Por Quintus Curtius
Alguns artigos que li fizeram-me reflectir sobre a inter-relação entre a religião, a ciência, e a História. De que forma é que elas se cruzam, e de que forma é que uma influenciou a outra? O historiador pode, de muitas formas, ser visto como um biólogo que examina as actividades dum único organismo: o homem. Consequentemente, o historiador, e de forma quase involuntária, torna-se num biólogo devido à sua pesquisa dos processos históricos.
Observando apenas os comportamentos das tribos, dos homens e das nações, é possível aprender-se muito sobre a biologia. (A geografia e o clima também são influências importantes na História, mas isso é um tópico para outro dia). E o que foi que o estudo da História me ensinou?
1. A competição é essencial. Não há paz na natureza; todos os organismos competem uns com os outros em torno da comida, da água, do acasalamento, e por espaço onde viver. As naçôes comportam-se como indivíduos visto que elas estão em competição infindável. O confronto das nações e das tribos reflecte as nossas origens primordiais [sic], onde a vida era uma luta pela sobrevivência.
2. A natureza selecciona os mais aptos. Alguns organismos encontram-se melhor adaptados para sobreviver que outros, e estes transmitem a sua herança genética. De toda a massa de organismos, alguns irão adaptar-se enquanto que outros não. Conceitos tais como “liberdade” e “equalidade” são totalmente desconhecidos pela Natureza. A Natureza é uma aristocracia.
3. A natureza prefere a fertilidade. Os organismos expandem os seus números como forma de preencher os seus limites. Quando arrebentam com as suas fronteiras, eles avançam para além dos seus limites.
As nações civilizadas e ricas têm taxas de natalidade baixas; elas atraem bocas famintas de nações mais selvagens, o que causa a que as primeiras passem a estar sujeitas a infliltrações e invasões. Os Chineses lutaram uma guerra perdida como forma de manter os bárbaros Mongóis para além da sua fronteira no norte; em vão os Romanos tentaram conter os Germânicos do outro lado do Rio Reno; os Árabes foram esmagados pelos calcanhares dos Tártaros na parte final da Idade Média; e os Americanos encontram-se actualmente a tentar controlar a sua fronteira no sul (com a mesma falta de sucesso).
E o que dizer da religião? Já escrevi sobre esse assunto previamente, e gostaria agora de colocar um ênfase em alguns pontos relacionados.
É perfeitamente aceitável um homem racional prestar a sua aliança tanto a ciência como à religião visto que cada uma delas tem o seu lugar na vida do homem, bem como no trajecto da História.
A religião já deu provas de ser uma das forças mais resistentes da História; cortem-na, e ela volta a crescer. Todas as tentativas de apagá-la foram em vão. Desta forma os Comunistas tentaram infrutiferamente desenraizar a Igreja Ortodoxa da Rússia entre 1917 a 1989. Desta forma o faraó Egípcio Ikhnaton tentou suprimir a religião de Amon, mas mal ele morreu, essa religião regressou mais forte que nunca, e com um sacerdócio bem enraizado.
As perseguições de Diocleciano e dos seus sucessores só causaram a que o Cristianismo ficasse mais forte até que ele tomou conta do império. A Revolução Francesa tentou erradicar a Igreja Católica, mas ela voltou mais forte que nunca mal Napoleão assinou a concordata com a Sé Papal no princípio do século 19.
A religião é o repositório de fundamentos morais e da vida criativa das pessoas. Nenhuma sociedade na História foi alguma vez capaz de operar durante muito tempo sem a ajuda duma fé aceite por todos. Sem o apoio sobrenatural da fé organizada, não é possível que as lições morais sejam “aceites”, e que elas controlem os impulsos básicos do homem. A religião, com os seus mitos, histórias morais, rituais, aparatos, códigos de conduta, e obras de arte, tem sido fonte de inspiração e de disciplina para o homem há já muitos milhares de anos.
E é isto que o homem pensativo acha tão repreensível no ateu, visto que ele não tem um entendimento aprofundado da psicologia do homem e da História. Ele acredita que os seus livros de ciência, que os seus gráficos, que as suas tabelas, e que os seus computadores, podem explicar tudo. E nós temos que lhe dar o seu devido valor visto que os avanços da ciência são tão impressionantes, e tão poderosos, tal como as belezas da arte, da literatura, e da fé organizada.
Mas no fundo, no fundo, o homem comum prefere ouvir os apelos da religião. Ele cansa-se das exortações do pensamento, e ele quer ter a certeza de que as suas batalhas na Terra são dignificadas através dum propósito cósmico maior. Ele é diariamente assediado e oprimido pelas lutas da existência; ele precisa duma fé que lhe dê uma fonte de consolo e de inspiração.
Ele fica cansado do relativismo de tudo, das exortações do pensamento especulativo, e das confusas incrediblidades da ciência. Quanto mais profundamente nós mergulhamos na ciência, mais incertos nos tornamos em relação a tudo.
A ciência, apesar da sua grandiosidade, tem pouco a oferecer em termos de consolo espiritual. Ela diz-nos que esta existência nada mais é que uma luta sem significado de homem contra homem, o que não tem qualquer propósito, e que termina numa morte fria. Será que é esta a ética que irá inspirar o homem? Não. A ciência disponibiliza pouco consolo para a alma.
O cínico pode ir mais adiante e afirmar que a ciência só nos trouxe um enervante relativismo, a poluição do nosso ar, das nossas terras, dos nossos mares, a falsa “igualdade” entre os sexos que tem destruído as famílias e a posição do homem na cultura Ocidental.
A vitoria da ciência sobre a alma do homem Ocidental começou com Copérnico, avançou rapidamente durante a Revolução Industrial, e agora parece completa. Mas a batalha ainda não está ganha. A História, à medida que avança com lentidão glacial, ainda tem algumas surpresas reservadas para nós.
À medida que o homem Ocidental vai ficando mais desiludido com as falsas promessas da ciência, e à medida que a fertilidade dos simples sobrepuja a esterilidade dos poucos privilegiados, e à medida que o influxo de imigrantes provenientes de culturas religiosas continua, podemos vir a assistir ao advento da Nova Era da Fé.
Se a sociedade Ocidental continuar a desgraçar-se a ela mesma com a ruína social e com o colapso económico, podemos vir a assistir a algum tipo de reavivamento religioso. Os pais irão pedir ajuda à religião para disciplinar os seus mais jovens; os governos irão buscar a ajuda da religião organizada como forma de controlar as ondas de descontentamento, da depravação sexual, e do barbarismo.
Isto já aconteceu antes na História, e pode voltar a acontecer. Esperamos desenvolvimentos, e entretanto. agimos o melhor que conseguirmos.
* * * * * * *
A persistência da religião é um fenómeno de dificil explicação dentro duma visão materialista. Como é que se explica que todas as culturas, em todos os continentes, em todas as eras, tenham sido essencialmente religiosas, e o ateísmo, e o materialismo a ele associado – supostamente as fases mais “avançadas” do pensamento humano – tenham sempre sido insignificantes para a existência, sobrevivência e progresso duma dada civilização?
Pior ainda, analisando os dados à nossa disposição, podemos ver claramente que quanto menos religiosa é uma cultura (por exemplo, a Europa actual), mais fragmentada e socialmente instável ela é, estando pronta para ser destruída por uma fé religiosa mais agressiva e mais militante (islão).
(As pessoas que ignorantemente usam os países do Norte da Europa como “exemplos de países ateus” têm que se informar mais sobre isso. Pessoas como o maçónico Anders Breivik não aparecem no vazio.)
Para o Cristão, o facto do homem ser naturalmente espiritual não é surpresa visto que o Criador “colocou a eternidade no coração do homem” (Eclesiastes 3:11), o que naturalmente faz com o ser humano busque as respostas mais profundas da sua existência junto da “eternidade” [Deus]. Pessoas como Dawkins, que militam sem sucesso contra a religião, estão a lutar contra a própria natureza humana.
Como já foi dito por outra pessoa no passado, é mais fácil exterminar o ser humano do que acabar com a religlião. Que pena que os militantes anti-Cristãos não saibam disso.
Dawkins está literalmente lutando para destruir a natureza humana.
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“…podemos ver claramente que quanto menos religiosa é uma cultura (por exemplo, a Europa actual), mais fragmentada e socialmente instável ela é..”
“…os governos irão buscar a ajuda da religião organizada como forma de controlar as ondas de descontentamento, da depravação sexual, e do barbarismo.”
Países “ateus” do norte da europa pactuam com o bestialismo
Muitos ateus parecem acreditar que sociedades humanas do passado nunca experimentaram esse tipo de comportamento, então aconteceu o que tinha de acontecer:
E a Dinamarca precisou de uma lei específica para coibir o sexo com animais…
Além da Noruega, Suécia terá leis contra o abuso sexual de animais
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Mats
O que te faz rejeitar as evidências que nos mostram que a evolução de fato ocorreu?
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Raul
A mesma coisa que me faz rejeitar as “evidências” que “nos mostram” que os astros controlam o comportamento humano.
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Mats
* A mesma coisa que me faz rejeitar as “evidências” que “nos mostram” que os astros controlam o comportamento humano.
– Não são do mesmo nível. Para a Astrologia, quando a personalidade de uma pessoa e o signo correspondem uma ao outro é simplesmente coincidência se isso for comparado com a quantidade imensa de erros, e sendo que isso não passa pelo método científico, pois é inteiramente feita de misticismo, pode (e deve) ser considerada superstição e pseudociência. A Teoria da Evolução é ciência porque é imparcial, usa a investigação e pesquisa para confirmar ou refutar hipóteses e tem dados que a corroboram, como:
– embriologia;
– fósseis transicionais, como o archaeopteryx, ambulocetus, australopithecus, tiktaalik, pikaia, moeritherium, inostrancevia, montealtosuchus, etc.;
– genética, que nos mostra claramente o parentesco entre todos os seres vivos.
E outra coisa: onde na Bíblia é declarado que o Criacionismo da Terra jovem é “o caminho, a verdade e a vida”? Que eu saiba foi Cristo quem nos disse “eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim.”
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Para mim estão, e tu querias saber a minha opinião. Eu não perguntei a tua.
Mats
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Falando em religião, olha a nova da religião evolucionista
Insanidade pouca é bobagem.
Humanos e chimpanzés são primos íntimos…
Assim um novo estudo fornece evidências da evolução da moral e normas sociais humanas.
Não, a moralidade não foi criada por algum humano… Empurre ela pra trás… Por hora, algum macaco começou essa história de moral e normas sociais…
Já estou começando a acreditar que chimpas infanticidas ficam com suas consciências pesadas… Ainda que na Chimpanzelândia não exista um tribunal para julgar esses infanticidas…. Quem sabe em breve?
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Jephsimple
“Já estou começando a acreditar que chimpas infanticidas ficam com suas consciências pesadas…”
Como a fisiologia humana tem muitas semelhanças com a dos macacos, os apóstolos de Darwin desenvolveram um fetiche por esses animais:”Temos de provar, custe o que for necessário, que eles são nossos primos!!!”
Quais seriam as conclusões evolucionistas acerca da moral animal que podem ser tiradas do vídeo abaixo?
– Há três espécies diferentes: crocodilos, gnus e hipopótamos;
– Os crocodilos tentam matar o gnu, dentro da água;
– Os hipopótamos intervêm a favor do pobre gnu, que já está quase morto
É um vídeo chocante e emocionante, e acredito que a maioria de nós torce pela sobrevivência do gnu, o que pode não ser tão justo para o crocodilo…
Onde os evolucionistas veem uma infinidade de acasos que se amontoam e causam perplexidade, os Cristãos veem a gloriosa e desafiadora inteligência do Criador.
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Quais seriam as conclusões evolucionistas acerca da moral animal que podem ser tiradas do vídeo abaixo?
Vão criar uma arvore evolutiva da moral. rsrsrsrs
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“A religião é a única força intelectual que não pode perder terreno, porque, se a comprimis e apertais, ela sobe.” (Joaquim Nabuco)
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