O ateísmo é benéfico para a ciência?

Por Michael Egnor

Um biólogo ateu, com o nome de P.Z. Myers, ataca o Cristianismo fazendo várias perguntas em relação ao mundo natural,  acreditando que essas perguntas são melhor respondidas pelos ateus do que pelos Cristãos:

pz_myersAlguns de nós, como eu, somos ateus porque a religião não nos dá nada do que queremos, é pouco satisfatória em lidar com as coisas em relação às quais nos importamos, e muito má em responder a uma questão muito humana, “Porquê?”. Em vez disso, eles preferem lançar ataques contra os outros, ignorando os seus próprios falhanços, e fingindo que as questões que eles ignoram já foram respondidas.

Queres saber as coisas com as quais os Novos Ateus, que são as mesmas que os Velhos Ateus, se preocupam? Nós temos perguntas importantes. Estas questões não foram e nem podem ser respondidas por apologistas religiosos. O processo de as explorar honestamente é precisamente o que nos leva ao ateísmo, e como tal, eles têm que as evitar.

Vejamos “o que nos leva ao ateísmo”. Eis aqui algumas das questões de Myers e as minhas repostas:

Porque é que deveríamos acreditar em deus algum? Não precisamos duma autoridade inteligente para explicar o universo.

Claro que precisamos duma autoridade inteligente para explicar o universo. O universo está repleto de inteligibilidade. A natureza encontra-se governada por leis físicas extraordinariamente complexas e elegantes, e a leis em si estão escritas na abstracta linguagem da matemática. De facto, os físicos teóricos têm frequentemente que explorar  teorias matemáticas totalmente novas como forma de poderem explicar o comportamento da matéria sem vida.

Afinal de contas, Newton descobriu o cálculo como forma de poder fazer física. Heaviside (usando as equações de Maxwell)  precisou de desenvolver o cálculo de osciladores electromagnéticos como forma de compreender a electricidade em corrente alternada. Einstein (e o seu amigo o matemático Grossman) reinventaram a geometria não-euclidiana e o cálculo tensorial como forma de entender a geometria.

Heisenberg teve que desenvolver a mecânica matricial como forma de entender o mundo quântico. Dirac previu a existência da anti-matéria simplesmente com base em considerações matemáticas, e os modernos defensores da teoria de cordas tais como Edward Witten trabalham na crista da onda da matemática. Os buracos negros foram previstos com base nas singularidades nas equações tensoriais da relatividade (….).

É surpreendente (e elegante) que o próprio retináculo do universo, desde o mundo sub-atómico até aos cosmos, seja desenhado na matemática abstracta e elegante. O universo grita por autoridade inteligente. Para a pergunta implícita de Myers “É a base da existência mais como uma coisa ou como uma mente?” só há uma resposta: a base da existência é como uma mente.

Outra forma de entender esta bonita teleologia que permeia toda a criação centra-se na informação – a restrição de probabilidade de resultados em relação aos processos naturais. Esta informação é particularmente surpreendente nas formas de vida. A nanotecnologia intrincada que facilita o metabolismo celular encontra-se controlada e replicada por um código genético com letras, palavras, frases e pontuação que armazena e organiza a informação em disposições de enquadramento justaposto.

A Autoridade Inteligente – a Mente – que governa o cosmos e a vida através de informação tem uma apreciação espantosa pela linguagem e pela matemática, e tem uma preocupação especial com o ser humano visto que este recebeu a capacidade de descobrir a extraordinária lógica da criação.

… de facto, assumir que o mundo é o resultado dum processo natural não-dirigido, tem um registo muito melhor no que toca a gerar respostas.

Lenga lenga.

A ciência moderna surgiu apenas e só dentro do ambiente Cristão. Roger Bacon, Copernicus, Galileu, Newton, Kepler, Faraday, Pasteur, Maxwell e muitos outros pioneiros do Iluminismo Científico foram Cristãos fervorosos que atribuíram de modo explícito a inteligibilidade da natureza à agência Divina, e até cientistas do século 20 tais como   Einstein e Heisenberg e Schrodinger e Rutherford e Planck atribuíram a origem da natureza à Uma Agência Inteligente. Einstein é famoso por dizer: “Quero saber os pensamentos de Deus…”

Muito poucos grandes cientistas atribuíram a origem do mundo aos “processos não-direccionados”. De facto, o ateísmo tem um registo horrível dentro da ciência.  Durante grande parte do século 20, um terço da humanidade viveu debaixo da bota duma ideologia ateísta. Quais foram os grandes avanços produzidos pelos cientistas da União Soviética?

Quais foram as grandes contribuições científicas da China Comunista, de Cuba Comunista, do Vietname ou da Albânia? Comparem os resultados científicos da Alemanha do Leste (ateísta) com as da Alemanha Federal (Luterana e Católica). Comparem as produções científicas da Coreia do Norte (ateísta) com as da Coreia o Sul (Cristã e Budista).

A realidade dos factos é que durante o século 20, os sistemas ideológicos ateístas que “assumiram que o mundo é o produto dum processo natural, não-dirigido” governaram um terço da humanidade. E qual é o registo científico do ateísmo?

O ateísmo teve a sua chance e nada mais fez que trazer até nós a idade das trevas científica em todas as nações que tiveram o azar de sucumbir perante ele. O ateísmo é, ao mesmo tempo, uma catástrofe para a ciência tal como o é para a humanidade. A única coisa que os sistemas ateístas conseguiram produzir (e ainda produzem até aos dias de hoje) são corpos mortos.

Porque é que não consegues explicar no que acreditas sem recorrer a agitar de mãos, e a coisas confusas, sem sentido e pouco convincentes?

“Agitar de mãos, coisas confusas sem sentido e pouco convincentes”? Diz-nos tu.

Eis como os Cristãos explicam a natureza: a ciência moderna, que é a inferência para a inteligência e a inteligibilidade na natureza – o fruto de dois milénios de civilização Cristã, teologia Cristã e filosofia natural.

Eis como os ateus explicam a natureza: O nada criou tudo sem propósito algum, e criou a vida a partir do que não tem vida (e também sem propósito algum). E criou robôs que pensam que têm um propósito mas que por motivo algum, não têm.

Que tipo de cegueira leva a que um homem com formação como Myers aceite a miséria moral e intelectual que é o ateísmo? O que é que leva uma pessoa ao ateísmo? A cegueira da alma. A verdade está ao nosso redor, mais óbvia que a mão humana em frente à sua cara. O universo tem Uma Mente estampada por todo o local, como uma assinatura.

~ http://bit.ly/2d6NUSd

* * * * * * *

Como é normal, alguns ateus tentam usar o sucesso relativo da ciência como arma contra Deus, sem se aperceberem que o sucesso da ciência se deve a existência de Deus.

Se Deus não existe, porque é que se acredita que as leis da natureza que operam na Terra são as mesmas que operam em outros locais do universo?

Se vivêmos num lugar não-sujeito à uma Mente Inteligente, porque é que todos os ateus esperam que o universo se comporte segundo padrões inteligentes, tanto assim que podemos em certa medida “prever” o futuro com base na fiabilidade das leis naturais?

Mais ainda, se – como defendem os ateus – somos o efeito de forças aleatórias não-inteligentes, porque é que os ateus confiam nas suas capacidades cognitivas? Pode a não-inteligência gerar inteligência? Pode a irracionalidade gerar a razão?

As respostas são bem óbvias, mas os ateus estão moralmente cegos para a verdade. A realidade dos factos é que a ciência é evidência contra o ateísmo, e não contra o Criador. Deus, que é a Mente que criou o universo, fez o mundo de forma a reflectir a forma como Ele pensa, e como Ele espera que nós usemos a nossa mente.

O universo é racional e passível de ser estudado racionalmente porque Deus é Racional. E nós temos a capacidade de entender o universo porque a nossa mente foi feita à Imagem da Mente que criou o universo, e Ele quer que nós entendamos a Sua criação.

Os ateus, na sua luta contra Deus, estão a  gerar as condições para que a irracionalidade pagã volte a tomar o lugar central nas nossas sociedades, o que vai reverter todo o bem que a ciência causou durante os últimos séculos.

pz-myers

About Mats

"Posterity will serve Him; future generations will be told about the Lord" (Psalm 22:30)
This entry was posted in Biologia and tagged , , , , , , , , , , , , , , , . Bookmark the permalink.

10 Responses to O ateísmo é benéfico para a ciência?

  1. Douglas says:

    Rapaz, que massacre.

    Like

  2. Tirando pelo que já vi dos ateus militantes na internet, salvo exceções, a constatação é que eles não gostam pra valer da ciência: odeiam o contraditório, odeiam questionamentos, odeiam confrontos intelectuais sadios, mas ADORAM a censura (quando são o dono do pedaço), a ofensa e o ad hominem.

    Os cientistas ateus devem ter essa mesma linha de comportamento, então já viu…

    Like

  3. JOEL - DF says:

    DARWINISMO, excelente artigo. As respostas do articulista aos “argumentos” do sr. P.Z. Myers, não deixam dúvidas sobre a debilidade e desonestidade intelectual desse moço.

    P.Z. Myers já foi calado literalmente por um documentarista, que fez o vídeo EVOLUTION vs. GOD (evolução vs Deus): https://www.youtube.com/watch?v=JDvi2defQEM

    Os argumentos dele, tanto aqui quanto no documentário do vídeo, são fracos e essencialmente plantares.

    Like

  4. jephsimple says:

    Só tenho que agradecer pela tradução. E pelo comentário fechando o artigo também…

    Muito, muito, muito… Muito obrigado.

    Liked by 1 person

  5. jephsimple says:

    Uma excelente palestra … Planejamento ou acaso?

    Like

  6. Darcy says:

    Mats,

    Lá na primeira linha saiu “Crisitanismo”. É provável que, se houvesse uma tal religião, ela seria deixada em paz. Mas sabemos que o “incômodo” do moço é com outro “ismo” bem específico (e com as verdades que este “ismo” não cessa de proclamar).
    Grande abraço!

    Like

  7. William says:

    Ótimo texto, mas poderia ter sido uma pouco maior.

    Uma das razões para eu ter repensado minha posição religiosa foi quando percebi em meados de 2012 que quase 100% dos ateus (entre meus próprios conhecidos também) apoiam políticas socialistas e progressistas.
    http://www.washingtonexaminer.com/majority-of-atheists-are-liberal/article/2510230

    Depois que comecei a procurar evidências da existência de Deus, percebi que minha posição ateísta durante quase 10 anos era bem frágil e que o Universo e a Vida são muito melhores explicados por Inteligência e Propósito do que pela Religião Naturalista (Ateísmo).

    Abraços e Deus os abençoe.

    Like

  8. Danilo says:

    Ótimo texto, parabéns para o blog.

    Like

Todos os comentários contendo demagogia, insultos, blasfémias, alegações fora do contexto, "deus" em vez de Deus, "bíblia" em vez de "Bíblia", só links e pura idiotice, serão apagados. Se vais comentar, primeiro vê se o que vais dizer tem alguma coisa em comum com o que está a ser discutido. Se não tem (e se não justificares o comentário fora do contexto) então nem te dês ao trabalho.