O argumento da imperfeição

As imperfeições são as evidências primárias em favor da teoria da evolução.
(Stephen Jay Gould , “The Panda’s Thumb of Technology” National History, Vol 96, No.1, página 14)

O argumento da imperfeição foi desenvolvido por Darwin como resposta ao brilhante argumento para o Design feito por Paley. Darwin mostrou que a natureza continha muitos exemplos de design curioso, estranho e não óptimo, o que, segundo Darwin, nunca seria a forma de operar dum designer competente.

Usando o dualismo sempre negado pelos evolucionistas (vêr este postal) Darwin concluiu que a evolução é responsável por essas formas. Ele disse que tal design “imperfeito” não se espera dum designer capaz mas é o resultado esperado da evolução uma vez que ela modifica as estruturas disponíveis em favor dum uso imediato.

Este argumento é muito do agrado dos evolucionistas. Alguns deles transformaram-no num argumento com força considerável.

Design ideal é um péssimo argumento em favor da evolução uma vez que imita a acção postulada de Um Criador Omnipotente. Arranjos estranhos e soluções curiosas são as provas em favor da evolução – caminhos que Um Deus Cuidadoso nunca usaria mas que um processo natural, limitado pela história, seguiria.
(Stephen Jay Gould,1980, “The Panda’s Thumb”, página 20-22)….

Se não existissem imperfeições, não haveria evidências de um passado histórico, e desde logo, nada para preferir a evolução através da selecção natural em detrimento da criação.
(J. Cherfas, 1984, “The dificulties of Darwinism”, New Scientist, May 17, página 29)

O argumento da imperfeição era a classe preferida de evidências evolutivas por parte de Stephen Gould. Ele desenvolveu muitos artigos e livros a promovê-lo, particularmente o livro “The Panda’s Thumb“. Ele alegou que as tais soluções curiosas e estranhas são as melhores evidências em favor da evolução. Ele chama a esta linha de pensamento “o princípio do panda”.

No entanto, o argumento da imperfeição não é evidência em favor da evolução. Aliás, nem a perfeição nem a imperfeição são evidências em favor da evolução uma vez que esta teoria pode acomodar ambas as situações.

Mesmo que o design fosse todo “perfeito” (segundo aquilo que os evolucionistas consideram “perfeito”), isso não estaria imune às histórias da carochinha do evolucionismo, uma vez que o próprio Gould admite:

Mas a perfeição pode ser imposta por Um Criador Sábio ou evoluir a partir da selecção natural.
(Stephen J. Gould, 1982, “Evolution as Fact and Theory”, página 122)

Ou seja, a imperfeição é evidência em favor da evolução, mas mesmo que houvesse perfeição, isso também seria evidência em favor da mesma teoria. Dois cenários opostos são usados como evidência para o mesmo processo natural.

Isto é ciência?

Conclusão:

O argumento da imperfeição nunca foi evidência para a evolução. Este tipo de evidências, que os evolucionistas dizem serem as provas PRIMÁRIAS para o mito evolutivo, nada mais são que evidência contra o Criador.

Sempre que alguém apelar ao “mau design” ou ao “argumento da imperfeição” como evidência em favor da evolução, nós temos que questioná-lo como é que isso suporta a tese de que a biosfera é o resultado dum processo aleatório de mutação e selecção.

Posteriormente, devemos perguntar ao evolucionista se essa linha de pensamento não assume o dualismo “Criação ou evolução”. Se ele disser que sim, então nós podemos dizer que evidências contra a evolução são evidências em favor da Criação. Se ele disser que não, então evidências de “mau design” não são evidências em favor da evolução.


Fonte: “The Biotic Message” página 26

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14 Responses to O argumento da imperfeição

  1. SILVA, J. J. says:

    Na verdade, se existe um Ente perfeito em Si mesmo Ele não poderia criar nada perfeito, pois isso seria o mesmo que deixar de existir; seria um suicídio. Acho ridículo o argumento da imperfeição para refutar Sua existência e ato criador.

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    • Sodré says:

      Ou seja Deus é incapaz de gerar perfeição…, e, exatamente pela mesma lógica, gerar justiça, beleza, amor, etc… sem a sua dose de imperfeição. Ou seja, a sua suposta omnipotência não é apenas limitada pela sua natureza (se é perfeito deveria gerar perfeição) mas por algo mais… Daí as dificuldades históricas com a definição de Jesus (sendo filho nunca poderia ser tão perfeito quanto o Pai), era preciso recorrer ao absurdo de ser filho mas não ter sido criado nem gerado…, nasceu de uma humana mas é perfeito, mas nem a humana era perfeita nem o Deus perfeito seu pai pode produzir perfeição, etc…. E depois são os evolucionistas quem tem dificuldades com as suas alegações…. Enfim, temos de “respirar fundo”.

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      • Lucas says:

        Ou seja Deus é incapaz de gerar perfeição…,

        Deus gerou perfeição; o homem corrompeu-a.

        Ainda estás com argumentos totalmente refutados? Quantas vezes é preciso dizer a mesma coisa para finalmente tu entenderes?

        Ou seja, a sua suposta omnipotência não é apenas limitada pela sua natureza (se é perfeito deveria gerar perfeição) mas por algo mais…

        Deus não é limitada por nada mais a não ser Ele Mesmo.

        Daí as dificuldades históricas com a definição de Jesus (sendo filho nunca poderia ser tão perfeito quanto o Pai)

        Quem disse? Isso é mais um critério arbitrário sem qualquer tipo de seguimento lógico. Mas, por favor, diz-nos porque é que o Filho de Deus não pode ser “tão perfeito como o Pai”, sendo que Ambos têm a Mesma Natureza Divina.

        Ficamos ansiosamente à espera.

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      • SILVA, J. J. says:

        Sodré, apesar de ser um tema que não seja fácil explanar em poucas palavras, vamos tentar compreender o que seja perfeição para depois tentar compreender como aplicar esse termo a qualquer objeto.

        Primeiramente, que fique claro que eu entendo que Deus seja perfeito e ele tem de ser perfeito pelo que Ele é, não pelo que Ele faz, doutra feita, a possibilidade de Sua criação sequer daria-se de maneira ordenada e se fosse perfeito pelo que faz, logo é imperfeito.

        Com isso eu quero tentar distinguir o termo “perfeito” do sujeito e objeto.

        Pergunto-lhe: Quem diz que algo é perfeito, o sujeito ou o objeto? O sujeito.

        E por que ele diz isso? Porque ele, ao observar um objeto apreende os seus atributos, características e qualidades e a partir dela é que, pela linguagem, se convenciona um termo que melhor se aproprie ao objeto observado.

        E quando atribuímos a um objeto o ser ele perfeito? Quando um ser ou objeto nos dá a ideia de que reúna em si todas as qualidades sem qualquer defeito.

        Para alguns, esse mundo é perfeito, como para Leibniz e pra você, já para o Deus do escritor de Gênesis (CAP. 1), toda a criação recebeu, do SENHOR, a qualidade de ser “boa”.

        Agora, levando em conta as leis do pensamento em que uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo (Lei da não contradição, Aristóteles) quem está e quem está certo e quem está errado em suas declarações?

        O SENHOR, Leibniz ou você? Se eu disser que nenhum?

        Ora, o objeto observado leva em conta a sua abstração e subjetividade em relação a ele. Leibniz e você podem apreender toda a criação como sendo perfeita, mas o SENHOR não pode ir contra a Sua natureza dizendo que Sua criação é perfeita porque Ele é perfeito e somente Ele o é. Seria ilógico e contrariaria também uma outra lei do pensamento (Lei da identidade), pois se o SENHOR olhando para Sua criação, sabendo que somente Ele é perfeito, como pode declarar que Sua criação também o seja?

        Ora, o mundo é perfeito, mas o é para quem o apreende assim e não vejo incoerência nisso. O mundo é o que é. O que ele é? Ele é ele mesmo, só. Quer qualificá-lo? Não há problemas nisso, mas sempre haverá graus de perfeição atribuídos a ele que, em relação à Deus, nunca será absolutamente perfeito.

        Essa problemática se deve por conta da linguagem, que entra em comum acordo quando, por exemplo, se louva o Criador pela Sua criação e tal louvor sucede ao fato de sabermos que somos imperfeitos e Ele, somente, como Ser perfeito.

        Sendo assim, criar algo absolutamente perfeito, é cometer suicídio, a princípio, intelectual (da parte do próprio Deus), onde, a partir disso, já não sendo perfeito por assumir uma imperfeição, nem sequer poder criar algo perfeito.

        Essa, na minha concepção, é a pedra que Deus não pode levantar.

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      • SILVA, J. J. says:

        Lucas, o comentário do Sodré foi direcionado a mim. Ele é cristão.

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      • Miguel says:

        Lucas, o comentário do Sodré foi direcionado a mim. Ele é cristão.

        Ele não é Cristão.

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      • SILVA, J. J. says:

        “Lucas, o comentário do Sodré foi direcionado a mim. Ele é cristão.

        >>> Lucas diz: Ele não é Cristão.”

        Aí já não posso afirmar nada.

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      • Sodré says:

        “se existe um Ente perfeito em Si mesmo Ele não poderia criar nada perfeito” (Silva)
        “Deus gerou perfeição; o homem corrompeu-a.” (Lucas)

        Ainda estás com argumentos totalmente refutados? (Lucas)
        Eu estou com argumentos totalmente refutados? Mas quem os apresenta é o cristão Silva… È a ele que tens de pedir explicações não a mim….

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    • Não sei se entendi muito bem, mas, a terra é imperfeita, por que somente Deus pode ser perfeito? Isso? Ou seja, um ser perfeito não pode gerar outro ser perfeito?

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  2. jephsimple says:

    Achei as palavras do Silva sabias palavras.

    Porém discordo que a criaçao original Divina seja imperfeita.

    A criação revela a natureza de Deus, isto é, sua inteligência,seu planejamento,onipresença e onipotencia.

    Sendo assim aquilo que expressa a natureza de Deus deve exibir perfeição pois é ato perfeito.

    A voz cantada expressa a alma do cantor…

    Os céus e a terra proclamam a glória de Deus.

    Portanto nao vejo implicação contraditória entre Deus ser perfeito e sua obra também.

    E o livre arbitrio expressa a sua natureza justa.

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    • SILVA, J. J. says:

      Cartesianamente falando esse mundo é perfeito no sentido de não poder ter sido de outra forma. Contudo, não pode ser perfeito em relação a Deus, pois somente Ele é um ser perfeito. A perfeição que concebemos é apenas uma apreensão nossa por justamente entendermos que somos imperfeitos. Deus considera que tudo o que fez é uma “boa criação”.

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  3. SAL says:

    Deus é Perfeito criou tudo perfeito. Devido à queda de Adão e Eva o pecado e a morte entraram no mundo e a natureza criada ficou sujeita à decadência (Romanos 8:18-23).
    Parece-me a mim que discutir se o Senhor Jesus é divino e portanto perfeito é uma questão de fé e desde quando é que um ateu evolucionista acredita na Bíblia e que o Senhor é perfeito e divino? Esse tipo de debate está fora do âmbito da ciência e do naturalismo. Mas agora alimentam-se conversas destas com ateus/evolucionistas a que propósito? Convencer ateus de que o Senhor Jesus é perfeito e divino quando são incrédulos? Antes de discutir a Sua divindade, discutam a Sua concepção já agora. Ou se crê na Bíblia ou não se crê! “Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus, para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente. Delas também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito, interpretando verdades espirituais para os que são espirituais. Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente. Mas quem é espiritual discerne todas as coisas, e ele mesmo por ninguém é discernido; pois “quem conheceu a mente do Senhor para que possa instruí-lo?” Nós, porém, temos a mente de Cristo”(1Coríntios 2:12-16) e isto é vivido pela fé em Deus, portanto alimentar conversas destas com quem está espiritualmente morto não está a lembrar-se do que o Senhor Jesus ensinou:“Não dêem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos; caso contrário, estes as pisarão e, aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão”(Mateus 7:6).

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  4. carlos cardoso says:

    Tambem concordo que o argumento da imperfeição não é evidência para a evolução.
    No entanto, a enorme quantidade de imperfeições da criação, não aponta para um Designer inteligente mas mais para um Designer, no minimo, dasageitado, dando assim razão aos pastafarianos, que acreditam que o universo foi criado por um Monstro de esparguete voador numa noite de bebedeira:
    http://www.venganza.org/about/

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    • Haroldo says:

      Eu diria que para saber se algo é perfeito, devemos saber qual é o seu propósito. Se alguém não tem certeza sobre o propósito do Universo, como pode saber se é perfeito ou imperfeito?

      Pessoalmente considero o Universo perfeito. Nele não falta nada. Esse Universo possui caos e ordem. Vida e morte. Bem e mal. Justiça e injustiça. Está completo. Por tudo isso creio que há um propósito. O Universo é perfeito para o seu propósito, até que acabe.

      Jesus Cristo, que é Eterno, ensinou o propósito.

      Eu aprendi isso, que Jesus é o Primeiro e o Último. O primeiro versículo da Bíblia diz: “No princípio criou Deus os céus e a Terra”. O último versículo da Bíblia diz: “A graça do Senhor Jesus seja com todos.”. Esse é o propósito.

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