas para a formação de pensamentos.

    Mas o início de pensamentos não é algo que se resuma à nossa composição elctro-química.

    5. cada dia aprendo mais contigo (sem sarcasmos). Fascinante como as pessoas com o vosso nível de crença interpretam literalmente as histórias na Bíblia.

    Nós interpretamos a Bíblia da mesma forma que se interpreta um livro normal: o que é literal, tomamos como literal, o que é aledoria como alegórico, e assim por diante. Vocês é que assumem que tomamos tudo como “literal”.

    6. 😀

    Presumo que concordes?

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  3. ND says:

    2. os teus conceitos de ordem e organização possivelmente são diferentes dos científicos. É perfeitamente compatível existirem nichos onde a entropia seja baixa.
    (a entropia é normalmente associada à produção de trabalho, inversamente)

    4. amor, o ódio, a paixão são atribuições de nomes a estados mentais.
    não encontro o papel da ciência no que não é mensurável ou faz parte da superstição.
    espero que não atribuas o início de uma trovoada à intervenção divina

    6. os resultados científicos são confirmáveis

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  4. Mats says:

    2. os teus conceitos de ordem e organização possivelmente são diferentes dos científicos. É perfeitamente compatível existirem nichos onde a entropia seja baixa.

    Então acreditas que a vida progrediu de forma reversa a tendência natural dos sistemas físicos?

    Segundo, não comentaste a primeira parte da resposta:

    “O facto da desordem tender a aumentar não anula que o universo seja um lugar ordenado e organizado.”

    4. amor, o ódio, a paixão são atribuições de nomes a estados mentais.

    Mas podem-se medir ou não? Já alguém quantificou o amor ou o ódio?

    não encontro o papel da ciência no que não é mensurável ou faz parte da superstição.

    Mas tu perguntaste se eu estou “a assumir a existência de algo que não se mede”. A implicação subentendida é que só o que se mede é que se pode assumir. Ou não?

    Pode-se assumir a existência de algo que não se possa medir?

    espero que não atribuas o início de uma trovoada à intervenção divina

    Não. Deus deu aos homens a capacidade de descobrir o motivo das trovoadas.

    6. os resultados científicos são confirmáveis

    O facto de serem “confirmáveis” não invalida o que eu dise em cima. A ciência deve ser honesta e não fraudulenta. O problema é que o imperativo moral de se dizer a verdade é algo que advém da visão Bíblica do mundo (“Não darás falso testemunho”).

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  5. ND says:

    2. a vida progrediu se quiseres tanta simplicidade, sim.

    organizado vem de organização (modo como se organiza um sistema), para se organizar alguém o tem que fazer. Não, não acredito que alguém o tenha organizado.
    ordenado vem de ordem (conjunto de regras?). Assumo que sim tendo as leis da física como exemplo.

    Deus existe, é organizado e ordenado. Nenhuma das 3 consegues provar ou encontrar indícios.

    4. Não, não me parece que alguém tenha medido o conjunto de reacções electroquímicas que ocorrem no cérebro, às quais se dão o nome de amor ou ódio. 😉
    Espero ansiosamente para ver como irás incluir o conceito de Alma nisto.

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  6. jose domingos says:

    Os conceitos que ND usa foram criados por Descartes, o dualismo nasceu com ele, separando matéria e espírito! para tentar salvar a propria ciencia do ceticismo. Depois o materialismo deu um jeito de rebaixar o conhecimento espiritual a um conhecimento de 2ª categoria. E a partir daí por um pensamento falcioso colocaram a fé como uma coisa irracional, mas a verdade é que a ciencia precisa de pressupostos de fé a todo momento: fé em conceitos como altura, temperatura, profundiade, tempo, espaço etc..

    Conlcuindo: Descartes bem que poderia ser o Deus de ND!

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  7. Carlos says:

    Os cientistas modernos já tem uma base epistemológica pronta sobre a qual eles podem trabalhar e pouca preocupação tem em entendê-la. Mas os filósofos antigos não a tinham e se preocupavam em formar uma base sólida e confiável sobre a qual adquirir conhecimento. Questões como se o mundo é real, se o raciocínio humano é confiável, se o os sentidos podem apreender a realidade, tudo isto era discutido pelos filósofos para alcançar a ciência. Até que chegou um pessoal baseado na cultura cristã e respondeu todas essas perguntas apenas sob a autoridade de um livro que pouco tem de científico. E que bom que nem pensava em ter, não é só da atual ciência que vive o mundo. Temos ainda outras artes, como a matemática, que nada tem de científica, mas ao contrário da ciência consegue ser exata e descobrir conhecimentos seguramente verdadeiros. Temos ainda a filosofia, que menos ainda tem de científica(mas se tem loucos naturalistas querendo colocar a ciência para explicar coisas que competem à filosofia) mas fornece as bases para a ciência operar.
    Reduzir tudo à ciência é burrice! Até porque a própria ciência não pode ser reduzida a somente ela, pois suas bases transcendem por outras áreas.

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    • jephsimple says:

      Carlos,

      Reduzir tudo a ciência é o pior engano que uma pessoa pode cometer.

      Não passa de um sofisma, de uma fuga diante de uma possível realidade completamente diferente a qual a pessoa quer encarar.

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      Outra coisa,
      Não sei quando vc comentou em meu blog, mas seu comentário está postado.Comente sempre que quiser. Também estou procurando uma parceria para o blog.

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