Os movimentos de cintura da teoria da evolução

Dentro do argumento apresentado pelos defensores da evolução Darwiniana, os órgãos vestigiais são as estrelas do firmamento, frequentemente e arrogantemente apontadas pelos fiéis. O próprio Darwin citou-as nos seus livros The Origin of Species e The Descent of Man, identificando partes do corpo tais como o apêndice humano que, pensava ele, já não tinha qualquer tipo de função:

Segundo a visão de que cada organismo, com todas as suas partes individuais, foi especialmente criado, quão totalmente inexplicável é que a existência de órgãos com o selo óbvio de inutilidade… ocorram com frequência.

Claro que o apêndice é um grande exemplo dum órgão que se pensava não ter utilidade, mas que afinal tem um papel vital no corpo humano. Ou seja, os evolucionistas defendiam uma coisa mas a ciência demonstrou exactamente o contrário.

No catálogo dos alegados órgãos vestigiais, o quadril das baleias é “o exemplo marquise,” escreve Stephanie Keep no absurdamente nomeado blogue “Science League of America” infestado pelos nossos amigos Só-Darwin-Só-Darwin do National Center for Science Education. Infelizmente, o quadril das baleias seguiu o caminho do apêndice.

Baleia_PelvisUm artigo na revista Evolution reporta que, longe de ser um inútil lembrete do seu passado evolutivo (supostamente quando o alegado antepassado da baleia – Pakicetus – andava em terra sobre os quatro membros), o quadril das baleias tem uma função inquestionavelmente importante. O osso pélvico apoia os músculos que controlam o pênis. Nas baleias macho e em outros cetáceos,  a performance e desde logo a bem sucedida competição sexual depende do tamanho do quadril. O artigo explica:

A genitália masculina evolve [sic] rapidamente, provavelmente como consequência da competição sexual. Se este padrão se estenda ou não para a infraestrutura interna que influencia os movimentos genitais ainda é algo desconhecido. Os cetáceos (baleias e golfinhos) disponibilizam uma oportunidade única para se testar esta hipótese: visto que evoluíram [sic] dos seus antepassados terrestres, eles perderam os membros posteriores externos e evoluíram [sic] uma altamente reduzida pélvis que parece servir para nenhum outra função que não a de servir de âncora para os músculos que manobram o pénis.

Criamos aqui uma nova “canalização” morfométrica para analisar a evolução do tamanho e da forma dos ossos pélvicos de 130 indivíduos (29 espécies) no contexto dum sistema de acasalamento inferido. Apresentamos dois grandes achados: 1) machos de espécies com selecção sexual relativamente intensa (inferido pelos testes de tamanho relativos) evoluíram [sic] órgãos genitais masculinos e ossos pélvicos de maiores dimensões comparativamente ao tamanho do seu corpo, e 2) a forma do osso pélvico diverge dum forma mais acelerada em pares de espécies que divergiram dentro dum sistema de acasalamento inferido. Nenhum dos padrões foi observado no par ântero-mais das costelas vertebrais, que serviu de controle negativo.

Este estudo disponibiliza evidências de que a selecção sexual pode afectar a anatomia interna que controla a genitália masculina. Estas funções importantes podem explicar o porquê os ossos pélvicos dos cetáceos não terem sido perdidos durante o tempo evolutivo [sic].

Devido à pressão selectiva da realidade, os neo-Darwinistas começaram a distanciar-se do próprio entendimento de Darwin do que significa uma estrutura ser vestigial. Em vez de não ter qualquer tipo de função, escreve o evolucionista Jerry Coyne no seu livro Why Evolution Is True, ser um órgão vestigial agora significa ter um propósito distinto do propósito que o suposto ancestral tinha. Coyne define “vestigial” desta forma:

Traço que é um resto evolutivo duma característica útil para uma espécie ancestral mas que já não é útil da mesma forma. Um traço vestigial pode ser não-funcional  (as asas do kiwi) ou co-optado para novas funcionalidades (as asas da avestruz).

Stephanie Keep concorda:

Existe um problema quando estruturas vestigiais são definidas como vestígios evolutivos sem funcionalidade. Tal como discuti  num post anterior, a forma correcta de descrever uma estrutura vestigial é afirmar que ela já não tem a sua função original.

Keep está animada com o post de Carl Zimmer em torno deste assunto, que elabora:

Embora [o quadril das baleias] possa não ser essencial para caminhar, ele ainda é importante para as baleias. Para se ver de que forma, temos que recuar até a esse quadril nos animais terrestres. Os mesmos são importantes para caminhar em terra mas têm também outros propósitos. Entre outras coisas, eles servem de âncora para os órgãos sexuais. Se, por exemplo, estes músculos são anestesiados nos homens, eles têm grande dificuldade em ter uma erecção. O quadril das baleias deixou de ter importância para a locomoção mas não deixaram de ter importância para a vida sexual. Nas baleias macho, o pélvis controla o pénis com um especialmente elaborado conjunto de músculos. Em algumas baleias e golfinhos, estes músculos fazem com que o pénis completamente preênsil

Já podemos ver o problema dos evolucionistas. O quadril da baleia é “vestigial” mas ainda tem uma função extremamente importante (reprodução). Comentando mais uma   mudança de posição dos neo-Darwinistas, o bioquímico Michael Behe escreve, “Mas do ponto de vista da teoria da evolução, será que isto não faz com que todas as estruturas sejam “vestigiais? Se sim, qual é a utilidade dessa palavra?” Ou como escreveu o biólogo-molecular Jonathan Wells em 2009, revendo o livro de  Coyne’ (“The Myth of Vestigial Organs and Bad Design: Why Darwinism Is False“):

Tal como [o biólogo Steven] Scadding ressalvou há quase trinta anos atrás, … o argumento de Darwin fundamenta-se na ausência de função, e não na mudança de função. Para além disso, se a vestigialidade fosse redefinida tal como Coyne propõe, isso iria incluir muitos traços que nunca haviam sido previamente tidos como vestigiais. Por exemplo, se o braço humano evoluiu da perna dum mamífero quadrúpede (tal como acreditam os neo-Darwinistas), então o braço humano também é “vestigial”. E se (como alega Coyne)  as asas das aves voadoras evoluíram dos membros anteriores com penas de dinossauros que as usavam com outro propósito, então as asas das aves são “vestigiais”. Isto é exactamente o contrário do que a maioria das pessoas pensariam do significado de vestigial.

Desta forma, o conceito de vestigial perde todo o seu sentido. Na sua definição mais minimalista, evolução significa a “mudança com o passar do tempo”. Todas as características sofrem mudanças, e desde logo, dentro do ponto de vista neo-Darwiniano, tudo são órgãos vestigiais e portanto, nada é vestigial. Esta observação não é feita só pelos cépticos do neo-Darwinismo; os próprios cientistas que revelaram a utilidade do quadril das baleias estão a reconsiderar o significado de “vestigial”. Pelo menos é isso que parece, se levarmos em conta as observações do biólogo Matthew Dean na USC, e co-autor do artigo presente no Evolution, falando para o Science Daily:

A nossa pesquisa realmente muda a forma que olhamos para a evolução dos ossos pélvicos das baleias em particular, mas de forma mais geral, a forma como olhamos para as estruturas que chamamos de  “vestigiais”. Paralelamente, estamos actualmente a aprender que o nosso apêndice é, na verdade, bastante importante dentro de vários processos imunológicos, e não uma estrutura funcionalmente inútil.

Certamente quie a carreira de mais este ícone evolutivo ainda não chegou ao fim, mas a sua importância dentro do panteão evolutivo receberá um downgrade importante.

Modificado a partir do original

* * * * * * *

Como já ressalvado no passado, os evolucionistas são dos poucos grupos mundiais que usam a sua ignorância como evidência em favor da sua fé naturalista. Na presença duma estrutura biológica cuja função ainda é desconhecida, qualquer cientista sensato é humilde o suficiente em reconhecer a sua falta de conhecimento em torno da sua operacionalidade, e da sua origem. Os neo-Darwinistas, por outro lado, usam a sua falta de conhecimento científico como evidência de que existem “estruturas vestigiais”.

No passado, os evolucionistas tinham uma lista alargada de estruturas biológicas que eram, segundo eles, “vestigiais” e “sem função”. O problema é que, à medida que a ciência foi avançando, os cientistas foram descobrindo as funções das estruturas anteriormente qualificadas de “sem função”, e hoje em dia a lista de estruturas “sem função” foi radicalmente reduzida.

Provavelmente perturbados com o facto das estruturas que eles qualificam “sem função” virem a ser, posteriormente, determinadas como funcionais, os neo-Darwinistas mudaram a táctica, e agora dizem que uma estrutura “vestigial” não é a que não tem função mas sim a que tem uma função distinta daquela que tinha “originalmente”. A lógica funciona assim:

(Darwinista): Órgão X não tem função logo é vestigial e evidência do seu passado evolutivo.
(Cientista): Mas órgão X tem uma função. Ele serve para Y.
(Darwinista): Ah, ok. Então vamos remover órgão X da lista de estruturas sem função. Mas ainda temos os órgãos Z, R, T e M como estruturas vestigiais.
(Cientista): Mas todas essas estruturas têm uma função.
(Darwinista): Têm?!! Ok. Então vestigial deixa de querer dizer sem função e passa a querer dizer com uma função diferente da função original!

——

Desta forma, os evolucionistas continuam a usar da ilusão do “órgão vestigial” sem no entanto revelar ao público que o seu entendimento actual desse termo não-científico é diferente do entendimento de Darwin, e diferente do entendimento que eles mesmos tinham antes da ciência refutar as suas teses.

Por isso é que é dito com verídica frequência que não há forma de se refutar a teoria da evolução só com evidências científicas visto que para cada dado científico que não esteja de acordo com o neo-Darwinismo, os evolucionistas inventam uma nova definição para o que eles mesmo defendiam no passado. Dito de outra forma, a fé na teoria da evolução não procede da analise dos factos da ciência, mas sim do tipo de visão do mundo que os evolucionistas aceitam antes de iniciar a investigação científica.

Para ser justo com os evolucionistas, os Cristãos operam da mesma forma: o que se passa é que nós chegamos à analise das evidências tendo a visão Bíblica como pano de fundo, enquanto que os evolucionistas chegam à ciência com uma visão anti-Bíblica do mundo. O que os Cristãos e os neo-Darwinistas tentam fazer é usar a ciência como forma de justificar uma fé que já era mantida antes de se analisar as evidências da ciência.

Portanto, o debate entre criacionistas e evolucionistas não é um debate entre ciência versus religião, nem ciência versus ciência, mas sim ideologia versus ideologia (ou religião versus religião). A diferença importante entre os criacionistas e os evolucionistas é que as crenças à priori que os criacionistas adoptaram foram-lhes fornecidas pelo Próprio Criador (que sabe melhor que ninguém como o mundo foi criado). É por isso que as posições criacionistas são confirmadas pelas evidências científicas enquanto que as posições evolucionistas são alvo de frequentes  “revisões” e “ajustes” (para não falar daquelas que há muito estão falsificadas).

Resumindo, sempre que um evolucionista menos informado afirmar que existem “estruturas vestigiais” no mundo biológico, é nosso dever esclarecer as suas dúvidas, e mostrar-lhe que cientificamente falando (e até evolutivamente falando) o termo “órgão vestigial” não significa absolutamente nada. Para além disso, é nosso dever Cristão informar-lhe que a tese do “órgão vestigial” é consequência duma posição não-científica, e não da análise dos dados empíricos.

Os evolucionistas são livres para ter a sua fé, mas eles não são livres de chamar de “ciência” à sua fé.

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Salmo 139:14 - Eu Te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as Tuas obras
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16 Responses to Os movimentos de cintura da teoria da evolução

  1. Ana Silva says:

    Nota: Este é um comentário dirigido APENAS ao texto original, da autoria de David Klinghoffer (http://www.evolutionnews.org/2014/09/whales_hips_ano089811.html).
    Não tive ainda oportunidade de ler o comentário a este texto feito pelo Mats.

    Em ciência não há profetas. Darwin não é um profeta da evolução, assim como Einstein não é o profeta da relatividade e Wegener não é o profeta da teoria das placas tectónicas. Isto acontece porque a ciência está em perpétua construção. Darwin baseou-se no conhecimento científico do seu tempo, que é muito inferior ao conhecimento actual. É portanto natural e lógico que Darwin esteja errado em muitas coisas.

    O texto postado parece basear-se numa falácia ad hominem. É feita uma crítica à noção de órgãos vestigiais mostrando-se que alguém que os estudou estava errado! Mas falha de duas formas, como demostrou PZ Meyers (http://scienceblogs.com/pharyngula/2014/09/23/vestigial-learn-what-it-means/).

    A primeira falha do texto postado é a própria definição de órgão vestigial atribuída por David Klinghoffer (o autor do texto) aos “evolucionistas”. É aliás aqui que Klinghoffer faz um ataque ad hominem implícito, ao recorrer à descrição de Darwin feita em 1859 (suponho, visto que a citação apresentada por Klinghoffer não corresponde exactamente à citação que encontrei (http://darwin-online.org.uk/Variorum/1859/1859-480-c-1866.html).

    A definição actual de órgão vestigial não corresponde à definição que Darwin fez na primeira edição do livro “A Origem das Espécies”. PZ Meyers refere que um órgão vestigial está “reduzido em tamanho ou utilidade quando comparado com órgãos homólogos em outros animais”. Mas Meyers acrescenta que isso não implica que um órgão vestigial não possa ter uma “nova” função.

    É isto que acontece com o apêndice no homem. Nos herbívoros o apêndice é um órgão fundamental para a digestão da celulose. Mas as pessoas não digerem celulose. Nas pessoas o apêndice perdeu a sua função principal original e adquiriu outra função, servir de reservatório de bactérias para recolonizar o intestino. O facto de o apêndice ter adquirido uma nova função não contraria o facto de o apêndice SER um órgão vestigial. No homem o apêndice é um órgão vestigial VISTO que o apêndice PERDEU a sua função ORIGINAL.

    De forma semelhante, nas baleias os ossos pélvicos SÂO órgãos vestigiais porque PERDERAM a sua função PRINCIPAL ORIGINAL, o de sustentar os músculos e ossos que permitem o movimento das pernas/patas traseiras. O facto de os osso pélvicos das baleias MANTEREM uma função secundária, “apoiar os músculos que controlam o pênis”, não contraria o facto de SEREM um órgão vestigial. Na baleia os ossos são órgãos vestigiais, VISTO que PERDERAM a sua função PRINCIPAL.

    Mas, como refere Meyer, Klinghoffer “FALHOU O ALVO” no seu ataque ad hominem a Darwin. É que a “cosmovisão” de Darwin sobre os órgãos vestigiais foi-se alterando entre 1859 e o final da sua vida, o que é compreensível, porque Darwin é humano e não é profeta. O mesmo Darwin em 1872, citado por Meyers, refere:

    “Um órgão, servindo dois propósitos, pode tornar-se rudimentar ou nem sequer servir para uma função, mesmo a sua função [originalmente] mais importante e manter-se perfeitamente eficiente na outra. […] Um órgão pode tornar-se rudimentar no seu propósito [original] e ser usado para um propósito distinto” (“Origem das Espécies”, ed. 1872)
    Os ossos pélvicos das baleias são um bom exemplo de um órgão que se tornou “rudimentar ou nem sequer servir para uma função, mesmo a sua função [originalmente] mais importante e manter-se perfeitamente eficiente na outra”.

    O apêndice é um bom exemplo de um órgão que se tornou “rudimentar no seu propósito [original] e ser usado para um propósito distinto”.

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  2. Ana Silva says:

    “No catálogo dos alegados órgãos vestigiais, o quadril das baleias é “o exemplo marquise,” escreve Stephanie Keep no absurdamente nomeado blogue “Science League of America” infestado pelos nossos amigos Só-Darwin-Só-Darwin do National Center for Science Education.”

    O recurso de David Klinghoffer (autor do texto postado pelo Mats) ao texto postado por Keep parece ser um exemplo de “quote mining” associado (mais uma vez) a um ataque ad hominem (devemos não considerar o que Keep diz só porque Keep escreve “no absurdamente nomeado blogue “Science League of America” infestado pelos nossos amigos Só-Darwin-Só-Darwin do National Center for Science Education”?)

    Na verdade Stephanie Keep queixa-se no seu post da forma incorrecta com que muitas vezes se utiliza o termo de “orgãos vestigiais”. Parte do parágrafo a partir do qual é “retirada” a citação original diz:

    “[Os ossos das ancas encontrados em muitas espécies actuais de baleias] são muitas vezes apresentadas como exemplo máximo [ exemplo marquise] de estruturas vestigiais. Não tenho problemas com isso, mas existe um problema quendo as as estruturas vestigiais são definidas como remenescentes evolucionários que não têm nenhuma função. Como debati num post anterior, a forma correcta para descrever uma estrutura vestigial é dizer que [essa estrutura] já não têm a sua função original. Os ossos das ancas já não ajudam os animais a andar sobre terra (a sua função original) ,mas terão muito certamente uma função.”

    No “poste anterior” a que Keep se refere, a autora diz:

    “Os ossos das ancas das baleias, uma estrutura vestigial clássica” serve como local de ligação de alguns músculos abdominais, por exemplo”. Portanto, apesar [de os ossos das ancas] certamente não terem uma função locumutora, não iria tão longe ao ponto de dizer que não têm nenhuma função”

    Fica, portanto, por saber porque é que David Klinghoffer, autor do texto postado pelo Mats, recorreu a Stephanie Keep, quando a própria Keep critica a forma como é geralmente definido “órgão vestigial” no texto citado.

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    • Lucas says:

      Fica, portanto, por saber porque é que David Klinghoffer, autor do texto postado pelo Mats, recorreu a Stephanie Keep, quando a própria Keep critica a forma como é geralmente definido “órgão vestigial” no texto citado.

      As únicas pessoas que acreditam em “órgãos vestigiais” são os evolucionistas, portanto, a crítica de Keep é para os evolucionistas.

      Mas fiquei curioso: então o Darwin começou com a tese de que esses órgãos eram “vestigiais” porque “não tinham função” mas depois mudou para “têm outra função”?

      É isso que a Ana acredita/alega?

      “De forma semelhante, nas baleias os ossos pélvicos SÂO órgãos vestigiais porque PERDERAM a sua função PRINCIPAL ORIGINAL, o de sustentar os músculos e ossos que permitem o movimento das pernas/patas traseiras”

      Então, se a teoria da evolução está correcta, todos os órgãos actuais são vestigiais porque todos eles são modificações de órgãos que no passado (alegadamente) tinham “outras funções”.

      Ou seja, o conceito da “órgão vestigial” não significa absolutamente nada, não explica nada, e não tem qualquer valor científico.

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      • Ana Silva says:

        “Ou seja, o conceito da “órgão vestigial” não significa absolutamente nada, não explica nada, e não tem qualquer valor científico.”

        O valor científico de um orgão vestigial, pelo que pude perceber, é o que já referi: Um órgão vestigial é um órgão que, num animal, diminuiu de tamanho (quando comparado com outros animais) e perdeu a sua função principal, tendo mantido uma função secundária (como aconteceu com os ossos pélvicos nas baleias) ou tendo ganho uma nova função (como aconteceu com o apêndice nos humanos).

        Esta definição é independente da teoria da evolução.

        “Então o Darwin começou com a tese de que esses órgãos eram “vestigiais” porque “não tinham função” mas depois mudou para “têm outra função”?”

        Penso já ter respondido a essa questão.

        Qual o problema de um cientista mudar de opinião FACE a novos dados? É suposto isso ser proibido?

        Como se pode fazer ciência sem a possibilidade de um cientista mudar de opinião perante NOVOS DADOS?

        Pelo que pude perceber Darwin NÃO foi o primeiro a apresentar o conceito de órgão vestigial. Por exemplo a versão inglesa da Wikipedia refere Aristóteles como um dos primeiros a falar de órgãos vestigiais, ao falar dos olhos das toupeiras (http://en.wikipedia.org/wiki/Vestigiality#History).

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  3. Saga says:

    “Ana Silva diz: 08/10/2014 às 09:34 […] Em ciência não há profetas. Darwin não é um profeta da evolução, assim como Einstein não é o profeta da relatividade e Wegener não é o profeta da teoria das placas tectónicas”

    Acontece que vários na atualidade tomam o trabalho de grandes nomes anteriores como autoridades inquestionáveis e imexíveis.

    ” Isto acontece porque a ciência está em perpétua construção. Darwin baseou-se no conhecimento científico do seu tempo, que é muito inferior ao conhecimento actual. É portanto natural e lógico que Darwin esteja errado em muitas coisas”

    Depois que um nome é colocado em cima de um altar, todo o “conhecimento” posterior é assentado em cima desses ídolos irremovíveis, e ponto, está posto o paradigma e nada mais é pensado fora dele.

    “O texto postado parece basear-se numa falácia ad hominem”

    O texto diz que o evolucionismo não conserta seus erros, insiste neles, apenas troca as suas definições e continua com os mesmos paradigmas errôneos. Contra essa natureza mutante fica difícil argumentar.

    “A definição actual de órgão vestigial não corresponde à definição que Darwin fez na primeira edição do livro “A Origem das Espécies””

    Justamente, o autor das palavras não acredita na existência de órgãos que sejam “vestigiais”, longe de ser “vestigiais” todos eles tem alguma função, mesmo que ainda seja incompreendida ou desconhecida atualmente, mas os crentes na evolução não conseguindo defender seu ensino, mudam as regras do jogo para insistir na hipotética e duvidosa existência de algo indefensável.

    “De forma semelhante, nas baleias os ossos pélvicos SÂO órgãos vestigiais porque PERDERAM a sua função PRINCIPAL ORIGINAL, o de sustentar os músculos e ossos que permitem o movimento das pernas/patas traseiras”

    O conceito de “orgão vestigial” é uma hipótese criada pela doutrina evolucionista, usada como evidência e argumento em favor da mesma. A explicação acima parte da premissa de que a doutrina é verdadeira, mas neste caso não se pode usar um elemento improvado como “prova” para algo não demonstrado, pois argumentações circulares não chegam a lugar nenhum, fica um ciclo onde a pessoa de argumentação deficiente fica mudando o disco sem admitir as falhas de sua tese.

    Os animais tem órgãos que são vestigiais, porque os animais evoluíram.
    E certamente os animais evoluíram, afinal eles tem órgãos vestigiais.
    E porque eles tem órgãos vestigiais?
    Porque evoluíram
    Como sabemos que evoluíram?
    Porque em seus órgãos vemos os vestígios da evolução.
    E como sabemos que esses órgãos…..
    *E assim continuam os raciocínios infinitamente*

    Existem outros argumentos circulares por aí como afirmar que a semelhança entre dois organismos se devem a terem evoluído e a comprovação de terem evoluído ser a semelhança que eles tem entre si, e assim se dá com inúmeros raciocínios viciosos, onde as “provas” das coisas envolve colocar a conclusão na premissa e a premissa na conclusão sem nunca sair do lugar no campo empírico.

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    • Ana Silva says:

      Saga:

      “Acontece que vários na atualidade tomam o trabalho de grandes nomes anteriores como autoridades inquestionáveis e imexíveis. […] Depois que um nome é colocado em cima de um altar, todo o “conhecimento” posterior é assentado em cima desses ídolos irremovíveis, e ponto, está posto o paradigma e nada mais é pensado fora dele.”

      Por favor dê exemplos concretos.

      Várias hipóteses avançadas por Darwin estão hoje provadas como muito erradas, como a proposta de Darwin para a transferência de características de pais para filhos (no tempo de Darwin ninguém sabia o que era um gene).

      “O texto diz que o evolucionismo não conserta seus erros, insiste neles, apenas troca as suas definições e continua com os mesmos paradigmas errôneos. Contra essa natureza mutante fica difícil argumentar.”

      O texto não diz bem isso:
      – O autor do texto, David Klinghoffer, decidiu atribuir uma definição errada de órgão vestigial aos “evolucionistas”, socorrendo-se de uma citação de Darwin;
      – Klinghoffer decidiu que nunca, jamais, o tal conceito de orgão vestigial “evolucionista”mudou ao longo dos últimos 160 anos;
      – Finalmente Klinghoffer lança uma pseudo-bomba: tal como tinha acontecido como o apêndice nos humanos, os ossos pélvicos das baleias provam que os “evolucionistas” estão errados em tudo.

      Para defender tudo isto David Klinghoffer recorre a um erro factual (a falsa definição “evolucionista” de orgão vestigial) e a um ataque ad hominem (recorrendo a Darwin como a fonte da falsa definição “evolucionista” de orgão vestigial). Em conjunto estas falácias minam o texto, como eu apontei.

      “O conceito de “órgão vestigial” é uma hipótese criada pela doutrina evolucionista”

      Não. Na verdade o conceito de órgão vestigial já existia antes de Darwin. Pelo que pude perceber vários cientistas referiram-se ao conceito de órgão vestigial antes de Darwin.

      “Existem outros argumentos circulares por aí”

      Por acaso o texto original se refere a argumentos circulares? Não. Eu limitei-me a fazer uma crítica construtiva do que é dito no texto original.

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  4. Sejam o que forem, e com ou sem “ad-homines” reais ou fictícios, os órgãos vestigiais NÃO SÃO indícios, nem argumentos e nem provas da «especiação materialista e randômica» defendida pelos darwinistas. Se a leitora Ana Silva é tão intelectualmente-honesta quanto alega ser, deveria em minha opinião declarar guerra contra os guardiães darwinistas de vários artigos da Wikipedia, onde a política oficial do (inexistente) Neutral-Point-Of-View é sempre re-interpretada quando alguma contribuição aponta para a falsidade das premissas materialistas…
    Semi-Off~Topic: está ha hora de acabarmos com o falso dilema “ateísmo materialista VERSUS teísmo bíblico”, o qual certamente é um dos mecanismos de defesa psicológica (ou “segurança existencial”) que os cientificistas foram programados para invocar “sempre que estiverem em perigo”. São perfeitamente admissíveis tanto o ateísmo não-materialista quanto o teísmo genérico. Em segundo lugar, uma crítica ou uma ofensa só pode ser chamada de “ad-hominem” quando é usada para substituir uma argumentação inexistente. Se por exemplo, alguém provar que o P.Z.Myers só enrola, enrola e enrola, então essa pessoa tem todo o direito (e na verdade o dever moral) de chamar o P.Z. Myers de {coloquem aqui vossos termos pejorativos e palavrões favoritos}. Com pessoas sistematicamente desonestas não se discute, pessoas sistematicamente desonestas devem ser desmascaradas (aprendi esta lição com o Padre Paulo Ricardo).

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    • Ana Silva says:

      Nino Zeroichi:

      “Os órgãos vestigiais NÃO SÃO indícios, nem argumentos e nem provas da «especiação materialista e randômica» defendida pelos darwinistas”

      Não é isso que está aqui em causa. O que está em causa é que o texto postado faz um ataque à teoria da evolução recorrendo a um conjunto de argumentos falaciosos (como referi no meu primeiro comentário). Se a teoria da evolução é uma teoria tão fraca de certeza existem melhores formas e, mais importante, formas MAIS honestas de a deitar abaixo.

      “Uma crítica ou uma ofensa só pode ser chamada de “ad-hominem” quando é usada para substituir uma argumentação inexistente”

      Classifiquei o recurso à citação de Darwin como falácia ad hominem porque o autor do texto, David Klinghoffer, recorre à figura de Darwin para tentar deitar abaixo aquilo que apresenta como definição “evolucionista” de órgão vestigial. Mesmo que eu a tenha classificado mal, continua a ser uma falácia.

      “Com pessoas sistematicamente desonestas não se discute, pessoas sistematicamente desonestas devem ser desmascaradas”

      Concordo plenamente. Foi isso que eu fiz com o texto postado.

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  5. SAL says:

    Caro Lucas,
    Algumas coisas neste texto chamaram-me bastante a atenção, coisas que gostaria de compartilhar consigo, visto eu também ser cristã. O Prof. Adauto Loureço subdivide o criacionismo em 3 categorias que me parecem bastante interessantes e as quais sujeito à apreciação do Lucas: o criacionismo científico, o criacionismo religioso e o criacionismo bíblico. Vou-me referir aos dois últimos. O criacionismo religioso é temático e o criacionismo bíblico é descritivo pois ele relata apenas o que Deus fez. A diferença que estabeleço também entre os dois assenta no facto de o Cristianismo não ser uma religião, embora o mundo o rotule como tal, e muito menos uma ideologia. O Cristianismo vive-se neste mundo por aqueles que pela fé crêem que já têm uma vida nova em Cristo Jesus, uma filiação nova, uma pátria nova e uma esperança que só existe devido ao amor de Deus, à Sua graça e à nova aliança no sangue do Senhor Jesus derramado na cruz. Não precisámos de nos religar, foi Ele quem veio até nós por amor e graça e pagou o preço da nossa libertação e salvação; como disse o apóstolo Paulo em Actos 17:28:”Pois nele vivemos, nos movemos e existimos”. Portanto, o que pretendo dizer até agora é que nem todo o criacionista é bíblico, nem o Cristianismo é uma religião, portanto posicionar criacionistas bíblicos como criacionistas religiosos não me parece que seja válido.
    O Lucas também disse:”Por isso é que é dito com verídica frequência que não há forma de se refutar a teoria da evolução só com evidências científicas visto que para cada dado científico que não esteja de acordo com o neo-Darwinismo, os evolucionistas inventam uma nova definição para o que eles mesmo defendiam no passado”. Concordo com esta afirmação e só me refiro a ela porque mais abaixo o Lucas diz:”Para ser justo com os evolucionistas, os Cristãos operam da mesma forma”, isto não me parece correcto pelas seguintes razões: Os cristãos não inventam uma nova definição porque não precisam de a fazer, portanto não está é a ser justo com os criacionistas bíblicos ao justificar desta forma os evolucionistas. O que quero dizer com tudo isto? Não se deve (penso eu) generalizar o criacionismo ao o contrapôr ao evolucionismo. Nem todo o criacionista tem fé no Senhor Jesus Cristo que é Deus Bendito! E nós cristãos (não confundir com os adeptos de alguma religião) não usamos “a ciência como forma de justificar uma fé” porque temos fé é em Deus Criador (mesmo que todas as evidências e factos científicos fossem contrários à nossa fé, o que não é o que acontece), mas percebo onde quer chegar, mesmo correndo o risco de ser mal interpretado. Que a graça, o amor e o poder do Senhor esteja consigo.

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  6. jephsimple says:

    Meus agradecimentos pela tradução (com modificações )!!!

    Os equívocos desta posição devem ser expostos.

    Darwin falhou e falhou feio. “Sua” “teoria” está morta, pra não dizer que ja nasceu morta!

    Ela esta vivinha sim, num mundo onde não existe essa coisa de falsificação, descarte inevitável.

    Apenas uma superstição e só.

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    • Victor says:

      Pode ter certeza: eu vou matar o Mats porque ele escreveu este post e depois vou te matar por ter escrito este comentário. E que esses homicídios sirvam de exemplo a todos que ousarem criticar ai evolução.

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    • Ana Silva says:

      Jephsimple:

      “Os equívocos desta posição devem ser expostos.”

      Que equívocos?

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      • jephsimple says:

        As falsas evidências, erros grotescos de definição que proporcionam non sequitur… E …Falsas evidências … Raciocínio circular …E … falsas evidências

        E nenhuma evidências para evolução aleatória, acidental, cega.

        Pra finalizar apenas como exemplo… Falsas evidências .

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      • jephsimple says:

        Enfim,

        Cheguei a conclusão que a TCE é apenas uma superstição .

        E o design inteligente é óbvio até para crianças de 6 anos.

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  7. Marilena Rubens says:

    Quando eu era atéia e acreditava na teoria da evolução perguntava-me frequentemente: Quem criou a evolução? Como a complexidade orquestrou-se a partir do nada?

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  8. A evidencia genética e embrionária (crescimento de pêlos e membros durante o desenvolvimento) aponta para que as baleias sejam descendentes de mamíferos terrestres e que partilham um ancestral comum com outros mamíferos modernos (http://allthatmattersmaddy32.blogspot.pt/2013/08/evolucao-os-genes-dizem-sim.html). Quanto aos órgãos vestigiais, escusado será dizer que concordo com a Ana Silva.

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